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Documentário Baque do Santo revela tradição musical dos seringais acreanos

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Os seringais acreanos não geraram apenas riqueza econômicas para o Brasil durante mais de um século. Nos recônditos das florestas amazônicas também foi forjada uma cultura musical que até os dias atuais é preservada por antigos moradores das “colocações de seringa”.


A maioria desses músicos vive nas periferias urbanas dos municípios do estado e preservam um ritmo encantador e original. É exatamente essa musicalidade que venceu a globalização cultural contemporânea que o documentário dirigido por Rafael Batista da Aruê!, o Baque do Santo, revela para as suas platéias.

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O filme realizou um recorte documental das festas que são realizadas em Tarauacá (AC), no Bairro da Praia, na casa do senhor Santinho, que garante: “A música que a gente tocava nos seringais é a mesma que continuamos tocando aqui na ‘rua’ nas celebrações de aniversários e no dia a dia aqui de casa”.


O diretor Rafael Batista e a equipe de produção passaram muitos dias convivendo e gravando depoimentos, canções autorais e regionais com os diversos músicos, mestres dos ritmos tradicionais conhecidos popularmente como baque. Eles fazem a alegria dos ex-moradores dos seringais preservando uma musicalidade que tem a cara da Amazônia.


“Poder mostrar essas tradições para o resto do país foi o que motivou-me a realizar esse documentário. A convivência com os músicos do Baque e o povo que participa e dança nessas festas me trouxeram muitos aprendizados que desejo compartilhar com aqueles que assistirem a esse filme. Essa foi a minha primeira experiência como diretor e tive essa oportunidade de trabalhar um tema de resistência cultural que se reflete na própria preservação da floresta e suas tradições,” afirmou o diretor Rafael Batista.


O Baque do Santo é baseado numa pesquisa do músico Alexandre Anselmo dos Santos. “O baque acreano está recuperando e preservando uma música que é desconhecida pelo resto do Brasil. Uma sonoridade típica da Amazônia e das regiões de fronteiras que mistura na sua essência práticas conhecidas popularmente através da cumbia selvática, dos forrós dos seringais e na musicalidade indígena, mas tudo de uma maneira muito original preservando as suas raízes culturais forjadas no isolamento social dos antigos seringais da Amazônia” reflete Anselmo Alexandre.


A produção do Baque do Santo recebeu o patrocínio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN-AC). A coordenadora Thaisa Yamauie ressalta que o Instituto reconhece a importância dessa resistência cultural originária dos seringais que é um patrimônio cultural não só do Acre, mas do Brasil e do mundo.


“Esperamos que o documentário contribua para que a cultura dos seringais acreanos seja reconhecida e valorizada em todo o Brasil, mas principalmente no Acre, onde os músicos tradicionais vêm perdendo espaço para a indústria da cultura de massa, a ponto dos músicos dos baques de Tarauacá terem apenas a casa do senhor Santinho e dona Graça para praticarem sua música” afirmou Thaisa.


O Baque do Santo teve o apoio na sua produção do Instituto Nova Era, do Instituto Baquemirim, e dos órgãos ligados ao Governo do Acre, Fundação de Cultura Elias Mansour e Secretaria de Estado de Comunicação e ainda da Secretaria Municipal de Cultura da prefeitura de Tarauacá.


O documentário será lançado mundialmente através dos canais do Youtube do IPHAN e Baquemirim, às 18hs do dia 20 de dezembro. Na mesma data, às 20hs, acontece a exibição do Baque do Santo, em Rio Branco (AC), no Casarão, após o show Uirapuru Canta Antônio Pedro, patrocinado pela Fundação Garibaldi Brasil, ligada à prefeitura municipal da Capital Acreana.


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