Escrevo essas linhas muito emocionado! Não esperava viver para ver o que está acontecendo no país. Aquele clichê que tanto ouvi na escola e na UFAC de que somos uma nação de bananas começa a ser posto em xeque.
Milhares de pessoas, pelos mais variados motivos e causas, alguns equivocados e condenáveis, é verdade, estão indo às ruas para dizer que estão cheios, como nós, desse lixo político que paira há tanto tempo no Brasil.
Milhares de pessoas estão dizendo que não aguentam mais essa impunidade deslavada e cínica que aborta qualquer tentativa de mudanças. Não é mais uma marcha pelo o que os governantes fazem de errado; agora é um levante contra o que eles nunca se dispuseram a fazer.
Em um país de tanto contrastes sociais, que possui a quarta pior distribuição de renda do planeta, onde garçom do Senado ganha o salário de quinze professores, onde senadores e deputados, que ganha 26 mil reais, fazem questão de receber pensão de ex-governador, onde parlamentares condenados continuam fingindo nos representar, era previsível que isso viesse acontecer.
A originalidade desse movimento, a meu ver, se concentra na certeza de que esses partidos que existem, que estão dentro ou fora do poder, não nos representam mais.
Por isso os manifestantes não veem com bons olhos esses aproveitadores que hasteiam bandeiras vermelhas e querem oportunamente fazer parte do movimento.
Do ponto de vista jurídico, todos tem direito de manifestar e professar suas ideologias partidárias, mas me parece muita falta de bom senso, um cúmulo do cinismo o que estão tentando fazer na marra.
Ora, se esses filiados são contra as coisas erradas que assolam a nação, deveriam antes olhar para o seu próprio umbigo e terem questionados seus governos e seus diretórios.
O PT governa o país há mais de uma década, mas essa militância nunca questionou a prática e a conduta de seus líderes. Ao contrario, ficaram presenteando flores e sujando as redes sociais com tolices “castelescas” em troca de um cargo público ou de favores indecentes.
Sábado é um grande dia no Acre. Espero não ver essas bandeiras vermelhas, essa leva de viúvas de pensamentos obsoletos e ultrapassados. A rua é de protesto, a rua é de contestação e de atitudes que a democracia garante e permite. Essa vermelhada, a maioria, bom dizer, não sabe, nem nunca lutou por isso.
Carrascos da divergência, assassinos da pluralidade do pensamento, ácidos dos recursos públicos, torturadores da ética e do direito a livre expressão: vermelhos, vocês não são bem vindos! Não queremos o Drácula no Hemoacre!
Por Francisco Rodrigues Pedrosa f-r-p@bol.com.br
