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O socorro que vem de cima

Matéria segundo a qual o Departamento Estadual de Estradas de Rodagem, Hidrovias e Infraestrutura (Deracre) não tem recurso para fazer a limpeza do rio Acre não é mera casualidade decorrente dos tempos de crise econômica. Tampouco a declaração do gerente de Infraestrutura Hidroviária do órgão, Sócrates Guimarães, de que tal serviço seria de responsabilidade da prefeitura da capital seria uma imposição de limites ao discurso recorrente da parceria entre o governo estadual e o município, ambos governados pelo PT.


Num momento em que a estiagem compromete o manancial e ameaça o abastecimento da maior cidade do Acre, recursos capazes de minimizar os impactos da seca sobre a população deveriam surgir de algum lugar. Afinal, a despeito da crise econômica, secretarias de Estado seguem com seus cronogramas de gastos com viagens e pagamento de diárias, além de outras despesas tão supérfluas quanto.


A versão, portanto, de que não há dinheiro para a mera remoção de entulhos do manancial é uma demonstração de que o governo, não obstante a alegação de que a situação do rio é preocupante, espera poder contar com a reviravolta dos fatos a fim de economizar com a operação. Quem sabe chove nas cabeceiras e o leito volta a um nível satisfatório? – é o que parecem pensar nossas autoridades.


E o jogo de empurra do Deracre, ao passar à prefeitura da capital a responsabilidade pela limpeza do rio, denota que a boa vontade entre parceiros tem limites em um cenário de orçamentos apertados.


Mais do que isso, a omissão de nossos gestores quanto ao tema deste artigo revela que a guinada do governo petista – da tal florestania à industrialização – não foi mera jogada de marketing. Acontece que nem no governo de Jorge Viana tivemos o tão propalado desenvolvimento sustentável, como no de Sebastião Viana vemos florescerem as indústrias.


Se atualmente, com Sebastião, a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) continua no papel após investimentos que prometiam atrair indústrias e gerar empregos, com Jorge Viana, em plena vigência da florestania, tivemos obras que agridem ainda hoje o meio ambiente, como acontece com o Parque da Maternidade, que joga o esgoto da cidade no leito do rio Acre.


Acrescente-se a isso a reclamação do vereador Raimundo Vaz (PR) quanto aos colegas do parlamento, que o criticaram quando ele propôs uma audiência pública para tratar sobre o manancial. Segundo o vereador, os colegas deram de ombros à sua proposta, argumentando que aquele não era assunto para tratar na Câmara.


A parcela esclarecida da população de Rio Branco sabe que os nobres vereadores estão redondamente enganados. E precisa lamentar que representantes sem a mínima noção do que seja relevante para a população continuem a ser eleitos para os parlamentos.


Do mesmo modo, os que conhecem os desperdícios nos gastos públicos com ações irrelevantes e socorros providenciais a aliados em dificuldades também deploram a falta de dinheiro para a limpeza do rio Acre.


Resta esperar que São Pedro faça o que nossos governantes não são capazes.


 


 


 


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