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Oposição do Acre comete os mesmos erros e Operação Buracos atinge Marcus Viana

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O PT viveu na semana passada a amarga derrota na Justiça com a condenação de Lula. No Acre, o ambiente na oposição ficou ainda mais confuso depois que um áudio do pré-candidato ao Senado, ex-deputado federal Márcio Bittar (MDB), falando de um esquema milionário para as eleições deste ano, vazou nas redes sociais e em sites de notícias locais.


Os dois lados da política acreana, cada a um a seu modo e estratégia, precisam juntar os cacos para ir à eleição de outubro. É um ano agitado nos contextos da política nacional e local.


Em entrevista ao ac24horas, o cientista político Nilson Euclides da Silva, professor da Universidade Federal do Acre, analisa os prós e contras vividos nos dois principais grupos da política do Acre, que disputam este ano o comando do Palácio Rio Branco.

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Em uma leitura isenta e sem qualquer comprometimento com oposição ou situação, Nilson Euclides avalia os erros dos líderes da oposição e do governo, seus desafios e estratégias.


Leia abaixo:


Confusão política na oposição

– Impressiona como depois de duas décadas de disputas com o PT a oposição liderada pelo PSDB e MDB ainda não entendeu como se joga esse jogo. A vaidade e o despreparo (pra dizer o mínimo) das principais lideranças da oposição é algo pra ser estudado. Eles não conseguem construir o mínimo de consenso, não entenderam a importância que a retirada deste grupo político que governa o Estado há quase vinte anos representa para o futuro desta população. Pessoas morrendo à míngua nos corredores de hospitais, centenas de jovens assassinados nas periferias da capital enquanto os gênios petistas insistem nesse blá..blá.. que foi do governo da floresta, do primeiro mandato de Jorge Viana a essa piada de “Governo parceiro e povo empreendedor”. E o que os outros gênios (esses da oposição) fazem? Ficam arengando uns com os outros, brigando pra ver quem é o mais estúpido a ponto de jogar fora uma chance real de voltar a governar o Acre. A oposição não entendeu que o compromisso é com a população que anseia por mudanças. Esse eleitor que espera a cada nova eleição apenas uma chance de votar em um projeto que possa tirar o Acre desse arremedo de projeto político em que se transformou o governo petista. Essa briga de egos e a disputa do poder pelo poder que caracteriza o grupo político que faz oposição ao PT dos irmãos Viana. Chame de amadorismo, incompetência, falta de compromisso com o povo acreano, enfim os adjetivos são vários para classificar as trapalhadas.


Márcio Bittar, sua candidatura ao Senado e o MDB

– O Márcio tinha uma bem encaminhada eleição para o Senado, mas acho que ele não digeriu muito bem o fato de não ser ele o candidato ao governo.
Acho que agora não tem outro jeito ou o MDB perde a vaga para o Ney Amorim.
O Márcio agiu como um amador. A vaidade falou mais forte. Isso ocorre porque o Gladson não tem personalidade forte, comando. Sabe aquela coisa de ser amado e temido, mas se tiver de escolher é melhor ser temido que amado pelos súditos.


Candidaturas de Ulysses e Gladson e os eventuais prejuízos para a oposição

– E o Ulysses vai ser candidato do quê? Com que partido? O menino da Gazeta já passou a rasteira no Bocalom com o apoio de um dos políticos mais ficha suja do nordeste para viabilizar seu nome como vice do Gladson? Se isso ocorreu de fato fica ainda mais claro como essa oposição é frágil e carente de liderança. Com o apreço que tenho pelo Rick, mas ele ainda não tem estatura política nem voto suficiente para impor o seu nome na chapa do Gladson. Isso reforça o provérbio popular de que em terra de cego quem tem um olho é rei. O trágico desta história é que a cada novo membro que aporta nessa balsa da oposição faz com que ressalte a mediocridade dos nomes que a conduzem. Trágico…trágico…


Os efeitos da Operação Buracos na candidatura de Marcus Viana

– A próxima pesquisa deverá mostrar uma caída nas intenções de votos para o Marcus Alexandre. A FPA já sabe disso, e é visível que o cafezinho matinal que era costumeiro no dia a dia do prefeito diminuiu na proporção que o número de buracos aumenta na cidade. Afinal, “você pode enganar algumas pessoas durante um certo tempo, mas é impossível enganar todos o tempo todo”. Os números da última pesquisa que foi feita o ano passado não se repetirão, principalmente na capital. Isso, não significa que a candidatura do Marcus esta inviabilizada, mas demonstra que existem fissuras no casco da Nau petista. A tese da colina em torno da candidatura do petista que eu usei quando analisei os números da pesquisa feita no final do ano passado apresenta para a candidatura de Gladson um caminho que pode levá-lo à vitória. Isto se o Bittar e os especialistas que o cercam não fizerem mais estragos na sua campanha. Enfim, esta caminhada do herdeiro político dos Cameli rumo ao governo terá que ser construída com um bom discurso e um plano de governo que se diferencie do que a população tem visto nas últimas eleições.


Emylson Farias, o calcanhar de Aquiles da chapa majoritária da FPA?

– Existem algumas situações em que o erro é tão evidente que você diz: ou eles são uns gênios ou completos idiotas. Prefiro esperar o resultado das eleições para decidir sobre esta questão. Mas, esta é uma decisão que demonstra que este governo não tem muita consideração ou responsabilidade com esta população sofrida do Acre e nenhum respeito pela oposição.


O melhor vice para Gladson


– É verdade que a oposição nos últimos anos não conseguiu construir ou viabilizar um nome com força suficiente para se consolidar no imaginário político do eleitor. Insistiram em um discurso de oposição em que o ódio pelo PT e a briga de oligarquias deu o tom da disputa. Pouca racionalidade e muita paixão foi a pedra e toque nos últimos vinte anos de disputa eleitoral entre estes dois grupos políticos. Antigas lideranças do PMDB e do PSDB não foram capazes de compreender o momento político que viviam, e com isso atrasaram em pelo menos uma década a renovação dos seus quadros. Acho que A Deputada Eliane Sinhazique poderia (se bem orientada) ocupar este lugar. Mas, o que Gladson precisa entender é que o seu nome é forte o suficiente para bancar uma candidatura ao Executivo Estadual. Forte a ponto dele poder escolher um vice que apenas não atrapalhe e não queira brilhar mais do que ele. O Jorge Viana soube como poucos fazer isso.


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