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Após consolidação do milho, soja começa a ganhar espaço no Alto Acre

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Há pouco mais de cinco ou seis anos, era inimaginável que o município de Xapuri pudesse ganhar algum destaque na área da agricultura no Acre que não fosse apenas pela produção de subsistência, que sempre caminhou de maneira coadjuvante frente à produção de borracha e castanha e, depois, à pecuária.


 

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Atualmente, apesar de ainda ser uma iniciativa de poucos produtores, de maneira específica de alguns tradicionais pecuaristas da região, a agricultura com fins comerciais vem sendo praticada há algum tempo e tem crescido a cada ano em quantidade de hectares plantados, especialmente na produção de milho.


 


Soja em Xapuri

 


Neste ano, uma novidade se junta ao milho em Xapuri. A soja chegou ao município por meio da fazenda Portuguesa, na BR-317, que plantou 300 hectares da leguminosa com a expectativa de uma colheita de cerca de 800 toneladas – uma média de 50 sacas por hectare plantado.



Localizada nas proximidades da zona urbana de Xapuri, a fazenda Portuguesa é uma das propriedades pioneiras do município na plantação de milho em maior escala. Em 2021, foram 200 hectares com uma colheita de cerca de cerca de 1.000 toneladas do produto. No ano passado, de acordo com Huaris Arruda Melo, administrador da propriedade, a fazenda “virou a chave” para a soja.


 


De acordo com ele, desde o preparo do solo, passando pelo plantio até a colheita, a fazenda Portuguesa deve gerar direta ou indiretamente cerca de 40 empregos em todos os serviços. “A colheita está prevista para começar esta semana, após passar pelo processo de dessecagem”, explica o gerente.


 


A soja é verdadeiramente uma novidade em Xapuri e tem atraído a atenção por provocar uma mudança radical na paisagem de áreas da fazenda onda por muitas décadas só foi possível se ver rebanhos bovinos e pastagens a perder de vista.

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Mas o produto não deve ficar restrito apenas à fazenda Portuguesa. A iniciativa da propriedade deve receber em breve a adesão de outros produtores que tem a criação de gado como o “carro-chefe” da produção, mas que passaram a abrir espaço nos seus pastos para a agricultura.


 


A força do milho

 


Um desses produtores é o paulista Júnior Ignácio, de Franca, outro conhecido criador de gado em Xapuri que aderiu à agricultura como atividade complementar à pecuária.


 


Em 2020, na sua primeira safra de milho, Ignácio plantou uma área de 60 hectares e colheu cerca de 300 toneladas. No segundo ano, em 2021, a produção já subiu para 170 hectares e nesta próxima safra de 2022 serão 300 hectares de milho a serem colhidos.



As safras anteriores foram todas comercializadas diretamente com as indústrias Dom Porquito e Frigoaves, em Brasiléia. Júnior conta que o resultado do plantio de milho têm sido altamente positivo a ponto de uma safra estar financiando a seguinte, em maior tamanho de área plantada.


 


A propriedade de Júnior Ignácio, a fazenda Bom Jesus, se localiza no ramal do seringal Cachoeira, a alguns quilômetros da BR-317. Segundo ele, depois das primeiras experiências com o milho, agora seu o objetivo é ampliar ainda mais a área de lavoura a partir da próxima plantação, inserindo a soja.


 


“Para o próximo ano, a nossa intenção é aumentar mais 100 hectares de área plantada, totalizando 400 hectares, sendo 200 de milho e 200 de soja. Depois de colher a soja, faremos uma safrinha de milho de 200 hectares. Então, no total vão ser 600 hectares de áreas cultivadas, de acordo com a nossa projeção”, explicou o produtor.


 


Pecuarista tradicional na região, de uma família que cria gado em Xapuri desde a década de 1970, o proprietário Carlos Silva Novais aposta na plantação do milho já pelo quinto ano seguido e diz que a experiência tem sido sempre muito gratificante. Ele plantou 60 hectares neste ano, com recursos próprios, e tem a previsão de obter 100 sacas por hectare na colheita.



 


“A nossa expectativa é de colher cerca de 100 sacas por hectare, gerando emprego temporário para umas dez pessoas. Esse ano estamos com um plantio de 60 hectares. Os resultados dos últimos anos estão dentro do esperado, salientando que todo o processo de produção é feito com recursos próprios”, afirmou o produtor.


 


Produção de milho e soja no Acre

 


Publicação da Embrapa no ano passado diz que nos últimos 10 anos, a área cultivada de milho no Acre caiu 15%. Em compensação, a quantidade produzida subiu 28% e o rendimento de produção (kg/ha) cresceu 36%. Em 2021, a produção de milho ficou em cerca de 7.300 toneladas.


 


O cultivo de soja começou a ser introduzido e incentivado no Acre em 2017. Nesse período, a produção do grão deu um salto de 7.000% e a produtividade foi de 60 sacas por hectare, um pouco acima da média nacional que é de 57 sacas.


 


Em áreas já desmatadas com a utilização do sistema Integração Lavoura-Pecuária, o valor bruto do plantio de milho e soja foi de R$ 15.420,00 por hectare/ano.


 


Os dados são do IBGE.


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