As revelações feitas pela Juíza Luana Campos, da Vara de execuções Penais de Rio Branco, no mês de julho, de que a droga comercializada e consumida nos presídios de Rio Branco entra pela cozinha da penitenciária Francisco D’Oliveira Conde (FOC) pode ser comprovada através de fotografias cedidas à reportagem de ac24horas.com.
Os registros foram feitos no início do mês, onde cerca de 1.200 fardos de arroz foram descarregados na cozinha da unidade, que há anos vem servido de deposito da empresa que fornece a alimentação dos presos.
O agente que cedeu as fotos afirmou que neste dia a carreta bi-trem, placas ****–XXXX, entrou no presídio sem passar por nenhum tipo de fiscalização, pois o Raio X e o Portal de detectou de metais estão inutilizados (quebrados a cerca de dois anos).
“Fica impossível trabalhar dessa maneira, não temos o mínimo de estrutura necessária para uma fiscalização eficaz. Os aparelhos de Raio X e o Portal detector de metais estão quebrados há mais de dois anos e as raquetes para revista individual são insuficientes. Trabalhamos no limite entre a vida e a morte, pois por meio dessas carretas que acessam as unidades prisionais é que entram armas, drogas e celulares; isso já foi até admitido pela Juíza da Vara de Execuções Penais”, disse o agente, que afirmou que o gerente de segurança do Instituto de Administração Penitenciária (IAPEN) Elder Ribeiro Luz e o diretor da FOC, Denis Leandro Picolo, tem conhecimento do caso, mas até o momento nenhuma providencia foi adotada.
A cozinha do FOC, de acordo com o agente, está servido de deposito de alimentos da empresa Tapiri, que há anos vem fornecendo a alimentação dos detentos. As carretas são descarregadas pelos próprios presos, que armazenam os alimentos e durante a semana caminhões da empresa fazem a coleta dos produtos para abastecer os restaurantes da Tapiri.
“Desse jeito é muito fácil ganhar dinheiro nesse Estado, a empresa não paga mão de obra para carga e descarga dos caminhões e carretas e ainda usa a unidade de deposito”, ironizou o denunciante, que fez questão de frisar que atualmente o coordenador da cozinha do presídio é um ex-detento, o que fortalece ainda mais as suspeitas de ocorrência de ilícitos.
O OUTRO LADO – A reportagem entrou em contato com Helder Ribeiro Luz, Gerente de Inteligência e Segurança do IAPEN para falar sobre as denúncias feitas pelo agentes penitenciários.
O gerente informou que após as informações da Juíza da Vara de Execuções Penais, sobre a entrada de caminhões sem ser revistados, no interior do complexo, novos procedimentos foram adotados para evitar a suposta entrada de ilícitos pelo setor de cozinha.
Helder Luz disse ainda que foi implantado um sistema de monitoramento com câmeras em toda a área de carga e descarga de materiais, bem como de toda a cozinha inclusive o setor de almoxarifado dos materiais.
“Implementamos ainda a presença de agente penitenciário acompanhando todo o processo de estiva dos insumos da cozinha”, explica o gerente.
Quando da entrada de quaisquer veículos no interior das Unidades, ele garantiu que todos são submetidos ao procedimento de revistas, inclusive o condutor do respectivo veiculo.
“Adotamos as medidas necessárias para evitar a entrada de supostos ilícitos na unidade, qualquer falha de procedimento, ou não cumprimento dos processos instituídos nas rotinas das unidades são passiveis de processos administrativos disciplinares, quando constatada irregularidades”, enfatizou Helder Luz.