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Normal?

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Com a pandemia passando ou não, muitos setores estão retomando suas atividades. Dizem que teremos que nos adaptar a um tal de Novo Normal, embora ninguém saiba exatamente como será isso.


A notícia de hoje é que a central de atendimento OCA reabriu, após cinco meses, ainda que com uma capacidade muito reduzida. Imagino que alguns serviços se valerão mais do sistema de agendamentos que poucos usavam até março passado. Ontem também pude voltar a me exercitar numa academia particular, sem acesso aos armários e ao vestiário, com metade dos equipamentos bloqueados para garantir o espaçamento e sem as atividades aeróbicas em grupo.

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Evidentemente, essa abertura oferece riscos maiores para que o vírus se propague mais facilmente. Entretanto, tive a impressão nesses últimos dias, que as pessoas, de um modo geral, aqui pelo Acre, estão se comportando melhor no distanciamento e medidas de proteção que quando tudo era tratado como proibição.


Um exemplo foi a mudança radical que notei em Feijó por onde passei no início de junho, quando a cidade estava literalmente fechada e na semana passada, com tudo aberto. Na primeira vez as ruas eram lotadas e quase ninguém usava máscaras. Hotéis, restaurantes e outros serviços eram todos fechados e entrar na cidade somente foi possível usando a prerrogativa da atividade policial. Quinta passada tudo parecia funcionando, porém havia menos gente nas ruas, todos de máscara e o restaurante onde almoçamos, embora muito simples, seguia rigorosamente a cartilha do distanciamento e higienização.


Tenho notado coisa semelhante aqui em Rio Branco. Ontem, a fila da Caixa Econômica, no centro, quase que chegava até a Secretaria de Fazenda, na quadra de baixo, mas todos protegidos e respeitando as marquinhas de posicionamento pintadas na calçada. O mesmo acontece no atendimento de lojas, farmácias, bancos. Certamente há muito para melhorar, porém parece que as pessoas estão se portando mais responsavelmente agora.


Nas atividades onde o distanciamento é possível e a permanência das pessoas é menor e necessária, a abertura que acontece mostra que a maioria compreendeu seu grau de responsabilidade. Sobraram ainda os esportes coletivos, cinemas, teatro e escolas, onde não há como distanciar e há maior interação e contato físico. Essas, qualquer dia desses devem voltar também.


Sempre acreditei que apostar na consciência e discernimento das pessoas é uma boa forma de fazer as coisas funcionarem bem. Proibir, simplesmente, é cômodo e as isenta do compromisso com os resultados. Tenho a impressão de que esse momento de relaxamento está validando um pouco da minha teoria. E, no fundo, não há como controlar o comportamento da população com fiscais e multas.


Aos poucos vamos construindo o novo normal e talvez as máscaras e marquinhas no chão fiquem na moda por um bom tempo. Aplicativos tomarão por mais alguns meses o lugar do transporte coletivo e das mesas nos restaurantes, ao menos para quem convive ou se acha nos grupos de risco. Ao menos até que uma vacinação em massa efetivamente ocorra.


O que não dá é para relaxar nos cuidados. O vírus ainda está solto por ai e pronto para uma nova onda de contágio. Até aqui contamos com governos (uns bem, outros nem tanto), investimentos públicos e muita propaganda (umas esclarecedoras e outras nem tanto). Acho que a geral entendeu que só isso não bastou.



Roberto Feres escreve às terças-feiras no ac24horas.


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