Depois de ser trocado de bloco para não ser assassinado por colegas dentro de cela, o presidiário Moisés, conhecido como “Bebezão”, será transferido para o Seguro, local onde a segurança é reforçada para abrigar presos ameaçados de morte e estupradores no Complexo Penitenciário Manoel Neri, em Cruzeiro do Sul. A data da mudança é mantida em sigilo.
Ele é acusado de mandar matar a namorada, Genagila Lima, no dia 19 de setembro, sem autorização da facção criminosa que atua no Juruá. Depois que a direção do presídio descobriu o plano do assassinato, ele foi transferido às pressas na última sexta-feira, 12, do Bloco 8 para o 3, onde fica um preso por cela.
“Tivemos informações do decreto de uma organização criminosa. Por isso foi trocado de bloco”, explicou o diretor do presídio, o Policial Penal, Elves Barros.
No bloco 3, há presos que pertencem à facções e que não fazem parte de nenhum grupo criminoso. A diferença é que os presos ficam um em cada cela, evitando assim o risco dele ser morto pelos “colegas”.
Segundo uma fonte do presídio, Bebezão não será ser transferido para presídio de Rio Branco ou outro município. Deverá ficar no Seguro, local onde fica os presos ameaçado de morte e estupradores, onde segurança é reforçada.
Ameaça do CV
O primeiro aviso do decreto de morte de Moisés foi dado pela facção, logo depois que a Polícia divulgou que ele foi o mandante da morte da própria namorada, Genagila Lima, torturada e morta, porque teria traído o preso. Ela foi morta por Gleisson Nascimento, o Pico, a mando de Bebezão no dia 19 de setembro.
Ela foi encontrada morta em um lamaçal com um tiro no coração e as mãos amarradas na zona rural de Mâncio Lima. Pingo confessou ter recebido ordens de Bebezão para matar a namorada dele porque desconfiava de traição.
A facção negou que ele fizesse parte do grupo e determinou a morte. Na época não houve a troca de bloco, o que só ocorreu na última sexta-feira, quando o plano de execução seria posto em prática.
Bebezão está preso desde junho de 2020, quando ajudava na tentativa de fuga de 30 presos do Bloco 7 do Complexo Penitenciário Manoel Neri. A fuga foi impedida pelas Polícias Militar, Civil e Penal, que encontraram Bebezão e outro homem, Ergenildo, do lado de fora do presídio esperando os detentos que fugiram. A fuga seria cinematográfica. Grampos para furar os pneus das viaturas policiais, cinco armas municiadas e R$ 20 mil foram encontrados pela Polícia com os dois.
Na ocasião ele disse à polícia que as armas e os grampos seriam entregue para os fugitivos. Dentro do presídio os presos do Bloco 7 fizerem buracos na parede ligando 3 celas e se preparavam para fugir mas foram surpreendidos com a chegada dos polícias penais, que impediram a saída do grupo.
Depois da tentativa de fuga, 6, presos de Cruzeiro do Sul foram transferidos para um presídio de Rio Branco.
O policial penal de Cruzeiro do Sul, Adevanir Silva Gonçalves, foi demitido pelo presidente do Instituto Penitenciário – IAPEN, Arlenilson Barbosa Cunha em maio deste ano depois que a participação dele na tentativa de fuga ter sido confirmada.