Cargos de confiança tem prazo de validade e deveriam, por serem finitos, que seus ocupantes façam valer à pena. Além de currículo impecável, conduta ilibada, excelente reputação, os comissionados do alto escalão do governo do Acre precisam de estar informados e atualizados sobre tudo o que se passa acerca de suas Pastas.
A pior experiência é perguntar a um gestor qual avaliação ele faz de um determinado indicador, tema ou estudo e receber uma resposta que parece padrão: “Não vi. Vou me inteirar”.
E isso é real, não é dissimulação. O gestor de fato desconhece o beabá de sua seara, não tem números, informes e atualizações. Em geral, tomam conhecimento dos dados via imprensa.
A composição política não demanda tanta fragilidade. É possível dotar de nomes qualificados e atualizados os postos do alto e médio escalão do governo do Acre mediante um refinamento das escolhas. Na aliança partidária sempre há profissionais qualificados que podem suprir essa necessidade — mas o Estado se vê refém de grupos muitas vezes atrasados, retrógrados e, como já se falou, desinformados e desatualizados.
Não é concebível, por exemplo, que o secretário de Educação não disponha, imediatamente, dos dados atualizados pelas organizações educacionais públicas e do terceiro setor. Nada justifica que o gestor não tenha à mão indicadores do Estado, ao menos os gerais.
Ou que o Instituto de Defesa Agroflorestal não tenha nada a informar ao público sobre a mosca da carambola que está preocupando em regiões do Amazonas, Estado vizinho.
Esse let it be gerencial é o que empurra o Acre ao atraso: não sabem, não viram, vão ver como é que fica…
Sorte do eleitorado, da população em geral, que esses grupelhos têm prazo de validade e a cada minuto que passa aumenta a possibilidade de a gestão livrar-se deles.