Uma grávida, paciente da Maternidade Bárbara Heliodora, que fica em Rio Branco (AC), precisou esperar por mais de 48 horas pelo parto do filho. A jovem, de 27 anos, chegou à unidade de saúde no domingo, dia 27, mas o parto só ocorreu na terça, dia 29, pela noite, após muita aflição e queixas. A situação ficou pior quando a criança apresentou um ferimento na cabeça.
Segundo a tia da jovem, o parto começou a ser induzido no domingo, mas na segunda pela noite, após cinco doses de um comprimido, ainda não havia avanços. Ela conta que os médicos, então, tomaram a decisão de fazer uma cesariana, após a sexta dose. “Eles pensaram nisso e já marcaram para as 7 horas, caso ela não tivesse um avanço. Mas quando foi de manhã, mudou a equipe e a que entrou não entendeu o que estava no prontuário”, diz Maria de Fátima.
O caso foi confirmado pela Direção da maternidade. Em nota encaminhada pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), o hospital diz que a mulher tinha uma gravidez de “baixo risco” e que por ”conduta médica” iniciou-se, ainda no domingo, “a indução do parto com misoprostol”, um medicamento cujo uso se dá pela vagina e é orientado pelo Ministério da Sáude (MS). Isso ocorreu até a terça quando, pela manhã, a bolsa foi rompida, mas o parto acabou não ocorrendo.
“No período em que estava tomando as medicações, foram realizadas cinco cardiotocografias, todas demonstrando não haver risco para a indução e para o parto normal, e tampouco para o bebê e a mãe. Após chegar ao centro de parto normal, às 14 horas, foi introduzido ocitocina para iniciar as contrações uterinas.”, explica a nota.
Maria de Fátima reclama também que a jovem permaneceu por mais de cinco horas tomando medicação para a dilatação uterina, o que até horas anos do parto, causou hemorragia na jovem que esperava o primeiro filho. “Já era meio dia quando eles colocaram o soro. Ela ficou assim até às sete da noite. Minha sobrinha sentiu muitas dores. Ela estava sangrando desde a tarde, e quando o médico viu já mandou para o centro cirúrgico”, relata.
Sobre o ferimento na cabeça da criança, a tia da grávida acredita que houve erro na hora de um dos procedimentos de toque ou durante o procedimento feito para estourar a bolsa da grávida. “Eu acho que na hora de eles colocarem o aparelho ou fazer o toque lá acabaram machucando a criança, a cabeça dela. O pior é que quando o bebê nasceu, ele não chorou, e eles ficaram fazendo massagem nele”, conta Fátima.
Sobre a criança não ter nascido com vida, a Maternidade Bárbara Heliodora nega. Ainda na nota, disse que “mesmo estando em trabalho de parto, às 19h15min, foi iniciada a cesariana, com nascimento do RN [recém nascido] vivo, do sexo masculino, que chorou ao nascer”, contrariando o que afirma a tia da gestante. “A gente só quer casos como esses não aconteçam mais aqui dentro. Que as pessoas contem, porque só quem está aqui, sabe a realidade”, finaliza Maria de Fátima.
A Sesacre não quis divulgar o nome dos médicos que estavam de plantão na unidade, durante os três dias de atendimento. As escalas de plantão devem ser publicas e, ainda, expostas aos usuários em mural, facilitando a identificação por parte dos pacientes. Mesmo questionada, a Sesacre não se manifestou.