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Com críticas a Marcio Bittar, BNDES deixa R$ 35 milhões à 14 mil indígenas do Acre

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Com cerca de duas horas de atraso, dança indígena e com a presença mínima de políticos, o Banco de Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (Opirj), assinaram nesse sábado, 4, na Terra Indígena Puyanawa, a liberação de R$ 35 milhões que vão contemplar 11 terras indígenas do Acre.


As ações são voltadas para o fortalecimento institucional, proteção do território, produção, segurança alimentar e

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valorização cultural e vão alcançar cerca de 14 mil indígenas nas 11 terras.


As Ministras de Meio Ambiente, Marina Silva e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, assinaram o documento como testemunhas.


Francisco Pyãko, coordenadorda Opirj, diz que este projeto estava parado desde 2017, no Fundo Amazônia, e que os recursos serão de grande importância para as 11 Terras Indígenas, que compõem a Opirj. “Este recurso vai atender à grandes demandas nas terras indígenas aqui da região, onde não são feitos investimentos há muito tempo pelo poder público. Nós vamos investir muito bem e honrar esse recebimento”, afirmou.


Teresa Campello, diretorado do BNDES, diz que este projeto, que marca a retomada do Fundo Amazônia, será referência nacional. “Esse projeto será referência na pauta indígena do Brasil, com escala, com tecnologia, gerando renda e desenvolvimento sustentável”, enfatiza.


Para o cacique Joel Puyanawa, a liberação do dinheiro é uma conquista dos Povos Indígenas. “É a esperança de dias melhores para nós, que preservamos a natureza”, ponderou.


Em sua fala, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, enfatizou o fortalecimento das comunidades em seus territórios. ” Estamos retomando ações paralisadas. Estamos avançando no fortalecimento das comunidades e proteção ao meio ambiente”, pontua.


Joenia Wapichana, presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), fez questão de lembrar o novo momento da Fundação. “A Funai está de novo do lado dos Povos Indígenas. E estou muito feliz com essa ação de hoje porque se trata de proposição indígena concretizada. É isso que precisamos”, aponta.


Sem governo do Estado e sem políticos

Na assinatura do contrato entre os indígenas e o BNDES, em Mâncio Lima, não havia nenhum representante do governo do Estado do Acre e nem das prefeituras da região. A secretária Estadual dos Povos Indígenas, Francisca Arara, não compareceu. Os únicos políticos do evento foram o cacique Joel Puyanawa, anfitrião da comitiva, que é vereador de Mâncio Lima, e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Luís Gonzaga.


“Esse é um recurso importante que deverá ser bem aproveitado pelos indígenas em seus respectivos territórios”, disse Gonzaga.


Bittar foi criticado no evento

O senador Márcio Bittar, que divulgou um vídeo criticando a liberação dos R$ 34 milhões do BNDES, para as terras indígenas do Acre, foi criticado várias vezes no ato da liberação do dinheiro, em Mâncio Lima.


Bittar disse que os recursos do Fundo Amazônia são da Noruega, para comprar a soberania do Brasil. Ressalta ainda que o dinheiro deveria ser empregado na Br364 ou na ponte de Rodrigues Alves. “Essa ONG é uma das que foram ao MPF para proibir a Br364 de seguir até o Peru. Esse dinheiro é um cala boca da Noruega para nos proibir de prosperar aqui na Amazônia”, argumenta o senador.


Biracy Junior, do povo Yawanawa, do Rio Gregório, chamou Bittar de despreparado. “O senador Márcio Bittar mostra ser um despreparado com sua fala. Esse projeto se trata de uma reparação para nós indígenas. Ele poderia estar somando, mas julga sem saber. Os povos indígenas precisam ser respeitados e suas conquistas também” declarou.


Sobre Bittar, Marina Silva ressaltou que, para as injustiças, a resposta é o trabalho. “Nós já conseguimos reduzir o desmatamento na Amazônia em mais de 49%, retomamos a agenda de criação de Unidades de Conservação”.

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