Durante entrevista ao programa Boa Conversa – Edição Aleac, o deputado estadual Tadeu Hassem (Republicanos) se posicionou nesta terça-feira, 17, com firmeza sobre os embargos ambientais que afetam produtores rurais do Acre, em especial na região do Alto Acre. Representante de Brasileia, o parlamentar criticou a rigidez das normas ambientais e cobrou atualização da legislação federal, afirmando que os trabalhadores rurais estão sendo tratados como criminosos.
“Eu vejo com tristeza o que está acontecendo. Eu sou um parlamentar que eu sempre defini o bom senso. E o que se vê hoje é a falta de bom senso nas ações. Muitos dizem que aqui é a casa do povo, a gente não tem autonomia, competência para isso. Quem pensa assim é um engano. Eu sou representante do povo e pretendo lutar pelas causas do povo”, afirmou.
Hassem destacou que, embora defenda o meio ambiente, acredita que as leis precisam ser adaptadas à realidade atual do Acre. Ele citou diretamente a Reserva Extrativista Chico Mendes, criada há 35 anos, como um exemplo de território que precisa passar por transformações.
“A população do Acre cresceu, a nossa economia cresceu, nós temos dificuldade. Eu vou citar especificamente da reserva Chico Mendes. Mas temos outras reservas no estado do Acre. Ela já tem 35 anos. Então precisa ser adaptada, precisa ser transformada, precisa ser modificada. A prioridade é a vida humana”, pontuou.
Ao criticar a atual política ambiental, Tadeu Hassem denunciou o que classificou como cenas de “terror” que vêm sendo registradas no estado, com ações que atingem diretamente o setor produtivo, como o transporte de gado de frigoríficos para fora do Acre devido a embargos.
“O que se vê hoje é a questão dos embargos. A gente tem que fazer uma atualização. E eu clamo aqui ao Congresso Nacional a competência para mudar essa lei. O que não se pode ver hoje em dia é cenas de terror que hoje acontecem no estado do Acre. Não sei se você viu agora recentemente, o frigorífico lá de Brasileia está se recusando porque já estão sofrendo uma invasão lá. Ou seja, o caso é crítico, é caótico. E para piorar, o Acre também tem fome. Estão pegando a nossa carne e levando para outros estados”, relatou.
O deputado reforçou que não se trata de defender a degradação ambiental, mas sim de encontrar um equilíbrio entre a proteção da floresta e a sobrevivência da população rural. Ele defendeu uma reformulação urgente da legislação ambiental.
“O deputado Tadeu Hassem é a favor, urgentemente, da mudança da legislação ambiental para defender, sobretudo, o homem do campo. O que está vivendo hoje no estado do Acre é um terror, um terror psicológico da questão ambiental, e a gente não pode ficar calado. A Assembleia tem que se manifestar”, ressaltou.
“Eu conheço aquelas pessoas, eu conheço as pessoas que estão aqui no plenário da Assembleia. Não são bandidos, são trabalhadores, são produtores rurais que querem só trabalhar. Mas, eu não sei se você tem essa informação, eu não sei nem de quem foi o juiz que fez isso. Qual é o juiz, qual é a justiça federal, nós sabemos. Mas foi localizado aonde? Qual é o estado? Saiu da onde? As informações processuais, nem isso as partes têm”, acrescentou.
Ao fim da entrevista, o deputado reafirmou seu apoio à criação de uma comissão mais efetiva dentro da Assembleia Legislativa, com foco específico nos embargos.
“O que a gente está aqui propondo é primeiro ouvir as pessoas, criar essa comissão, trabalhar de forma focalizada. E nós precisamos agir. O senhor, a senhora que é de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, venha conhecer a nossa realidade. O Acre cresceu, nós temos problemas estruturais e o povo tem fome, tem que trabalhar. Então, assim, fica aqui meu pesar, minha solidariedade a todo trabalhador rural do estado do Acre”, finalizou.
