Jairo Barbosa – jbjurua@gmail.com
Três adolescentes com idades entre 15 e 17 anos, moram desde dezembro do ano passado, em um quiosque do Parque da Maternidade em Rio Branco. A denúncia partiu de moradores que residem nas proximidades da Concha Acústica, referência de um dos locais conhecido como cartão postal da capital do Acre.
No quiosque, onde por anos funcionou uma lanchonente especializada na venda de tacacá, os menores quebraram as grades instaladas e transformaram a parte superior, onde fica a caixa dágua em dormitório. Na parte onde funcionava a cozinha, os novos moradores quebraram a pia, picharam paredes e espalharam lixo pelo chão. A mesma área eles usam como banheiro, e o mal cheiro é insuportável. Do lado de fora, preservativos usados e aquelas pequenas embalagens plásticas usadas para embalar drogas cobrem o chão.
Uma servidora pública que mora bem próximo e que pediu para não ter o nome publicado, contou á reportagem o que o grupo promove quando se reúne.
“ Eles usam isso aqui pra tudo. Os tres que moram lá convidam outros menores e eles usam droga em plena luz do dia. Na parte da tarde, centenas de estudam chegam e juntos, também consomem dorgas sem serem importunados pela polícia. A noite isso aqui funciona como motel”, conta a moradora.
A presença dos menores assusta que mora nas proximidades e causa medo a quem passa pelo local. Conta a moradora que por diversas vezes já socorreu pessoas que foram vítimas de assaltos praticados pelo trio. Eles também incomodam os moradores pedindo água e comida.
“ Essa semana um deles ameaçou uma vizinha aqui caso ela não desse comida pra ele”, disse a mulher.
O quiosque estava alugado para uma cozinheira que entregou o espaço depois de sofrer quatro roubos em uma semana.
A administradora do Parque da Maternidade Lindacir dos Santos Silva confirmou o problema e admitiu até temer a presença dos menores na região. Segundo ela, diversas tentativas de expulsa-los de lá já foram feitas, mas o grupo, de acordo com ela, usa de violência para enfrentar os funcionários do Parque.
“ Eu peço socorro todo dia para lidar com eles. Eles atormentam todo mundo. Eu já peguei carreira deles( teve que fugir do grupo) porque eles são violentos. Não adianta ir lá que eles não saem. Já recorri a policia, ao conselho tutelar e nada. A gente tem pessoas interessadas em alugar o quisoque, mas como vamos reformar se eles não desocupam?”, indaga a administradora.
