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Família dormiu durante 11 dias na porta do Hospital do Câncer

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A família da senhora Delzeni Ferreira dos Santos, 42 anos, vítima de câncer de útero, dormia há 11 dias na entrada do Hospital do Câncer da Fundação Hospitalar do Acre. Ao saber da difícil situação da família, a reportagem do ac24horas foi até o local e numa conversa com a filha da paciente, Selma do Nascimento de Lima, a mesma relatou que diante da gravidade do caso toda a família decidiu vir ao encontro da matriarca. Sem condições financeira, a família que reside no Seringal Sardinha, no rio Purus, cinco horas de barco de Sena Madureira, decidiu montar acampamento na entrada da unidade hospitalar.


“Eu vi com ela para o tratamento de câncer. A gente tava na Casa de Apoio e desde que a mamãe foi entubada meus irmãos e irmãos vieram pra cá. No abrigo não dava pra gente ficar porque lá ta lotado…só tem três quartos para mais de 60 pessoas. Daí a gente decidiu ficar aqui do lado de fora. De dia a gente ficava aqui fora, no chão e a noite a gente dormia na parte de dentro, lá na recepção”, relatou.

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Selma conta que a mãe veio a óbito na manhã desta segunda-feira, 10 de novembro, às 07 horas e desde então a família aguardava contato com a assistência social da Prefeitura de Sena Madureira para o translado do corpo. Somente às 11h30 a Secretária Municipal de Saúde de Sena Madureira liberou o translado do corpo para sepultamento no município.


Selma do Nascimento relatou que devido à falta de condições financeiras muitas pessoas doaram comida, roupas, calçados e ajudaram na compra de passagens de ônibus para o retorno à localidade de 10 familiares que se encontrava abrigados na área externa do hospital.


“Muita gente vinha aqui nos ajudar. Deram roupas, calçados e ajudaram na comida e a comprar a passagem de volta dos parentes. Teve muita gente boa de coração que nos ajudou. Agora que a mamãe morreu eles têm que voltar, não tem mais nada para gente fazer aqui. Só vai ficar eu aqui até que liberem o corpo dela pra gente sepultar lá em Sena”, disse a jovem.


Questionada se a direção do hospital havia oferecido ajuda ou condições a família, Selma relatou que nenhuma ajuda social ou financeira foi oferecida. “Eles não ajudaram a gente em nada, mas também não proibiram da gente ficar aqui”.


 Direção do Hospital alega que não possui estrutura para acolher familiares


Em contato com a administradora do Hospital do Câncer, Natália Takeuchi Ayres, a reportagem foi informada que a direção da unidade não podia oferecer abrigo à família, já que na unidade não possui estrutura de acolhimento para  pacientes e acompanhantes.


“A família recebeu a orientação da Assistência Social do Hospital de que não seria possível acolher a família, tampouco acompanhantes em virtude de não possuirmos estrutura física. Além do fato da paciente ter entrado num estágio avançado da doença e desde que foi entubada a família foi informada que as visitas estavam restringidas, mas mesmo sabendo eles insistiam em permanecer do lado de fora. Não havia necessidade deles acamparem, mas foi uma decisão deles. O hospital é um lugar público, não podemos proibir a permanência de pessoas. Aqui não há enfermaria, os pacientes fazem o tratamento e retornam à suas casas”, explicou a gestora.


 


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