Donald Trump disse que teve uma ligação telefônica “muito boa” com o presidente da China, Xi Jinping, enquanto o presidente eleito dos EUA se prepara para retornar à Casa Branca na próxima semana.
“Acabei de falar com o presidente Xi Jinping da China”, escreveu Trump no Truth Social. “Espero que resolvamos muitos problemas juntos, e começando imediatamente”, ele acrescentou.
Trump disse que a dupla discutiu comércio, fentanil, TikTok e outros assuntos, e que a ligação foi “muito boa” para ambos os países.
“O presidente Xi e eu faremos todo o possível para tornar o mundo mais pacífico e seguro!”, Trump escreveu.
Em uma leitura do Ministério das Relações Exteriores da China, Xi disse que ele e Trump “atribuem grande importância às interações mútuas” e “esperam por um bom começo do relacionamento entre China e os EUA” durante o segundo mandato de Trump.
O telefonema, que deve ser o primeiro entre os dois líderes desde que Trump deixou o cargo após seu primeiro mandato, ocorre em um momento tenso nas relações entre Washington e Pequim.
Logo após a ligação, a Suprema Corte decidiu que uma proibição do TikTok pode entrar em vigor neste domingo (19) nos EUA, rejeitando um recurso do aplicativo que alegou que o bloqueio violava a Primeira Emenda da Constituição americana.
Anteriormente, o Ministério das Relações Exteriores da China disse que Xi não compareceria à posse de Trump nesta segunda-feira (20). Em vez disso, o vice-presidente Han Zheng comparecerá à cerimônia em Washington, DC, como representante especial de Xi.
Xi enviou a Trump uma mensagem de parabéns após sua reeleição em novembro, dizendo a ele que os EUA e a China “têm a ganhar com a cooperação e a perder com o confronto”, e afirmou que esperava que os dois países pudessem encontrar uma maneira de “se darem bem”.
Em uma entrevista à NBC após sua reeleição, Trump disse que se dava “muito bem” com Xi durante seu mandato.
Mas a retórica de Trump nem sempre foi tão amigável. Como candidato, Trump prometeu aplicar tarifas de 60% sobre todos os produtos vindos da China. Como presidente eleito, ele moderou as alegações, ameaçando aumentar as tarifas sobre produtos chineses em mais 10% até que Pequim impeça o fluxo de drogas ilegais para os EUA.
As escolhas de gabinete de Trump também incluem vários críticos da China, incluindo Marco Rubio, indicado para secretário de Estado e atualmente sancionado por Pequim, e Pete Hegseth, o ex-apresentador da Fox News indicado para secretário de Defesa que alertou que a China está decidida a derrotar os EUA e alcançar a dominação global.
Um fator complicador, no entanto, é Elon Musk, o fundador bilionário da gigante de veículos elétricos Tesla, que fabrica mais da metade de seus carros na China. Musk é frequentemente convidado para se encontrar com autoridades chinesas em suas viagens para o país.
Ecoando alguns dos pontos de discussão de Pequim, Musk disse anteriormente que os dois países podem manter um relacionamento que os dois ganham.
Apesar de apontar as perspectivas de cooperação, Xi disse a Trump que é “natural que dois grandes países com diferentes condições nacionais tenham algumas divergências”, destacando “a questão de Taiwan”.
Pequim enfatizou repetidamente que vê Taiwan como um território separatista que deve ser “unificado” com o continente e que está disposto a usar a força se necessário.
Trump foi visto como um amigo de Taiwan durante seu primeiro mandato, mas sua retórica endureceu desde então. Na campanha eleitoral, Trump afirmou que a democracia autônoma deveria pagar mais aos EUA por “proteção”.