As duas mais recentes pesquisas publicadas no Acre, Delta e Ibope, apontam para um possível segundo turno na disputa governamental. Como os números ainda estão na margem de erro o resultado é imprevisível. Mas tem algo que não consegui entender da campanha da FPA de rádio e televisão. Por que lembraram tanto dos adversários políticos de Tião Viana (PT) e Perpétua Almeida (PC do B)? Mesmo nos momentos mais emocionantes dos programas os marqueteiros tascavam os nomes de Márcio Bittar (PSDB), Bocalom (DEM) e Gladson Cameli (PP). A começar pelo jingle que diz: “deixa pra lá o ódio deles”. Uma verdadeira chamada de guerra. Alguns programas foram assinados com as pérolas: “sem o ódio do Márcio Bittar e as propostas loucas de Bocalom”. Nas peças midiáticas do Senado parece que Gladson apareceu mais do que a própria candidata da FPA. Um disparate. Pelo manual do marketing político mais elementar quem está na frente das pesquisas simplesmente ignora os adversários. Viana disputa a eleição na cadeira do Governo e nunca baixou de 40% em todas as pesquisas. Então por que a obsessão pelos adversários? A FPA pode até levar a vaga de governador no primeiro turno, mas se isso acontecer será pela fragilidade dos seus concorrentes e não pela estratégia de mídia adotada.
Miséria fake
Para não dizer que não falei das flores, os últimos programas de TV de Márcio Bittar, também foram desastrosos. Aparecer ao lado de uma miséria molambenta que não reflete a realidade da maioria dos acreanos é um disparate.
Simples, mais digno
O Acre tem sim muitas contradições sociais. Mas conheço bem o Estado que está muito longe de ser miserável. Esse tipo de realidade mostrada na telinha é mais comum nas periferias das grandes metrópoles brasileiras. O povo acreano é simples, mas não miserável como o programa do tucano quis mostrar.
O Senado é outra história
Depois que Gladson passou a frente nas pesquisas no começo de setembro a pancadaria se intensificou. Teve momento que Cameli tinha dois horários. Se preocuparam tanto com o adversário que esqueceram da própria Perpétua.
Mudança de foco
Descolaram a publicidade visual de Viana e Perpétua. Depois colaram de novo. Por último tentaram polarizar a disputa entre Gladson e o prefeito Marcus Alexandre (PT) que não é o candidato. Outro erro.
Antes e depois
Em 2012 fiz algumas entrevistas com Perpétua Almeida. Ela estava ainda magoada por não ter sido indicada candidata à prefeitura de Rio Branco. Adotou um postura política mais independente. Nas ocasiões fez críticas à atual gestão da FPA. Mas com bom senso e sem perder o respeito por ninguém.
Antes e depois 2
Se tivesse mantido essa postura mais independente durante a campanha acredito que os números das pesquisas ao Senado poderiam ser diferentes. No atual processo ficou praticamente a reboque da popularidade de Tião Viana.
Fidelidade até debaixo de chuva
O comício de encerramento da Aliança de oposição de Bittar e Gladson, na quinta, 2, em Cruzeiro do Sul, foi debaixo de um toró d’água. Mesmo assim quase mil obstinados permaneceram ouvindo as propostas dos políticos da coligação.
Demonstração de força
Os candidatos apoiados pelo prefeito Vagner Sales (PMDB), Jonathan Donadoni (PMDB) estadual e, Jéssica Sales, federal, reuniram mais de duas mil pessoas numa reunião. Claro que por trás da organização está a mão do prefeito e da deputada Antônia Sales (PMDB).
Quase confusão
O encontro dos militantes aconteceu na Musical Importadora, um reduto tradicional de campanha de Cruzeiro do Sul. No meio do evento policiais queriam parar a reunião alegando tratar-se de uma pizzaria. Vagner reagiu e o evento continuou. Claro com os protestos e a acusação de perseguição.
Dois pesos e uma medida
Uma das alegações dos oposicionistas é que no mesmo local durante a atual campanha já tinham acontecidos duas reuniões da FPA. Foi feita uma notificação da Justiça Eleitoral, mas tudo continuou normalmente.
Binho ainda vive
Até então não tinha visto nenhuma manifestação de apoio político do ex-governador Binho Marques (PT). Mas pelas redes sociais, Binho pediu votos para o seu candidato a estadual Nilton Cosson (PT). Coisa rara.
O protegido
Por outro lado, o senador Jorge Viana (PT) esteve várias vezes no Juruá pedindo apoio para o seu candidato a estadual Marcelo Siqueira (PT). Viana aposta no futuro de Marcelo. O senador quer ver o jovem candidato a prefeito de Cruzeiro do Sul.
Pesquisa Ibope indica o segundo turno
Os números do Ibope da soma dos três adversários de Tião Viana somam 48% contra 47%. Mais um indicativo de segundo turno. Como o Ibope nunca acertou um resultado eleitoral no Acre a oposição pode ter mais, mas também pode ter menos. Melhor esperar a verdade das urnas.
O Governo no Juruá
Pegou bem a proposta do candidato a vice de Bocalom, Henrique Afonso (PV) de se eleito morar em Cruzeiro do Sul. Seria uma maneira de tornar a presença governamental mais efetiva na região. Mais trabalho e menos bajulação agradaria a região.
Beneficiado
A subida nas pesquisas do candidato ao Senado Gladson poderá beneficiar a candidatura a estadual do seu tio Edson Cameli (PP). Com bases eleitorais fortes em Sena Madureira e Cruzeiro do Sul, o pastor tem chances de se eleger.
A surpresa das eleições presidenciais
O empate técnico entre os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB) na última pesquisa DataFolha não era esperado por ninguém. Depois da morte de Eduardo Campos (PSB) e a ascensão de Marina teve momento que a fatura parecia que seria no primeiro turno a favor da ex-senadora acreana. A tendência era o tucano desidratando e Marina subindo. O jogo se inverteu a favor de Dilma (PT) que voltou aos patamares originais das sondagens. Aécio cresceu ao invés de diminuir e, agora, já não se sabe que vai estar no segundo turno com Dilma. A resposta só no próximo domingo depois da apuração que deverá ser emocionante.
