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Fiscalização do ICMBio revela irregularidades dentro da Reserva Chico Mendes

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Uma grande operação de fiscalização realizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no último fim de semana, em Xapuri, expôs supostas graves irregularidades cometidas por produtores rurais dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes, na região de Xapuri, no Acre. A ação contou com um aparato de segurança inédito na área, incluindo helicóptero, viaturas e o apoio de diversas forças de segurança: Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar e o Pelotão Florestal.


Segundo o ICMBio, a fiscalização teve início após denúncias recorrentes de que produtores vêm descumprindo os acordos de uso sustentável firmados na criação da reserva. As principais infrações encontradas incluem a criação de gado em número muito superior ao permitido, a venda e compra irregular de lotes dentro da reserva e a grilagem de terras, práticas ilegais que têm se tornado comuns em outras reservas extrativistas do país, acendendo o alerta em todo o sistema de fiscalização ambiental.


A diretora regional do ICMBio, Carla Lessa, destacou que a Reserva Chico Mendes é uma das mais devastadas do país, e que a situação atual exige medidas firmes para garantir a sobrevivência da floresta e o cumprimento da legislação ambiental.

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Durante a operação, dois produtores tiveram seus rebanhos apreendidos. Um deles, Josenildo Mesquita, foi obrigado a deixar a área onde vivia há cinco anos. De acordo com o ICMBio, a propriedade ocupada por ele estava sob embargo com decisão judicial transitada em julgado, o que inviabiliza qualquer atividade econômica na área. O gado foi apreendido e entregue ao Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (IDAF).


O segundo produtor, também teve seu rebanho recolhido.


A operação provocou reações imediatas na região. Como forma de protesto e tentativa de chamar a atenção das autoridades políticas para o caso, moradores e produtores realizaram bloqueios intermitentes na BR-317, com interrupções de 20 minutos com pequenos intervalos para passagem de carros. Até o fim da tarde do último domingo (8), nenhuma autoridade política do Estado havia comparecido ao local para dialogar com os manifestantes.


Apesar da pressão, o ICMBio afirma que manterá a fiscalização, reforçando que a permanência irregular de produtores e a expansão da pecuária em desacordo com os limites legais comprometem o equilíbrio ecológico da unidade de conservação e a própria lógica das reservas extrativistas, criadas para garantir o uso sustentável da floresta por comunidades tradicionais.


A expectativa é que novas etapas da operação ocorram nas próximas semanas em outras áreas críticas da reserva.


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