A Câmara de Vereadores de Pauini, no Amazonas, cidade que foi palco na última segunda-feira, 09, da “Operação Cartas Chilenas”, deflagrada pela Polícia Federal do Acre (PF) e que colocou na cadeia a prefeita e outros servidores do Executivo municipal por desvio de recursos públicos, deu posse ao vice-prefeito, Antônio Justo Salvador (PSD-AM).
Primeiro na linha sucessória do Executivo municipal, Antonio Justos deve permanecer no cargo até que a prefeita Maria Barroso da Costa, presa na segunda, ser liberada e autorizada a retornar ao posto. Ainda não há previsão para isso. Ela é suspeita de comandar um esquema que desviou cerca de R$ 15 milhões da Saúde e Educação.
Após ser detida, Maria Barroso foi encaminhada a Rio Branco onde, no presídio Francisco de Oliveira Conde, é mantida presa, em regime fechado. Ela chegou à unidade numa cadeira de rodas, bastante abatida. Ainda não há informações sobre pedidos de revogação da prisão preventiva.
DENÚNCIAS
Segundo as investigações, Maria Barroso comprou 500 bolas para uso na única quadra esportiva da cidade e autorizou pagamento de R$ 1.870 para lavagem de um único micro-ônibus. Há, ainda, favorecimento a empresas ligadas à prefeita. Outra denúncia fala de documentos que teriam ido falsificados. Maria não fez prestação de contas dos gastos.
A Polícia Federal também revelou que profissionais da área de saúde, que atendiam como médicos, foram contratados sem o registro no Conselho Federal de Medicina, o que é crime e coloca a população em risco. Até um militar foi flagrado realizando cirurgias em pacientes.
“A maioria desses profissionais irregulares foi contratada pela prefeitura, recebendo um salário médio de R$ 20 mil, fato que está sendo investigado pela PF, que deve suspender as atividades de todos os médicos que exercem ilegalmente a profissão na cidade.”
Ao todo, 49 mandados judiciais foram executados. Destes, apenas quatro foram cumpridas no Acre, sendo todos de busca e apreensão: Brasiléia (1) Epitaciolândia (1) e Rio Branco (2). Cinco medidas cautelares afastaram os gestores das funções públicas. A investigação contou com o apoio da Controladoria Geral da União (CGU).