Edu Moraes/Rede Record
Thais Fersoza vai interpretar a grande vilã da novela Escrava Mãe, que estreia nesta terça-feira (31), às 19h30, na Record. A atriz vai interpretar Maria Isabel, filha mais velha do Coronel Custódio (Antonio Petrin), uma mulher bonita e manipuladora, capaz de fazer barbaridades para prejudicar Juliana (Gabriela Moreyra). Ao R7, ela falou sobre os desafios de interpretar a maior vilã de sua vida.
— Ela é a minha primeira grande vilã. Fiz a Rosália, em Dona Xepa, que era mais ambiciosa. Ela metia os pés pelas mãos, queria se dar bem na vida, era uma vilã bem diferente da que faço agora. Maria Isabel é uma vilã assassina, uma vilã que mata, de uma época distante. Então, não é qualquer coisa. Uma vilã de época tem um peso diferente. Foi muito gostoso gravar a novela, e ao mesmo tempo foi um trabalho muito intenso.
Segundo Thais, sua personagem tem a importância de mostrar para o público as maldades que as sinhás faziam com os escravos.
— São cenas muito pesadas, contando a história da escravidão dos negros. Maria Isabel chicoteia, ela mata, tem uma carga emocional muito grande. Ela já começa a novela má, não vai ficando malvada ao longo da história.
Apesar da carga emocional, Thais conseguiu se distanciar da personagem e, com isso, não sofreu tanto nas gravações das cenas de tortura.
— Tenho 20 anos de carreira, sempre consegui desvincular bem uma coisa da outra. Nunca me envolvi a esse ponto de ficar mal depois de uma cena. Cada ator tem a sua técnica, sua maneira de lidar. Mas, normalmente, quando acabo uma cena, vou adiante. Consigo encerrar e seguir em frente. Isso me ajudou muito nessa novela. Principalmente nas cenas de chibatadas, que eram muito difíceis. Lembro que em algumas cenas eu respirava fundo antes de começar e falava: “OK, agora é a Maria Isabel”. Quando acabava, suspirava e falava: “Libera a Maria Isabel. Manda a Maria Isabel embora”, porque é muito forte a humilhação de você ver a pessoa ajoelhada e você a chicoteando. O olhar é muito duro. Então, essas cenas foram mais pesadas.
Para compor a maior vilã de sua carreira, Thaís se inspirou em uma atriz de Hollywood: Glenn Close.
— Assisti ao filme Ligações Perigosas com a Glenn Close. Longe de mim ter a pretensão de estar aos pés dela, mas a gente acaba assistindo a algumas coisas para, às vezes, poder pegar um trejeito, um olhar, um tom de voz. E a personagem dela foi bem interessante nesse sentido, porque queria fazer uma coisa mais densa, mais séria, que fala mais devagar, que fala baixo, que tem um tom de voz diferente. Quis me reinventar, ninguém nunca me viu em cena assim. Quis que as pessoas me olhassem e falassem: “Nossa, não imaginei que ela faria uma vilã tão má”. Acho que mudar o ritmo da voz para esse objetivo que queria alcançar foi muito importante. Quando vejo algumas cenas percebo que é diferente de tudo o que já fiz e fico feliz com isso. Espero que as pessoas também enxerguem dessa forma.
A novela foi toda gravada em Paulínia, no interior de São Paulo. A atriz comentou sobre a experiência de ter gravado a novela toda sem que ela fosse ao ar.
— A novela foi uma delícia, deu uma ansiedade muito grande não ter assistido nada. Conforme a novela ia sendo gravada, acabei não revisando muito as cenas. Aquela coisa de acabar e assistir. Então, ficou uma surpresa no ar. Sempre dou o meu melhor. Tenho certeza de que na hora, naquela cena, fiz o meu melhor, porque me entrego de verdade.
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