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“Pinóquio”, “quenga”, “homem casado”: os atritos na audiência entre Ludmila e Yara Vittal

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Desde que a mãe e criadora de conteúdo Ludmilla Cavalcante passou a compartilhar em suas redes sociais a luta para obter a guarda de sua filha, boa parte das colegas de profissão e espectadores se engajaram na causa. Com isso, o número de seguidores subiu e cada vez se pôde ver o sucesso da influencer, que conseguiu atrair anunciantes e ganhar relevância, inclusive em páginas de jornais.


Com a atenção, no entanto, parte do público passou a questionar o estilo de vida, as polêmicas, e até a frequência com que Ludmila abordava o tema da briga judicial travada contra o ex-marido para tentar participar da criação da filha, que mora com o pai, sugerindo que a atitude era forçosa e que pode haver mais nesta batalha jurídica do que o que foi revelado.


Figura agora antagônica à Ludmila, Yara Vittal faz parte de um pequeno grupo de influenciadores no Acre que passaram a tecer comentários sobre a vida de Ludmila, inclusive com insinuações de que a mesma estaria tendo relacionamento com um homem casado. Por outro lado, em suas redes sociais, a mãe da pequena Antonella desabafa, troca acusações e mesmo sendo figura pública e questiona: qual o limite entre um comentário e a ofensa?

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Para responder definitivamente à questão, Ludmilla Cavalcante entrou na justiça em 2022 com uma ação de reparação de danos morais contra Yara, em razão do que considera publicações ofensivas nas redes sociais e pede R$ 50 mil de indenização.


Por isso, na última terça-feira, 27, a juíza de direito Zenice Mota Cardoso, da 1ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco, teve que ouvir quatro testemunhas num processo movido por Ludmilla Cavalcante através da advogada Sonia Meirelles, contra Yara Vittal, que esteve acompanhada das advogadas Ana Luiza Prata e Fabiula Albuquerque. Ambas as partes também participaram da audiência por meio de videoconferência.


Durante a inquirição, foram ouvidas Geovana Sodré (assessora de Ludmilla), Tâmara Vieira (dentista e influenciadora), Alex Thomas (influenciador), e a autônoma Maria de Fátima (seguidora das partes), mas apenas esta última pôde ser ouvida como testemunha, visto que as três primeiras arroladas foram consideradas suspeitas pelo envolvimento com as partes e acabaram sendo ouvidas na condição de informantes.


Geovana Sodré afirmou que com os comentários de Yara, Ludmilla passou a perder contratos. “Eu não sei a motivação disso [do início dos comentários], mas atrapalha o nosso serviço. Sempre que ela foi exposta atrapalhou muito, perdemos contrato de meses. A partir do momento que se comenta sobre vida amorosa, falando de relacionamentos com homens casados, que é algo que ela não posta, talvez não seja legal expor de forma pejorativa”, afirma.


A defesa de Yara Vittal, entretanto, questionou se é proibido comentar a vida particular de terceiros e entende que os comentários expostos pela cliente são baseados no que é divulgado pela própria Ludmilla em suas redes sociais.


Já a influenciadora Tâmara Vieira disse à juíza que Ludmilla também já fez comentários que podem ser considerados ofensivos à Yara Vittal, publicamente. “Já ouvi ela falar da Yara algumas vezes. [Chamava de] sebosa, nojenta, alguma coisa assim. A Yara fazia comentários como todo mundo faz em Rio Branco, em nenhum momento ela espraguejou a Ludmilla”, disse Tâmara. “Chamar a Ludmilla de mentirosa é um comentário ou uma ofensa?”, questionou a advogada Sonia Meirelles. “É uma ofensa também, né?”, admitiu Tâmara.


O influenciador Alex Thomas, colocado como testemunha por Yara Vital no processo, teve primeiramente trabalho para convencer a juíza do caso de que poderia falar como testemunha, e disse não ter laço de amizade com Vittal. “Colegas de rede social. A gente não anda na casa um do outro”, afirmou.


A fala foi contestada pela defesa de Ludmilla, que mostrou uma foto de Alex e Yara juntos. “São amigos íntimos, e também ele é inimigo capital da Ludmilla”, apontou Sonia Meirelles. Por isso, Thomas passou a ser ouvido na condição de informante.


Segundo Thomas, o mesmo recebeu gravações que mostravam Ludmilla fazendo ofensa à Yara Vittal. “Vi chamando ela de quenga. Eu acho que a senhora Yara não é quenga né, eu acho, creio eu”.


– Chamar uma pessoa de mentirosa, de Maria Pinóquio, pro senhor é um comentário ou é uma ofensa? – questionou a defesa de Ludmilla a Alex Thomas.


– Mentirosa acredito que é um comentário, e Maria Pinóquio não sei o motivo – respondeu Alex.


– O senhor sabe quem é Pinóquio? – perguntou a juíza.

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– Não, não sei – disse Alex Thomas.


Seguidora de ambas as influenciadoras, a autônoma Maria de Fátima testemunhou dizendo que pelo que acompanha, considera que os comentários realizados por Yara Vittal são baseados em informações expostas por Ludmilla, e afirmou que durante uma live, Ludmilla xingou Vital.


Nas considerações finais, a defesa de Yara Vittal afirmou que a situação em que as partes se encontram é de conflito entre direitos constitucionais. Ëm primeiro lugar, Ludmilla diz que teve a honra atingida. Mas, de fato, verificamos que estes conteúdos são trazidos ao público por ela mesma, a própria é uma figura pública e, com suas palavras, com notoriedade nacional. Dito isso, é impossível que a própria Ludmilla queira censurar, controlar e diligenciar o que as pessoas, seguidores e jornais emitem. Qualquer procedência dessa ação judicial levaria à imposição de censura”.


O processo agora está concluso para julgamento e divulgação da sentença. As advogadas das partes ainda podem protocolar alegações finais no processo para reforçar seus argumentos. A decisão final deve ser exposta em breve.


Veja o vídeo da audiência:

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