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Venezuela e Acre – porque a oposição é uma ameaça?

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As vitórias apertadas, tanto para a continuidade da revolução bolivariana na Venezuela, como para a cidadania dos povos da floresta (florestania) no Acre, apontam para incertezas para o futuro desses modelos de desenvolvimento.


Nem tanto pela disputa acirrada nas urnas, mas pela ruptura que representaria a mudança do governo em ambos os casos, já que a perda da governabilidade poderia mudar os rumos do modelo de desenvolvimento.


Podemos comparar essa ruptura com a sucessão FHC – Lula, onde apesar da tão propalada “herança maldita’, Lula manteve as linhas gerais da política econômica e intensificou algumas políticas sociais, como o programa Bolsa Família.

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Malan se foi com o fim do governo FHC, mas Guido Mantega manteve muitas das linhas gerais adotadas pelo seu sucessor. E ainda hoje, o combate à infração que foi um dos principais marcos do governo FHC é tido como uma bandeira intocável, embora a conjuntura econômica mundial seja já tão diferente do que fora à 20 anos atrás.


E se os tucanos retornarem ao poder em 2015, certamente terão que manter algumas das políticas adotadas por Guido Mantega, como o fortalecimento e expansão do mercado interno.


Há uma continuidade estrutural que precisa ser mantida para o equilíbrio das forças sociais e econômicas.


Mas isto não acontece no Acre, nem na Venezuela, ambos os lugares onde a economia está fortemente dependente do Estado e onde os modelos de desenvolvimento adotados não tem sido eficientes em fazer a transformação social prometida, e mesmo com a forte propaganda estatal, o fantasma da derrota eleitoral cresce a cada eleição a medida que se aumenta a rejeição do modelo de desenvolvimento adotado pelos respectivos governos.


Talvez no Acre esteja próximo o dia em que a Frente Popular vai pegar a balsa para Mandacaru. Na Venezuela, as próximas eleições departamentais poderão também indicar pela mudança de rumo.


Capriles, descendente de judeus vítimas do holocausto, acusado de ser “uma bichona fascista” pelo seu principal opositor, perdeu as eleições presidenciais. Como não teve ter a bolsa para ele pegar em Caracas, resta-lhe repetir a “Fernando” que, mesmo com a derrota, lutaria novamente se fosse necessário.


Já que somente aos ditadores a liberdade pode ser uma ameaça.


Paulo Wadt


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