Mesmo subindo uma posição em relação a 2015, o Estado do Acre é o antepenúltimo colocado no Ranking de Competitividade dos Estados, em 2016. O levantamento foi realizado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) para avaliar a competitividade e o empreendedorismo dos estados brasileiros. O índice Acre ficou 32,0 – a posição geral 25o e a médica índice Brasil 50,2 – enquanto o primeiro colocado ficou com 80,9.
O ranking é composto por dez pilares: infraestrutura, sustentabilidade social, segurança pública, educação, solidez fiscal, eficiência da máquina pública, capital urbano, sustentabilidade ambiental, potencial de mercado e inovação. Cada pilar contém 65 indicadores. O Ranking de Competitividade varia de 0 a 100, onde 0 representa apenas a pior nota e 100 apenas a melhor nota.
Nos últimos seis anos, a atual administração estadual vem fazendo uma sistemática campanha publicitária colocando o Acre como referência para países emergentes e países desenvolvidos, mas não é isso que aponta o levantamento Ranking de Competitividade dos Estados, que coloca o Estado entres os três últimos colocados, com índices baixos em pilares que a propaganda estatal diz haver crescimento.
Os números revelam que Estados mais bem colocados na avaliação têm grandes desafios para melhorar a competitividade em 2017 – isso quer dizer que os desafios colocados para o Acre são colossais, já que o Estado depende praticamente dos repasses constitucionais e dos empréstimos de instituições financeiras para tentar melhorar os índices e tentar avançar e sair das últimas posições.
Segundo o Ranking, o Acre é nota zero no pilar Infraestrutura, ocupando a lanterna na calcificação. Estamos em último lugar no Acesso à Energia Elétrica, Custo de Combustíveis e Qualidade das Rodovias. Penúltimo na Disponibilidade de Voos Diretos. Na Qualidade da Energia Elétrica 23o. Acessibilidade do Serviço de Telecomunicações 23o e 20o na Qualidade do Serviço de Telecomunicações.
No pilar Educação, o Acre é o 16o com a nota geral do Acre é 45,6. O Estado alcançou a pontuação 100 na Avaliação da Educação, mas deixa a desejar no Enem com nota 3,3 que representa o 26o lugar. No Índice de Oportunidade da Educação é 14º. No Pisa 22º. IDEB 11º. Índice de Oportunidade da Educação 14º. Na Taxa de Abandono do Ensino Fundamental 13º. Taxa de Abandono do Ensino Médio 19º.
O pilar Solidez Fiscal coloca o Acre em 25o lugar com nota 1,8. A Autonomia Fiscal do Estado ficou em 26º. Capacidade de Investimento 4º Resultado Nominal é nota 0,0 – colocando o Acre em 27º. Em Resultado Primário 24º. Na Solvência Fiscal 21º. Sucesso da Execução Orçamentária 7º. Lembrando que o valor zero pode indicar tanto uma nota baixa para o indicador, quanto a inexistência de dados.
No pilar Sustentabilidade Social a nota do Acre é 19,4 – colocando o Estado em 24o. Confira os indicadores: Acesso ao Saneamento Básico 26º. Acesso ao Saneamento Básico – Esgoto 17º. Anos potenciais de vida perdidos 24º. Desigualdade de renda 26º. Famílias abaixo da linha da pobreza 18º. Formalidade do Mercado de Trabalho 22º. IDH 21º. Inadequação de Moradia 24º. Inserção Econômica 9º. Inserção Econômica dos Jovens 22º. Mortalidade Infantil 25º. Mortalidade Materna 19º. Mortalidade Precoce 4º. Mortes Evitáveis 23º. Previdência Social 26º. Segurança Alimentar 21º.
A nota do Acre no pilar Eficiência da Máquina Pública é 42,7. A colocação do estado ficou em 20o. Na porcentagem de Servidores Comissionados 13º. Custo do Executivo/PIB 22º. Custo do Judiciário/PIB 22º. Custo do Legislativo/PIB 26º. Eficiência do Judiciário 2º. O pior indicador no pilar Eficiência da Máquina Pública ficou por conta do Índice de Transparência que colocou o Estado em 24º.
Com apelo forte na questão da sustentabilidade, o Acre alcançou a pontuação de 33,5 e o 20o lugar no pilar Sustentabilidade Ambiental. Segundo este indicador, a Destinação do Lixo ficou com em 17º. Na Emissões de CO2 20º. Nos Serviços Urbanos 13º e apesar da construção da Unidade de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos de Rio Branco (AC), a UTRE/RB – o Estado ficou em 21º.
A nota do Acre no pilar Segurança Pública é surpreendente. Apesar de 2016 ser o ano mais violento da história, com dezenas de execuções, decapitações e da guerra entre facções, o Estado alcançou nota 88,5 – fica do no 5o lugar. Na Atuação do Sistema de Justiça Criminal 3º. Déficit Carcerário 16º. Mortes a esclarecer 6º. Segurança no trânsito 10º. Segurança Patrimonial 19º. Segurança Pessoal 12º.
Quando o assunto é o pilar de Capital Humano, a nota do Acre no Ranking de Competitividade dos Estados é 31,1 – alcançando o 20o lugar. Os indicadores do levantamento demonstram que o Custo de Mão de Obra ficou em 11º. A População economicamente ativa com Ensino Superior 17º. Produtividade do Trabalho 17º. Qualificação dos Trabalhadores 18º.
Outro índice surpreendente do Acre é no pilar de Potencial de Mercado. A nota geral do Estado é 51,5. A posição no ranking é de 8o lugar. Os indicadores revelam que o Crescimento Potencial da Força de Trabalho ficou em 3º. O Estado ainda deixa a desejar no Tamanho de mercado 25º. A colocação também é razoável na Taxa de crescimento que demonstra que o Acre ficou em 11º.
Os gestores estaduais propagandeiam que as administrações petistas capricharam em inovação, mas não é isso que o Ranking de Competitividade dos Estados aponta no ano de 2016. No pilar Inovação, o Acre obteve nota 1,5 – ficando no 25o lugar entre os 27 estados brasileiros. Segundo os indicadores do levantamento, o Acre é o 16º em Investimentos em P&D. Patentes 17º. Produção Acadêmica 24º.
Os números acima podem ser um indicativo que o Acre ainda não é a potência que os atuais gestores tentam passar à opinião pública. Os indicadores demonstram que o Estado estaria apenas engatinhando antes de um longo aprendizado para caminhar com as próprias pernas. Os desafios estão colocados, mas cabe aos gestores admitirem as falhas e fazerem as correções necessárias para sair da “série B” da competitividade.