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A cada sábado, o preço $obe

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Inflação de Inverno – Feirantes superfaturam preços de hortaliças nas feiras livres de Rio Branco. Aumento acima da inflação chega até 100% em alguns produtos; produtores reclamam da falta de incentivo do governo e perdas na zona rural são divididas com consumidores da cidade.


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Jairo Carioca – da redação de ac24horas
jscarioca@gmail.com

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A cada sábado que se passa, dia da feira livre na cidade de Rio Branco, as donas de casa e, todos que vão as compras, tem levado um grande susto. E uma enorme mordida no bolso. A couve, o alface, o coentro, cheiro verde e até a chicória tiveram aumento muito acima da inflação. A Secretaria de Agricultura e Floresta (SAFRA) diz que parceria com produtores é a única maneira de frear o aumento dos preços.


É isso mesmo que está acontecendo. Os preços das hortaliças acompanham o período chamado sazonal, um ciclo entre inverno e verão que dificulta a produção.


O feirante Sebastião Oliveira Amaral (foto) deixou de produzir em larga escala na horta que mantém com a família na estrada Apolônio Sales. Neste período ele compra hortaliças de produtores que têm estufas “únicos que conseguem abastecer o mercado”, disse o feirante. Os produtores reclamam da falta de incentivo do governo e da prefeitura da capital, que se quer cuidam de ramais para escoamento da produção. Ele também reclama da falta de linhas de créditos com juros baixos para a agricultura familiar.


feira_sebastião“Na minha região eu nunca recebi sequer um técnico. A gente vai se virando, mas quando chega esse período, sem a estufa é muito difícil de manter o negócio”, acrescentou Sebastião.


A couve, uma das hortaliças bastante procurada pelo consumidor acreano, subiu de R$ 0,50 centavos (03 folhas) para R$ 0,75 e até R$ 1,00. Um aumento que chega a 100%. O mesmo aconteceu com o cheiro verde, o coentro e até a chicória. A inflação no mês de janeiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) foi de 0,86%. Maior variação mensal desde abril de 2005.


O consumidor já sente no bolso os efeitos do inverno no campo. A dona de casa Ana Falcão disse que após o aumento da gasolina “tudo subiu de preço”. Ela não concorda com a alta dos produtos na feira e disse que não existe diferença entre as ofertas de supermercados.


“A banana é um absurdo, comprei aqui no mercado [Elias Mansour] uma palma pelo valor de R$ 3; como pode uma coisa dessas?”, questiona a dona de casa.


O secretário de agricultura do município, Mário Fadel, tenta explicar. Por telefone falou à reportagem que a regulação de preços é do mercado. Para ele, a única forma do município interferir é através de parcerias. Fadel disse que a SAFRA vai ampliar o número de estufas aos produtores de Rio Branco. Hoje apenas 500 deles têm estufas [avaliadas em R$ 12 mil] em suas hortas.


“A meta é atingir até 2014 mil produtores com estufas. O prefeito quer duplicar o programa Mais Hortaliças e aumentar a oferta”, explicou o secretário.


A Ação de Inverno na zona rural, segundo Fadel, também vai proporcionar a melhoria de ramais e o transporte para o escoamento da produção neste período invernoso. Na zona urbana, a implantação de hortas comunitárias é uma realidade.


“Na última sexta-feira (15) o prefeito inaugurou uma horta comunitária no Conjunto Rui Lino e mantém outras hortas nos bairros Sobral, Montanhês, Jorge Lavocat, Wilson Pinheiro e Laélia Alcântara”, concluiu Fadel.
Enquanto essas ações não conseguem interferir no mercado, o jeito que tem é pechinchar na hora de comprar. A perda não é apenas daqueles que vivem na zona rural, ela se divide também com as pessoas da cidade.


 


 


 


 


 


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