O governador do Acre, Sebastião Viana, determinou hoje (5) que seu secretariado verifique de perto a situação dos imigrantes ilegais haitianos, que voltaram a entrar em massa no estado pelas cidades fronteiriças do Alto Acre: Brasileia, Assis Brasil e Epitaciolândia. Por dia, entram no Brasil pela cidade de Brasileia 50 haitianos.
Foram enviados para a região os secretários de Justiça e Direitos Humanos, Nilson Mourão, de Segurança Pública, Ilgo Rene Graebner, e de Desenvolvimento Social, Antônio Torres.
Segundo a assessoria do governador, ontem e hoje entraram pela região de fronteira entre Iñapari, no Peru, e Assis Brasil pelo menos 210 haitianos. No ano passado, essa era a principal porta de entrada dos imigrantes ilegais no estado, mas foi fechada por ações da Polícia Federal e soldados da Força Nacional.
Pelo último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município de Assis Brasil tem 6.072 habitantes e a infraestrutura urbana é precária. Conforme relato da assessoria do governador, a praça da cidade está superlotada de haitianos.
Hoje o governador Sebastiião Viana visitou a região e viu de perto a situação dos imigrantes haitianos. O assunto não estava na pauta, mas, diante da gravidade do que viu, o governador determinou que os secretários façam um levantamento da situação dos imigrantes ilegais no Alto Acre.
A ação de traficantes de haitianos no Acre já foi comprovada. Por isso, a questão agora deixa de ser meramente de ajuda humanitária. O governo do estado reconhece que, sozinho, não tem recursos suficientes para bancar a alimentação dos haitianos que já estão nessas três cidades do Alto Acre. Desde o ano passado, o governo federal desenvolve ações de apoio ao estado, repassando recursos e alimentos. Além disso, os ministérios da Justiça e do Trabalho procuram liberar o mais rápido possível o visto provisório e a carteira profissional para os haitianos que queiram permanecer no Brasil.
O secretário Nilson Mourão informou à Agência Brasil que a concessão de vistos caiu para dez por dia. Segundo ele, com o pouco efetivo de que dispõe, a Polícia Federal não tem como conciliar a vigilância de fronteira com o trabalho de legalização dos haitianos.
Com informações da Agência Brasil