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Padaria no interior do Acre abriga fósseis de milhões de anos

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Fabiano Maisonnave
Lea Tomass
Da Folha de São Paulo


À primeira vista, a padaria sem nome não se diferencia dos outros comércios da ladeira do porto de Marechal Thaumaturgo (AC). Mas basta atravessar a porta do sobrado de madeira para dar de cara com mastodontes, preguiças-gigantes e o maior jacaré que já existiu na Terra.

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Os fósseis desses animais estão sobre prateleiras na parede ao lado da entrada. Antes de buscar seu pãozinho, o cliente passa por uma costela de preguiça de 1,35 metro, um molar de mastodonte (parente do elefante) de 3,6 quilos e grandes dentes de Purussaurus, jacaré de até 10 toneladas extinto há 5 milhões de anos.


São amostras do tesouro do dono da padaria, o policial aposentado Renato Mota, que coleciona fósseis desde que se mudou para a cidade, há 40 anos.


O paleontólogo amador estima ter 150 peças, todas encontradas na região, em praias do rio Juruá e afluentes. A maior delas, guardada em sua casa, no andar de cima da padaria, é a omoplata de 32 quilos de uma preguiça-gigante.


Aos 81 anos, andando a passos lentos, Mota nem precisa mais ir atrás dos ossos. Conhecido por todos na cidade de 20 mil habitantes, agora são os moradores que levam para ele o que encontram.


“Hoje me trouxeram esse osso de uma preguiça-gigante. Essa parte é da canela com o pé”, diz ele, segurando o novo fóssil. “Estavam tomando banho no rio São João e acharam.”


A sua maior ossada era a cabeça de um mastodonte, que habitava a América do Sul. Pesava 70 quilos. Mas, ao tentar limpar o fóssil com uma lavadora de alta pressão, houve um acidente. “Tirei com o lava-jato o barro que tinha dentro da cabeça, e muitos pedaços de osso quebraram”, lamenta.


O policial aposentado conta que gosta de colecionar desde criança. Primeiro, foi lápis, depois fósforos. “Tinha muitos chaveiros, mas começaram a enferrujar.” Na parede da padaria, há também facas e espadas, segundo ele, do Dom Quixote, do rei Arthur, do Robin Hood e do filme “Piratas do Caribe”.


Como todo colecionador que se preza, Mota estudou com afinco. Sabe identificar quase todos os fósseis, conhece as características e a distribuição geográfica dos animais extintos e montou “cards” explicativos com a ajuda do paleontólogo Alceu Ranzi.


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