O político mais experiente ainda em atividade no Acre que já ocupou todos os principais cargos eletivos do Estado, deputado federal Flaviano Melo (PMDB), ficou entusiasmado com o números da Pesquisa Delta/AC24horas, publicada neste domingo, dia 22. Nessa entrevista exclusiva Flaviano comenta as tendências eleitorais acreanas às vésperas das convenções que acontecerão tanto na Aliança de oposição quanto na FPA no próximo dia 27 de junho.
Nelson Liano – Como o senhor analisa o quadro das eleições do Acre às vésperas das convenções? Levando-se em conta os número da pesquisa recém publicada?
Flaviano Melo – Sempre fiz as minhas campanhas baseado nas pesquisas. O atual governador Tião Viana (PT) tinha na eleição passada, nessa mesma época, 66% de intenções de votos e ganhou a eleição com 51%. Nesta eleição de 2014, os números atuais do Instituto Delta mostram que tem agora 41,8%. Os dois outros candidatos somados Márcio Bittar (PSDB) com 22,5% e Bocalom (DEM) com 14,7, somam 37, 2%. Essa pesquisa mostra que o segundo turno esta garantido porque os quatro pontos de diferença estão dentro da margem de erro da pesquisa, então, isso já é um empate técnico. Nesse momento quem tem uma exposição forte na mídia é o governador. A partir de julho os outros candidatos também vão ocupar a mídia e com isso irão crescer. Na minha opinião o governador não tem mais para onde crescer e a tendência é cair. Estou muito otimista. Se eu analisar o resultado da pesquisa de senador a gente vê um empate. O Gladson (PP) e a Perpétua (PC do B) estão no patamar de 40%. Isso é muito bom porque a pesquisa mostra que a eleição para o Senado pode se decidir para a oposição o que poderá ser uma vantagem na campanha de segundo turno para governador. Já estou trabalhando muito e vou me empenhar cada vez mais para o nosso sucesso nessa eleição.
NL – Não existe um perigo de um dos dois candidatos de oposição ao Governo se descolar muito do outro muito e polarizar a eleição e assim não ter segundo turno?
FM- Seria muito prematuro se dizer que a eleição se definirá na primeiro turno com três candidaturas que mostram densidade. Mas é claro que se durante a campanha se uma das candidaturas se desgarrar e crescer muito isso seria possível. Mas só lá na frente é possível dizer alguma coisa a respeito disso.
NL- A Aliança de oposição ao qual o senhor faz parte deverá ter mais de 10 minutos de tempo de rádio e televisão e a FPA pouco mais de 6 minutos e a terceira candidatura algo em torno de 2 minutos. O senhor acredita que isso poderá mexer com o resultado da eleição?
FM- Se fizermos um bom programa de televisão como estamos querendo é claro que isso poderá influenciar no resultado.
NL- O senhor acabou de dizer que o quadro majoritário está favorável à oposição. Mas a gente viu esse mesmo cenário em 2010 e também em 2012 na Capital. Qual o problema da oposição que chega perto da vitória e não consegue consignar a tendência?
FM – Cada eleição é uma história diferente. Acho que agora há um cansaço do governo da FPA. Eles já prometeram muito e não cumpriram. E o povo está querendo mudar e acha que é hora de procurar outro caminho. A nível nacional a gente vê que a Dilma (PT) vem caindo nas pesquisas porque o povo não quer mais. Mesmo sem serem muito conhecidos Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) estão conseguindo subir. Aqui no Acre é a mesma coisa.
NL- O quê falta na sua opinião para que a oposição consiga passar uma mensagem de credibilidade para o eleitor acreano?
FM – Acho que o povo já vem acreditando na oposição. As pessoas estão vendo que os candidatos crescem pouco a pouco e todo mundo vai se animando e a curva começa a ser ascendente. Acredito que quando chegar no final de julho já estará pegando fogo o Acre com as nossas candidaturas crescendo.
NL- O senhor defendeu durante todo o processo de pré-campanha uma candidatura única das oposições. Agora, existem duas. Como senhor vê esse quadro posto com duas candidaturas?
FM – Eu continuo dizendo que uma única candidatura de oposição é muito melhor. Mas quem sabe até o final das convenções a gente acaba saindo só com o Márcio Bittar?
NL – E em relação as candidaturas a deputado federal. Alguns comentaristas dizem que os candidatos da FPA são mais fortes o quê poderá garantir uma bancada maior com cinco ou seis deputados. Como o senhor vê esse quadro?
FM – Eu não acredito nessa diferença. Na eleição de 2010 nós fizemos três deputados federais e a FPA fez cinco. Não esqueça que na eleição passada tinha o Gladson do lado de lá, a Perpétua e o Henrique Afonso (PV). Eles saíram da disputa. E o Gladson e o Henrique atualmente estão na oposição. O que entendo é que nessa eleição teremos quatro a quatro. Se esse crescimento das candidaturas majoritárias de oposição continuar vai puxar os candidatos a deputado federal porque as legendas aumentam muito. Acredito num 4 a 4.
NL- Deputado dizem que o senhor se incomodou com o lançamento da candidatura do Fagner Sales (PMDB), filho do prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB). O quê o senhor tem a dizer sobre isso?
FM- Eu sempre tive o apoio do Vagner em Cruzeiro do Sul e ele tem todo o direito de lançar o filho dele. Ninguém manda em ninguém e o PMDB é um partido democrático. Na realidade, a candidatura do Fagner Sales é mais uma razão pra oposição garantir um quarto deputado federal eleito.
NL- A convenção vai garantir que a Aliança terá apenas uma chapa para federal?
FM- Isso já está decidido pelas principais lideranças do nosso grupo há tempos. Teremos apenas uma chapa para federal e algumas para estadual em que o PMDB vai com o PSDB e o PSC.