A não ser que haja uma surpresa, mas a tendência é uma disputa entre o deputado federal Alan Rick (DEM) e o médico Eduardo Veloso (PSDB) para ver quem será o vice do senador Gladson Cameli (PP) na chapa ao Governo. Uma coisa parece que mudou nos mais recentes dias. Anteriormente o deputado federal Major Rocha (PSDB), presidente do PSDB acreano, vinha afirmando que Veloso era uma escolha pessoal de Gladson e não demonstrava simpatia pela indicação. Mas recebi informações que o médico tem acompanhado as comitivas do parlamentar no interior. Os dois passaram a andar juntos. Isso sinaliza que Rocha já não vê como algo tão separado dos tucanos a possível candidatura à vice de Veloso. Ainda que nessas mesmas comitivas, a pré-candidata ao Senado, Mara Rocha (PSDB), também estivesse presente. Claro que dificilmente a chapa majoritária da oposição terá dois representantes tucanos. Mas o jogo do momento é esse.
Abrindo caminhos
Por outro lado, Alan Rick conseguiu convencer a executiva nacional do DEM que o melhor caminho para o partido no Acre é apoiar Cameli. Alan poderá, inclusive, se tornar presidente da legenda e passará a dar as cartas do jogo. Está assim se credenciando para uma indicação de vice.
Questão de grandeza
Atualmente o DEM tem o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (PSD) que, na prática, também é o vice-presidente da República. Acredito que o staff político do Gladson irá “jogar pesado” para ter o partido como aliado. Não vão deixar para outros candidatos esse tempo de televisão e a sua representatividade no plano nacional. O DEM é um dos maiores partidos do país.
Um espaço para dois
Claro que o PSDB também é essencial para a candidatura de Gladson. Então essa disputa entre Alan e Veloso terá ainda muitos capítulos. Aí entram os outros atores do jogo como o deputado federal Flaviano Melo, presidente do PMDB e Major Rocha, comandante dos Tucanos. Mas esperem que a palavra final e a direção será dada por José Bestene (PP) presidente do PP.
Foco principal
Tem acontecido algumas reuniões com a cúpula de políticos da FPA para tratar da candidatura do prefeito Marcus Alexandre (PT) ao Governo. Pelo que entendi haverá mudança de estratégia. Marcus deverá se empenhar até abril na gestão de Rio Branco e não à sua candidatura. Essa será prioridade. Portanto, as viagens do prefeito da Capital para o interior diminuirão bastante.
Espelho
Se o prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB) tivesse se preocupado só com a administração da sua cidade hoje seria um candidato forte à presidência da República. Quis andar pelo Brasil para se viabilizar e esqueceu de cuidar do quintal de casa. Resultado, é carta fora do baralho na sucessão presidencial.
Questão prática
São Paulo tem 20 milhões de habitantes e Dória poderia ter inovado. Mas o prefeito que se julga craque no marketing pessoal errou feio. Nem uma coisa e nem outra. Ou seja, nem deu show como gestor e nem se viabilizou como presidenciável.
Para refletir
Rio Branco atravessa um momento delicado e precisa de um prefeito muito presente. Melhor mesmo esquecer de candidatura nesse momento. Se conseguir tampar os buracos da cidade ficará mais forte do que fazendo política no interior. Se vai vender a imagem de um bom gestor para os eleitores acreanos terá que mostrar uma Capital em ordem quando entregar a prefeitura para a vice Socorro Nery (PSB).
Assoviar e chupar cana
Em São Paulo tem um ditado que diz não ser possível assobiar e chupar cana ao mesmo tempo. Não dá para ser gestor de um município complexo como Rio Branco e se dedicar a uma candidatura ao Governo. Uma das duas coisas vai dar “defeito” e os adversários vão usar as falhas. Tão simples quanto isso.
Erros dos outros
Todos apontam os erros da oposição, mas a FPA também tem cometidos alguns primários. Acredito que o lançamento da candidatura do Marcus foi precipitada. A campanha eleitoral atualmente é um tiro rápido. Se Rio Branco estivesse um “brinco” e Marcus fosse lançado em abril estaria forte do mesmo jeito. Levaria na bagagem o cartão de visita de uma gestão vitoriosa. Sete meses é mais que suficiente para se promover uma candidatura no Acre, seja para que cargo for.
Questão da violência
Com politicagem ou sem, esse tema será um dos principais da campanha eleitoral no Acre. Nunca se tinha visto uma onda de homicídios tão grande no Estado. E essa não é uma luta que se vence com a mídia. Não dá pra falar que está tudo sob controle com mais de um assassinato por dia em 2018. Ainda mais num lugar tão pacífico como o Acre.
Disputa acirrada
Gladson vai cometer erros e o Marcus também nos próximos meses. Mesmo assim a disputa entre os dois para o Governo do Acre será intensa. Se por um lado existe um cansaço natural da FPA, por outro, milhares de pessoas estão engajadas nesse processo. Seja através de cargos de confiança, de terceirização, fornecimento e etc. É um máquina poderosa com o Estado, a prefeitura da Capital, a ALEAC e mais três prefeituras no interior. Manter os salários do funcionalismo numa crise tão profunda como a atual já é uma vitória. Mas existe o fator que a FPA nunca enfrentou um candidato que tem condições de financiar a sua campanha com recursos próprios. Afora isso, Gladson tem a simpatia de muita gente no Estado e um grupo político ligado diretamente ao atual Governo Federal. Mesmo com toda a impopularidade do presidente Temer (PMDB) ser amigo do rei sempre viabiliza uma ou outra solução rápida que se faça necessária e agrade os eleitores nesse momento de pré-campanha. Assim não vejo vantagem nem para um lado e nem para o outro. Quanto a terceira via que poderá surgir com o Coronel Ulysses vejo as coisas nubladas com os últimos acontecimentos envolvendo o DEM. Então é melhor esperar para ver se o militar estará ou não no jogo da sucessão ao Governo para analisar as suas chances.