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Seca extrema pode atrasar plantio e afetar produção da soja, milho, açaí e arroz no Acre

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A maior seca dos últimos 40 anos nos estados da Região Norte, resultado do fenômeno climático El Niño, vem desencadeando enormes desafios para vários setores da economia na Região Norte, com sérios impactos na qualidade de vida da população, especialmente a parcela mais vulnerável ao desabastecimento de água e de outros produtos.


No caso da agricultura, a irregularidade das chuvas, característica desse fenômeno, impacta culturas essenciais, como soja, milho, açaí e arroz, afetando não apenas a produtividade, mas também os preços dos alimentos. Conhecida por sua vegetação exuberante e chuvas frequentes, a região está diante de um grau gigantesco de incertezas quanto à safra do ano que vem.

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Ao longo da BR-317, é possível ver que muitos hectares que antes eram ocupados por pastagens estão prontos para receber o plantio de soja e de milho, mas poucos produtores se arriscaram a semear “no pó”, como se referem os agricultores à situação de se plantar antes da chegada das chuvas. Os poucos que o fizeram já assumem a necessidade de refazer o plantio.


No ramal que dá acesso ao seringal Cachoeira, em Xapuri, o pecuarista Rubens Ignácio Júnior resolveu dedicar parte de sua área para o plantio de milho. Com os bons resultados, ele aumentou a área plantada e, neste ano, resolveu acrescentar a soja. Foi quando se deparou com a estiagem anormal.


“Com quem eu tenho conversado, a situação é a mesma, a apreensão é grande. Nós estamos esperando dar um índice de umidade, esperando chuva para a gente iniciar o plantio. Uma das preocupações é atrasar muito o plantio da safra e a gente comprometer totalmente a safrinha, porque ela sai daquela janela. Tá todo mundo querendo e precisando plantar, mas com medo de arriscar”, disse o produtor.


Henrique Cardoso, da fazenda Nictheroy, na BR-317, no município de Senador Guiomard, tem a mesma preocupação. Considerado o maior produtor de milho do Acre, ele está com 1.000 hectares de área esperando a chuva para começar o plantio. Perguntado sobre se já viu uma seca como essa, respondeu: “Nunca, é o fim do mundo”. Completa, ressaltando que a safrinha será prejudicada se a safra não puder ser plantada no período do fim de setembro para o começo de outubro.


De acordo com o portal da Embrapa, a safrinha corresponde ao cultivo realizado logo após a safra, em condições de sequeiro, ou seja, uma plantação em solo firme. Já a safra é o período em que o produtor investe seus recursos na esperança de uma maior produtividade devido às condições climáticas, ou seja, com a chegada das chuvas.


Já a impressão do presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Acre (FAEAC), Assuero Veronez, é mais otimista, mesmo considerando que a agricultura é uma atividade que vive de incertezas. Segundo ele, quem está preparado para plantar, pois fez os investimentos, vai plantar.


“Já tá com a área preparada, já fez investimento, já está com as máquinas prontas, já comprou adubo e semente, então quem tá nesse jogo não tem como recuar. Ele pode atrasar um pouco o plantio e esperar que a chuva aconteça, mas vai plantar. Há os riscos, mas temos que correr os riscos”, disse Veronez.


Assuero justifica a sua opinião se baseando no entendimento de que a necessidade de chuvas para a viabilidade dos plantios não é a mesma para que seja resolvido o problema da seca no estado. Mesmo com uma quantidade menor de chuvas e com o cenário que se apresenta, segundo ele, é possível plantar, não desconsiderando os maiores riscos de prejuízo.


O titular da Secretaria de Estado de Agricultura (SEAGRI), o deputado estadual licenciado Luís Tchê, diz que o governo está preocupado com a situação. Cumprindo compromissos em Brasília neste começo de semana, Tchê disse que é necessário se pensar em alternativas para o futuro, considerando a possibilidade do atual cenário se repetir no futuro.


“O que nós precisamos fazer? Temos que pensar no futuro, também. Como é que nós podemos armazenar água? O que a Secretaria de Agricultura pode pensar para ajudar os nossos produtores? É construção de poços artesianos ou tanques para armazenar água? Nós precisamos pensar em um projeto mais a longo prazo. São coisas que a gente vai discutir para poder minimizar os problemas com essa questão de seca”, pontuou.


Tchê lembrou que a preocupação do governo do Acre não se resume às dificuldades impostas pela seca à agricultura, mas também com a difícil situação que os pecuaristas já estão tendo com relação à crise do gado. De acordo com ele, alternativas par ajudar os produtores seguem sendo buscadas junto à bancada acreana no Congresso Nacional.


Impacto nas culturas


Material da Climatempo sobre os impactos do El Niño no agronegócio brasileiro, mostra como algumas das principais cultura praticadas na Região Norte são afetadas pela seca extrema:

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Soja: A redução da precipitação pode atrasar o plantio e afetar o desenvolvimento da planta, resultando em menor produtividade e preços potencialmente mais elevados.


Milho: A escassez de chuvas pode levar a perdas significativas na produção, afetando a cadeia de suprimentos de alimentos e ração animal.


Açaí: Uma das frutas mais populares da região, o açaí depende das chuvas para seu crescimento. A falta de precipitação pode prejudicar a produção, impactando a economia local e a disponibilidade deste superalimento.


Arroz: Cultura que exige quantidade substancial de água, o arroz enfrenta desafios significativos com a redução das chuvas durante o El Niño, o que pode afetar a segurança alimentar.


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