Em segundo lugar na pesquisa Datafolha divulgada nesse sábado (30), o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) usou o Twitter neste domingo (1º) para ligar o resultado do levantamento à lei que retoma o voto impresso, através de uma emenda apresentada por ele na Câmara. Pelo custo estimado em R$ 2,5 bilhões nos próximos dez anos, a medida é criticada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas deve começar a ser adotada em 2018.
Na pesquisa, Bolsonaro aparece oscilando entre 16% e 17% das intenções de voto, empatado tecnicamente com Marina Silva (Rede), que varia entre 13% e 14%. Ambos estão atrás do ex-presidente Lula (PT).
O protótipo do novo modelo da urna foi apresentado pelo tribunal em julho deste ano e a previsão é de que o País tenha 35 mil do tipo em 2018, uma redução devido ao custo dela – cerca de 800 dólares, enquanto a anterior custava 600 dólares. Ao todo, são usadas 600 mil urnas, mas a substituição de todas elas só será analisada após o uso das primeiras, no ano que vem.
Os ministros da Corte afirmam que, além do alto custo, pode-se prever mais transtornos nos dias de eleições, como o aumento de filas e de equipamentos quebrados, como aconteceu em 2002. O presidente do TSE, Gilmar Mendes, tenta convencer o Congresso a voltar atrás na medida.
Com a nova versão da urna, haverá visor de acrílico, onde o eleitor poderá ver, impresso, o voto que digitou. Se for confirmado, a impressão cairá numa urna inviolável, que será usada no caso de recontagem de votos. Caso haja divergência, o mesário deverá ser avisado. O eleitor não levará o comprovante do voto para casa nem terá acesso ao papel impresso.
O projeto foi apresentado por Bolsonaro em uma minirreforma eleitoral aprovada pela Câmara em 2015, mas a Comissão da Reforma Política no Senado, atendendo a uma recomendação do tribunal, derrubou a emenda do voto impresso. Ao chegar ao plenário, porém, um grupo de senadores capitaneado por Aécio Neves (PSDB-MG) propôs a retomada da medida, vetada pela então presidente Dilma Rousseff (PT). A derrubada do veto ainda em 2015 foi o que provocou a obrigatoriedade.
Aécio argumentou que o voto impresso permite auditorias posteriores nos votos. Gilmar Mendes, por outro lado, afirma que há uma “mística” sobre fraudes e afirma que as irregularidades têm a ver geralmente com abuso de poder econômico, não com problemas na apuração dos votos.que tem 35%.