Produtores rurais das margens do Rio Acre que usam a casa de apoio mantida pelo Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária do Acre (Deracre) em uma balsa atracada no bairro da Base estão denunciando que o órgão estadual não está dando a devida atenção ao espaço que enfrenta problemas decorrentes da alagação.
Ocorre que com a necessidade de o fornecimento de energia elétrica ter sido suspenso na região por conta da enchente, os ribeirinhos que estão se abrigando na casa de apoio estão reclamando à autarquia soluções para problemas decorrentes dessa situação. Segundo dois deles, alimentos estão se estragando nos freezers e falta água para beber.
Elza Duarte de Oliveira, que está no local com três filhos, confirma que não há luz nem água para beber ou tomar banho. “Não tá bom, não. Não tem luz e nem água para beber ou tomar banho, além dos alimentos se estragando”, disse. Ela veio a Rio Branco para resolver problemas de saúde de um filho, receber o seu auxílio e comprar material escolar das crianças.
Outro ribeirinho, João de Souza, diz que falta do Deracre uma atenção melhor com os usuários. “Não está à altura do que o pessoal precisa. O povo está às escuras de noite e de dia não tem água”, afirmou. Segundo ele, falta uma caixa d’água de 5 mil litros para estocar água do Saneacre e de um gerador de energia para tirar as pessoas da escuridão à noite”, reforçou.
As queixas foram comunicadas à Assessoria de Comunicação do Deracre para que um retorno pudesse ser dado aos ribeirinhos. Quem respondeu foi Gabriel Freire, depois de ter repassado as reclamações à direção do órgão, que alegou estar trabalhando neste período de calamidade pública para atender as necessidades das famílias da capital.
“A balsa de acolhimento dos ribeirinhos que fica ancorada no bairro da Base, próximo ao centro de Rio Branco, é um ponto de passagem e, no ano passado, esse espaço recebeu manutenção e segue atendendo às famílias na medida do possível”, disse o assessor.
A casa de apoio passou por reparos no ano passado depois de ter tombado durante uma cheia repentina do Rio Acre, tendo apresentado problemas nas boias de sustentação. A embarcação é utilizada para a hospedagem dos ribeirinhos que chegam de diversas localidades rurais ou apenas para a ancoragem de seus barcos.
