Pelo menos 41 alunos e 1 professor do curso de Psicologia da Universidade Federal do Acre (UFAC), estão presos nas rodovias federais de Rondônia há quase 1 semana, por causa das manifestações de grupos bolsonaristas contrários a eleição presidencial.
Com suprimentos esgotando, sem locais para tomar banho e poucos remédios, os estudantes que retornam de um congresso em São Paulo, para a capital acreana, foram barrados mais uma vez, dessa vez na saída do município de Jaci Paraná.
“Em nosso retorno, passando pelo estado de Rondônia fomos surpreendidos com vários bloqueio, fazendo com que ficássemos retidos e impossibilitados de seguir. Nesse período fomos alvos de ofensas, falta de privacidade, olhares e comentários invasivos”, afirma Kássia Geovana, responsável pela comissão que organizou a viagem.
Em alguns momentos, os acreanos receberam ajuda da Universidade de Rondônia (UNIR) e passaram 2 dias abrigados em uma instituição federal do Estado, dormindo “em cadeiras, no chão e em cima de mesas”.
Segundo Geovana, mesmo com o auxílio que receberam da Secretaria Municipal de Cacoal, que forneceu medicamentos para os integrantes que tem diabetes e hipertensão, e da UFAC, que arrecadou fundos para auxiliar na alimentação e higiene, com mais essa parada, não vai ser suficiente.
“É uma situação complicada de todas as formas. A UFAC está fazendo todos os esforços para tirar a gente daqui, o Ministério Público foi acionado, mas não tivemos um retorno enquanto a isso. Estávamos em uma atividade acadêmica e agora há dias nessas estradas. É inadmissível que nada seja feito. Reforçamos o pedido para que as autoridades responsáveis se comprometam com a resolução da situação”, afirmou.
Nesta segunda-feira, 21, a Polícia Rodoviária Federal anunciou em comunicado o bloqueio de 8 pontos nas estradas de Rondônia. No último sábado, 19, durante a desobstrução de uma das vias, foi necessário o uso da força, havendo o confronto entre a tropa de choque e manifestantes, mas o local foi fechado novamente horas depois.
Veja o vídeo:
