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Gerente-geral do Hospital da Mulher e da Criança do Juruá admite problemas e a falta de pediatras e ginecologistas

Deputados vistoriam as instalações do Hospital da Mulher e da Criança do Vale do Juruá

Deputados vistoriam as instalações do Hospital da Mulher e da Criança do Vale do Juruá

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A gerente-geral do Hospital da Mulher e da Criança do Juruá, Fabiana Gomes Ricardo admitiu que a unidade de saúde passasse por alguns problemas durante a visita da Comissão de Saúde da Aleac, na tarde desta quinta-feira (12). Fabiana Gomes destacou ainda que a maior dificuldade que o hospital enfrenta é a falta de pediatras e ginecologistas.


A gestora confirmou que o hospital sofre com a questão de equipamentos danificados. De acordo com ela, os problemas seriam ocasionados pela escarces de técnicos especializados nos aparelhos, que em sua maioria seriam importados. Ela negou que o número de óbitos estaria em desconformidade com o que estabelece o Ministério da Saúde.

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A visita da comissão de deputados foi motivada pela divulgação de um relatório do ex-diretor técnico do HMCJ, que teria afirmado no documento que o hospital estaria com problemas em diversos setores. Ele relatou que o número de mortes de crianças por infecção estaria em desconformidade com o que estabelece as normas brasileiras.


A gerente-geral do Hospital da Mulher e da Criança do Juruá, Fabiana Gomes Ricardo

A gerente-geral do Hospital da Mulher e da Criança do Juruá, Fabiana Gomes Ricardo

Segundo a gerente-geral, a maternidade estaria adaptada de acordo com a Rede Cegonha. A gestora destaca que o HMCJ é um hospital referência no Vale do Juruá, além de atender a três municípios do Estado do Amazonas. Fabiana Gomes acrescenta que a taxa de óbitos na unidade de saúde é de 4,2% – abaixo dos 16,2% a cada 1.000 nascimentos, como preconiza o MS.


O enfermeiro Fenando Rossi disse que os óbitos teriam como principal motivo, o pré-natal deficiente. Para ele o acompanhamento básico teria falhas em alguns pontos. “Infelizmente não temos um pré-natal com acompanhamento adequado. Algum item que poderia ser tratado preventivamente, como o baixo peso não é tratado”, enfatiza.


O índice de infecção hospitalar também foi questionado pelos deputados Major Rocha (PSDB), Antonia Sales (PMDB), Toinha Vieira (PSDB), Jonas Lima (PT), Eduardo Farias (PCdoB), Marileide Serafim (PSD) e Chico Viga (PSD). Os gestores afirmam que o alarde que foi feito no relatório do ex-diretor técnico do HMCJ não condiz com a realidade.


“Temos uma comissão de infecção hospitalar, com uma médica, um enfermeiro e técnicos. O índice nos primeiros meses de atendimento no hospital era de 4,57% – hoje é de 4,48%. O Ministério da Saúde diz que a média aceitável é de 15%”, diz Fabiana Gomes ao apresentar os números mostrando que o HMCJ teria realizado 6.221 atendimentos só este ano.


Questionada pelos deputados se as duas salas cirúrgicas atenderiam a demanda do Vale do Juruá, a gestora foi enfática: “as duas salas atendem sim. Existem duas salas para cirurgias eletivas, mas não são equipadas porque não existe a necessidade, já que não temos o número adequado de profissionais. Não achamos médicos para contratar”, destaca.


A gestora esclarece que a maternidade teria apenas quatro médicos efetivos. “Todas as semanas a secretária manda uma equipe de médicos para atender na urgência e emergência. Temos três pediatras, mas precisamos de 12 – temos 4 ginecologista obstetra, mas precisamos de 14”, diz Fabiana ao fazer um apelo aos deputados por uma solução.


O enfermeiro Fenando Rossi

O enfermeiro Fenando Rossi

Na questão do atendimento que estaria sendo motivo de denúncia constante de pais que acusam a instituição de negligência no atendimento, a gestora pede que as denúncias sejam encaminhadas a gerência-geral. Fabiana Gomes disse que os pais que apresentam as reclamações preferem procurar a imprensa e tornar o problema público.


“Temos 50 processos administrativos instaurados contra médicos, enfermeiros e técnicos. Todo pai, toda mãe que acha que não foi realizado um atendimento de qualidade, deve procurar a gerência-geral do hospital ou até mesmo apresentem a denúncia no Ministério Público. Ninguém está livre de sofre punições”, afirma Fabiana Gomes.


A gerente não escondeu que existiriam problemas técnicos com a central de ar-condicionado que apresentou problemas desde a inauguração do hospital há três anos. Ares-condicionados Split estariam sendo instalados enquanto a empresa que vendeu a central estaria sendo acionada juridicamente para fazer o conserto do equipamento.


A lavanderia do HMCJ também estaria recebendo os últimos equipamentos. Uma calandra foi instalada recentemente e uma centrifuga foi comprada e será entregue nos próximos 40 dias. As roupas médicas e lençóis continuam sendo lavadas, secadas e esterilizadas no hospital, mas a centrifugação continuará sendo feita na Santa Casa até a chegada do equipamento.


A ala pediátrica do hospital continua sem funcionar. Todas as salas estão equipadas, mas não existem profissionais disponíveis para trabalhar no local, afirmam os gestores. “Não vamos negar que temos problemas,  tudo não está 100%, tivemos óbitos que estão sendo investigados pelo MP, mas estamos procurando as soluções”, desabafa Fabiana Gomes.


A deputada Antonia Sales, que apresentou a denúncia de equipamentos quebrados e os problemas de atendimento, destacou que a questão não seria de bandeira partidária. “Queremos proteger vidas. Não estamos desvalorizando os profissionais, mas queremos contribuir com a solução dos problemas”, acrescentou.

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Os gestores da saúde que estiveram presenta na inspeção realizada pela Comissão de Saúde da Aleac, informaram que três concursos teriam sido realizados, mas os médicos não aceitam trabalhar distante dos grandes centros. “Estamos trabalhando matrimonialmente para segurar os profissionais que se formam e são de Cruzeiro do Sul”, finaliza a assessora técnica da Sesacre, Adriana Evangelista.


 


 


 


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