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A eleição de 2016 deixou rastros de desentendimentos na oposição

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Uma das missões do candidato da oposição Gladson Cameli (PP) será aparar arestas políticas no seu grupo deixadas pelas eleições municipais de 2016. Primeiro os desentendimentos entre o atual prefeito de Sena Madureira Mazinho Serafim (MDB) e a publicitária Charlene Lima (PT). E em Cruzeiro do Sul entre o atual gestor Ilderlei Cordeiro (PP) e o ex Vagner Sales (MDB). Essas situações “extremas” se tornaram latentes durante a caravana oposicionista que percorreu vários municípios neste final de semana. Resta saber se os personagens envolvidos darão mais valor para “querelas” políticas locais ou a um projeto estadual.


O caso de Sena Madureira
Charlene Lima (PTB) pretende se eleger deputada federal e deve estar sonhando com a maioria dos votos da sua cidade natal onde investe politicamente desde 2015. Na realidade, a pretensão inicial de Charlene era se eleger prefeita do munícipio em 2016. Para isso se filiou ao PV, mas houve um desentendimento com deputado estadual Nelson Sales, agora no PP, mas que na época era o único político com mandato do PV. Charlene desistiu da sua candidatura e foi apoiar o Mazinho Serafim (MDB), que acabou se tornando o prefeito. Logo nos primeiros meses da gestão do Mazinho os dois não se entenderam e aconteceu um outro divórcio político para Charlene.


Falta de diplomacia
Segundo o que a Charlene me contou por telefone ela não chamou o Mazinho de “traidor”, mas se referiu à “ingratidão”. Depois de participar dos dispositivos políticos da oposição em todos os municípios por onde a caravana da oposição passou a publicitária não foi convidada a falar no seu principal reduto político e terra natal, Sena Madureira. Só falou graças a intervenção do Márcio Bittar (MDB), que por sinal foi quem conseguiu pra ela o comando do PTB no Acre.

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Personagem chave
Na sua fala, no evento de apresentação da chapa majoritária de oposição, em Sena, segundo relatos, Charlene não citou, o candidato à reeleição Sérgio Petecão (PSD), só falou no Bittar. Acontece que a empresa de Charlene tem a conta publicitária da ALEAC, desde o início da gestão do atual presidente Ney Amorim (PT), que também é candidato ao Senado. Nos bastidores se comenta que o apoio do seu grupo político será para Bittar e Ney às vagas de senadores.


Versão da Charlene
“Eu não me referi ao Petecão porque não estava falando sobre senadores. Mas contando a minha história política e fiz referencias ao Bittar que foi quem me estendeu a mão num momento muito difícil,” justificou.


Falem de mim…
Por outro lado é inegável que Charlene entrou na política criando fatos. Se tornou uma liderança política de Sena Madureira, terceiro maior colégio eleitoral do Acre. Vai estar na briga por uma das oito vagas de deputado federal do Acre, mas terá que enfrentar “desafetos” políticos como Nelson Sales, agora no PP, que também concorre a uma vaga de deputado federal e o prefeito Mazinho.


Farinha pouca
Não vejo a menor possibilidade dos grupos políticos de Bittar e Petecão estarem unidos durante a disputa ao Senado. Pelas pesquisas publicadas até agora os dois disputam o mesmo espaço para uma “possível” eleição. Uma dobradinha poderia significar, dependendo de como a campanha se desenrole, um abraço de afogados.


Tiro no pé
Na entrevista que fiz com o pré-candidato ao Governo Coronel Ulysses (PSL) em nenhum momento reclamou do MDB. Na sua avaliação ter sido especulado como possível candidato a governador a ter o apoio do partido só serviu para divulgar o seu nome.


Caso parecido
Não existe nenhum cenário que vejo o candidato a federal do prefeito Ilderlei, o seu tio, Rudiley Estrela (PP) sendo uma ameaça para a reeleição da deputada federal Jéssica Sales (MDB). Mas também é fato que esses desentendimentos entre Vagner e Ilderlei acabaram colocando o nome de Rudiley em evidência.


Tudo tem a sua hora
Mesmo para se brigar na política é importante escolher a hora certa. Vagner ajudou Ilderlei a chegar à prefeitura. Deveria ter esperado o final das eleições de 2018 para falar o que pensa realmente do seu ex-afilhado. Porque a “caneta” está na mão do prefeito e, por pior que seja a sua gestão, isso sempre tem algum
valor.


15 minutos de fama
Essa história de algumas pessoas pegarem um celular e afrontarem os políticos e ministros do STF em lugares públicos é muito questionável. Não vejo em que isso ajuda realmente para o país fazer as transformações que precisa. Todos os vídeos que vi de anônimos com políticos eram resumidos a xingamentos e ofensas. Não existe uma ação política consequente nessas ações, mas uma vontade enorme de aparecer se aproveitando do anonimato. É coisa do ego e da vaidade e não uma ação de coragem para enfrentar os descalabros da nossa política.


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