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Embalada pela pressão popular, CEI dos Radares pode acabar em pizza

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De acordo com dados oficiais mais de 50 mil infrações foram registradas pelos radares da capital; DETRAN sustenta tese de que não emitiu multas


Embalada pela pressão popular, a Comissão Especial de Investigação (CEI) criada na Câmara Municipal de Rio Branco em setembro deste ano para analisar uma suposta indústria de multas na capital pode acabar em pizza. Segundo o ac24horas apurou o relatório concluso pela vereadora Rose Costa (PT) não responde os principais questionamentos que motivaram a criação da Comissão, um deles, se existe ou não uma indústria de multas.

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Os membros da comissão se reúnem na manhã desta quarta-feira (27) na Câmara Municipal para começar a analisar o relatório final. Eles não descartam mudanças no texto. 07 oitivas foram feitas pela Comissão.


Embora os órgãos competentes tenham abastecido a Comissão de vasta documentação, o ac24horas apurou que o relatório original não comprova que a redução dos acidentes de trânsito tenha ocorrido após as instalações dos radares. Não existem os números de multas aplicadas por cada radar. Também não está claro no documento porque o DETRAN desativou alguns radares em setores de Rio Branco.


Nenhum vereador está autorizado a falar sobre o assunto até a conclusão do relatório.  Mas é visível o desconforto entre os membros da Comissão e a relatoria. Fala-se até na hipótese de destituir Rose Costa da função caso esta não concorde com alterações que serão propostas pelos demais membros.


Para o ac24horas a vereadora relatora adiantou que fez um relatório com olhar na legalidade. Analisou que as possíveis mudanças são de competência do Congresso Nacional. 


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“Não aceitarei alterações que não estejam previstas em lei”, concluiu Rose Costa.


O presidente da Comissão, vereador Raimundo Vaz [PRP] disse que teve dificuldades para reunir todos os membros, mas garantiu que até a próxima semana, o relatório será apresentado a sociedade. “Tinha sempre alguém viajando”, explicou. Vaz garantiu ainda que vai discutir o relatório com os órgãos envolvidos na investigação.


A reportagem teve acesso a números exclusivos do DETRAN. Quando a comissão foi criada, em setembro deste ano, mais de 9 mil veículos já haviam sido notificados somente na capital. A média de veículos notificados era de 1,6 mil por mês. Segundo o departamento de estatísticas do órgão até outubro deste ano, já foram mais de 50 mil notificações. Ainda de acordo informações oficiais, 117 advertências estão relacionadas à parada sobre a faixa e 18.772 por excesso de velocidade “para um universo aproximado de 50 mil infrações cometidas”, diz o documento enviado à redação.


Procurado, o órgão limita-se a informar que “não há emissão de multas oriundas da fiscalização eletrônica em virtude da Portaria nº 1.442/2013, nos termos do artigo 267, do código brasileiro de trânsito (CTB), e da regulamentação trazida a partir da entrada em vigor da resolução n º 404/2012, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que em seu artigo 9º disciplina a aplicação, pela autoridade de trânsito, da penalidade de advertência por escrito”.


Mas nem mesmo a Comissão sabe se realmente os condutores notificados tiveram ou não multas emitidas pelo sistema.


PARA ENTENDER O CASO: A fiscalização eletrônica voltou a funcionar em caráter educativo no dia 07 de janeiro, a partir da segunda quinzena de fevereiro, os que estiveram em desacordo com as normas de trânsito passaram a ser multados e prejudicados com pontuação de acordo com a natureza da infração de trânsito.


Foram instalados lombadas eletrônicas e os radares convencionais que monitoram a velocidade constante das vias. Os radares realizam o controle de velocidade, paradas sobre faixas de pedestre e avanço de semáforos. Os equipamentos estão distribuídos em 16 pontos nos seguintes locais: Via Chico Mendes; estrada do Calafate; avenidas Ceará, Getúlio Vargas, Antônio da Rocha Viana e Amadeo Barbosa; ruas Marechal Deodoro, Pernambuco e João XXVIII; e Travessa Guaporé.


No Dia do Basta, uma das principais reivindicações das ruas era o fim da chamada Indústria das Multas. 


 


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