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No Acre, presos reformam celas por conta própria e colocam em risco segurança de presídio público

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Um grupo de agentes penitenciários denunciou à reportagem de ac24horas, a compra e entrega de mais de R$ 2,9 mil – em materiais de construção para um reeducando, dentro do presídio Francisco d’Oliveira Conde, em Rio Branco.


Segundo os servidores que pediram para não serem identificados por medo de represálias, o material foi adquirido na Agro Boi Home Center, localizada no Segundo Distrito da capital do Acre.

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Os agentes penitenciários cederam cópias da nota fiscal, do comprovante de pagamento e do recibo de entrega, que recomendava que os produtos comprados deveriam ser entregues a Odenilson de Souza Paiva.


Os comprovantes detalham que a entrega deveria ser feita no “pavilhão (L), cela (25)”. Entre os produtos comprados a nota especifica cimento, colher de pedreiro, tinta, aguarrás, lixa ferro, lixa massa e rolo de pintura.


presidio_in1A reportagem procurou a gerência da loja onde o material foi comprado. O gerente confirmou a entrega e o vendedor declarou que a compra teria sido feita pela esposa de um reeducando e que pagou em dinheiro.


Os agentes que fizeram a denúncia afirmam que a compra teria sido autorizada pelo gerente de inteligência e segurança do Iapen-AC, Helder Ribeiro Luiz – que de acordo com eles, estaria respondendo interinamente pelo sistema.


“O material foi entregue em setembro, no Chapão, na Unidade de Recuperação Fechada (URF). Os presos compram e constroem o que querem. A festa está grande dentro do presídio”, revelam os agentes.


Os denunciantes afirmam que os reeducandos estariam quebrando paredes e retirando pedaços de ferro das vigas, que estariam servindo para fabricar facas artesanais que podem servir como armas contra os agentes.


“Mexendo com cimento e tinta, os presos fazem os ‘mocós’ para esconder armas e celulares. Onde tem um ferro, eles arrancam e escondem. O perigo é numa rebelião usarem estas armas artesanais”, revelam os denunciantes.


De acordo com os agentes penitenciários, os presidiários estariam construindo mini-paredes para banheiros, fazendo novas pinturas nas paredes das celas e consertos de paredes. “A coisa está séria no presídio”, enfatiza.


O QUE DIZ O DIRETOR DO IAPEN


O diretor do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (IAPEN), Dirceu Augusto informou que solicitou informações sobre o preso Odenilson de Souza Paiva, se o mesmo estaria realizando algum serviço de pedreiro na unidade.


“Informo que o preso em questão é faxineiro do pavilhão L, e que está recebendo materiais, após a liberação Judicial,  como cimento e alguns poucos tijolos para adequação de um tanque na própria cela”, informa o diretor.


Segundo Dirceu Augusto, a compra e entrega do material de construção teria sido autorizada durante visita da juíza da Vara de Execuções Penais, Luana Campos, que teria autorizado a compra e manuseio dos produtos.


“Os presos solicitaram autorização para receberem este tipo de material para adequação do espaço de banho – reservatório de água – haja vista a dificuldade de armazenamento de água em baldes plásticos, doados pelo Instituto”, diz Dirceu.


O gestor do Iapen destaca que a juíza deferiu o pedido e a partir de então varias celas de todos os pavilhões tem recebido tais materiais, para realização desta adequação. Os presos estariam reformando o presídio por conta própria.

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