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Empresário defende comunidades tradicionais como sócias da bioeconomia

Foto: Sérgio Vale
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Durante o Seminário Internacional Txai Amazônia, que começou nesta quarta-feira, 25, na Universidade Federal do Acre (Ufac), em Rio Branco, o empresário José Cláudio, que atua no setor de extração de óleos no Amapá, defendeu um novo modelo de desenvolvimento baseado na valorização da cadeia produtiva da sociobiodiversidade e na participação direta das comunidades tradicionais.


Em entrevista ao ac24horas Play, o empresário destacou a necessidade de romper com paradigmas antigos e capacitar os povos da floresta para que sejam protagonistas dos empreendimentos sustentáveis.


“Não, eu acho que tem que quebrar. Eu acho que é o paradigma que tem que ser quebrado. Eu acho que a comunidade, ela precisa ser sócia do projeto, mas ela precisa ser capacitada para ser sócia do projeto. Ela precisa entender como funciona. Como funciona desde o lado, vamos dizer, do início da cadeia até o final da cadeia”, afirmou.

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José Cláudio destacou a importância de um modelo transparente que permita a rastreabilidade dos produtos, desde a coleta das sementes até a chegada ao consumidor final. “Aí nós estamos falando de rastreabilidade, nós estamos falando de certificações, nós estamos falando de comércio justo e nós estamos falando de repartição de benefícios. Quando eu falo de repartição de benefícios, ele [o comunitário] passa a ser sócio da empresa. Então, eu acho que só assim a gente consegue fazer essa mudança”, ressaltou.


Ele citou como exemplo o extrato do jambu, planta típica da região amazônica, da qual se obtém o espilantol, um ativo com propriedades farmacológicas e cosméticas, considerado um “botóx natural”. “É um analgésico, é um anti-inflamatório, serve para quê? Indústria de fármacos, serve para a indústria cosmética. É muito utilizado no mundo”, pontuou.


José Cláudio ressaltou ainda que esse tipo de negócio exige planejamento e articulação com diferentes setores: “Agora, é um trabalho que envolve uma série de coisas. Envolve administração, envolve finanças, envolve legalização, certificação Anvisa, licença ambiental, uma série de outras coisas que precisam ser integradas. Então, é um trabalho árduo, trabalhar com a comunidade”, explicou.


Segundo ele, o envolvimento dos comunitários deve ser ativo e corresponsável: “A comunidade não tem que receber nada de graça, ela tem que participar. Se você faz o investimento, ela tem que também devolver o investimento. Agora, o investimento está lá na outra ponta, através da questão da repartição de benefícios. Eu acredito que esse tenha que ser o modelo. Criar um modelo, um modelo com transparência”, justificou.


O Seminário Txai Amazônia segue até sábado, 28, com entrada gratuita, e reúne delegações de nove estados da Amazônia Legal, além de representantes do Peru e da Bolívia. A programação inclui 15 painéis temáticos sobre bioeconomia, mostra de empreendedores sustentáveis, feira gastronômica e apresentações artísticas, com foco em políticas públicas e conexões para um novo modelo de desenvolvimento amazônico.


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