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Auditoria da CGU aponta irregularidades em licitação de obra do Into paralisada desde 2015 no Acre

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O Acre virou uma canteiro de obras paralisadas. Algumas com o prazo de entrega estourado em vários anos. Outras apresentando diversos tipos de irregularidades, como é caso da construção do prédio do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO/AC). A licitação da obra avaliada em mais de R$ 25 milhões aconteceu no dia dois de outubro de 2009, e teve como vencedora a empresa Eleacre Engenharia Ltda, que assinou o contrato no dia 20 de abril de 2010. O prazo de execução dos serviços seria 12 meses, mas oitos anos depois a unidade de saúde não foi entregue pelo governo do Acre e segundo relatório da CGU, órgão de defesa do patrimônio público, estaria apresentando diversas irregularidades.


Segundo auditória realizada pela Controladoria-Geral da União a pedido do Ministério Público Federal (MPF), entre as irregularidades que afetaram a o processo de contratação para construção do prédio do Into Acre, estariam a exigência cumulativa patrimônio líquido mínimo de 10% do valor estimado pelo órgão para a obra e a garantia contratual, o que de acordo com a CGU é uma afronta ao art. 31, §2o da Lei 8.666/93, sinalizando com o suposto direcionamento para favorecer a empresa vencedora. A auditoria apontou ainda a cessão irregular de parcela da obra, caracterizando fuga ao dever de licitar e execução de parcela do contrato sem cobertura da garantia contratual.


Segundo o relatório da auditoria da CGU, “no dia dois de agosto de 2013 foi assinado um Termo de cessão não numerado, mediante o qual a empresa Eleacre Engenharia Ltda., na qualidade de contratada e responsável pela execução da obra de construção do prédio do INTO/AC, objeto do contrato no 072/2010, renunciou, cedeu e transferiu à cessionária – empresa Big Aço Indústria e Comércio EIRELI (CNPJ 03442062/0001-41) – a título gratuito, todos os direitos, obrigações e responsabilidades. O valor da cessão foi R$ 8.773.288,96, o que corresponde a 29,93% do Contrato no 072/2010. O que chamou a atenção dos auditores foram os termos aditivos apresentados pelas duas empresas.

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Os auditores constataram ainda que as obras estaria paralisada há mais de 660 dias, em setembro de 2017. No período em que esteve à frente das obras, a Eleacre apresentou “oito termos aditivos, dos quais seis termos aditivos se referiam à prorrogação do prazo contratual. Assim, o prazo contratual final para conclusão do objeto passou para 29 de abril de 2017. Em análise das justificativas dos termos aditivos de prorrogação de prazo constata-se que não foi apresentada justificativa de fato para a prorrogação, ou nos casos em que as justificativas foram apresentadas, constatou-se que faziam referência a situações que deveriam ter sido detectadas na fase de elaboração do projeto básico”.


Outro fato que chamou atenção durante a auditoria foi que apesar de ser uma unidade de saúde para tratamento de pessoas como problema de locomoção, as obras estariam sendo executadas sem a previsão de meios de acessibilidade às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e aos idosos, contrariando o que é previsto em lei. À época, os auditores constataram ainda que a obra estaria paralisada há mais de 660 dias. No período em que esteve à frente das obras, a Eleacre apresentou “oito termos aditivos, dos quais seis termos aditivos se referiam à prorrogação do prazo contratual. Assim, o prazo contratual final para conclusão do objeto passou para 29 de abril de 2017.


Após a assinatura do termo de cessão entre Eleacre e Big Aço foram realizados quatro termos aditivos e dois termos de rerratificação ao termo aditivo. Além da lentidão na execução dos serviços, os auditores da CGU constataram que “a paralisação da obra no período ocasionou e ocasiona continuamente, ao menos: prejuízo social à população, devido à indisponibilidade do hospital; a ação de intempéries que danificaram a parcela dos serviços concluídos, o que deve provocar a necessidade de retrabalhos quando a execução da obra for retomada, implicando em custos adicionais para concluir o INTO/AC e prejuízos nos testes de equipamentos que já foram entregues” e instalados na unidade de saúde.


Com o Instituto funcionando parcialmente, a auditoria revela que o atraso no prazo de entrega pode ocasionar “risco de equipamentos com defeitos de fábrica, que só́ viriam a ser descobertos com o pleno funcionamento do hospital, época na qual a garantia do fornecedor já poderia estar expirada”. O relatório da CGU apresenta ainda um farto material fotográfico com equipamentos e matérias expostos a ação do tempo, como central de ar comprimido, equipamentos do sistema de ventilação, sistema de vapor condensado, torres de resfriamento, geradores de energia elétrica. A conclusão dos auditores é que a aplicação dos recursos federais não está adequada e exige providencias de regularização.


O OUTRO LADO

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), assim que foi constatada, pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e Obras Públicas (SEOP), uma redução no ritmo da obra, foi solicitado esclarecimento por parte das empresas. Embora diversas vezes notificadas, as empresas não retomaram o ritmo da obra e ainda solicitaram o Destrato do Contrato administrativo n° 072/2010, fato este que levou à fiscalização da SEOP, bem como o gestor do contrato, a recomendar à Sesacre a abertura de Processo Disciplinar Administrativo, tendo em vista aplicação das penalidades previstas em lei.


A Sesacre tentou, junto à empresa contratante, a retomada do ritmo da obra, mas não foi atendida. Deste modo, foi feita a abertura de um Processo Disciplinar Administrativo em que as empresas foram penalizadas, sendo suspenso o direito das mesmas de participar de licitação, assim como foram impedidas de contratar com a administração pública pelo prazo de um ano. Para a continuação da obra foi realizado um novo certame, publicado no dia 27 de dezembro de 2017 no Diário Oficial do Estado (DOE), faltando somente a emissão da ordem de serviço para o início da execução.


A reposta da SEOP no relatório da auditoria da CGU

“A fiscalização técnica da SEOP tem a esclarecer que foi realizado o orçamento para finalização da obra, o processo encontra-se na Comissão Permanente de Licitação – CPL 1 do estado, o procedimento foi realizado no dia dez dias (sic) do mês de novembro do ano de dois mil e dezessete, às nove horas, na Estrada do Aviário, no 927 – Aviário – Rio Branco- AC reuniu-se a Comissão Permanente de Licitação 01 – CPL 01, sua ata da sessão pública de recebimento de envelopes de habilitação e propostas de preços, seguido da abertura do(s) envelopes de habilitação, sendo a análise dos documentos de habilitação e suspensão para cumprimento do prazo recursal. Portanto, tão logo seja vencido (sic) as etapas burocráticas do processo de licitação, será contratada e iniciada a retomada da obra, para conclusão do Prédio do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia – INTO/AC. Cabe o esclarecimento que a Fiscalização técnica da SEOP, continua empenhada para que a Construção do Prédio do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia – INTO/AC, seja realizada em conformidade aos projetos aprovados, assim como atendimento as normas técnicas e legislação vigente, seguindo rigorosamente as recomendações propostas pela CGU.”


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