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“Não tomarás em vão o nome do SENHOR, o teu Deus, pois o
SENHOR não deixará impune quem tomar o seu nome em vão”
(Êxodo 20:7)


Desde criança tenho boas referências evangélicas. No bairro da Cerâmica, onde eu morava, a passagem de homens e jovens trajados de paletós, moças e senhoras com vestidos ou saias com barras abaixo dos joelhos em direção à Igreja Batista, em frente ao antigo prédio do Banacre, era uma cena dominical que não me sai da memória.

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Ainda lembro dos grupos que distribuíam a revista Sentinela, das Testemunhas de Jeová..


É inegável e inquestionável a importância das várias denominações evangélicas. Entre as mais importantes teorias econômicas que se dedicam a explicar a origem da riqueza do homem, tem destaque a que relaciona essa origem à religião, destrinchada por Max Weber em seu livro A Ética Protestante.


Resumidamente, a teoria justifica a disciplina ao trabalho como matriz do crescimento e da prosperidade. Não por acaso as maiores economias mundiais são predominantemente protestantes.


Naquela época não se via e tampouco se ouvia falar em pastores atuando como cabos eleitorais nem de igrejas sediando verdadeiros comitês partidários. Se tinha, era de forma muito discreta.


Embora a maioria dos evangélicos ainda seja composta de gente realmente dedicada ao evangelho e à recuperação de pessoas, uma minoria de laranjas podres acaba comprometendo a imagem de toda caixa.


Durante os 12 privilegiados anos de mandato como deputado estadual, presenciei fatos que me levavam a refletir se alguns pastores e crentes não tinham medo de enfrentar a ira do castigo divino, diante das maracutaias que faziam como se fossem procuradores de Deus aqui na terra e nos montes.


Votar na preferência do pastor era um dos caminhos curtos para receber as bênçãos.


Na verdade, faziam da suposta fé deles um instrumento de extorsão do suado dinheiro de pessoas, geralmente carentes e suscetíveis.


Certa vez fui receber o pagamento de aluguel de um pastor e já sabendo das histórias de esperteza dele, perguntei-lhe: “Meu pastor, qual candidato seu ‘deus’ vai apoiar nestas eleições?”. Sem gaguejar, veio a resposta: “Vou apoiar aquele que alugar minha aparelhagem de som.”


Também tive como extraordinária e adimplente locatária uma importante organização evangélica. Nada contra o dízimo, afinal as igrejas tem custos para se manterem em funcionamento e para manter suas atividades pastorais.


O fato relevante é que o padrão do imóvel locado estava diretamente vinculado ao poder de convencimento do “pastor” na capacidade de arrecadação de ofertas.


Quanto mais eficiente e mais moedas no caixa da igreja, melhor o imóvel de residência.


Conheço um senhor de quase 90 anos, evangélico desde criança, que me relatou a fala de um diácono da igreja dele: ao passo que anunciava o dia do aniversário do “pastor” também deixava claro que o pastor dava preferência para os mimos em dinheiro vivo.

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Infelizmente, nos últimos anos, a fé foi mercantilizada por um grupo de espertalhões que se autodenominam pastores, bispos e apóstolos para usar e abusar da fragilidade espiritual das pessoas.


O segmento evangélico é tão forte que o presidente da República apresentou o ministro André Mendonça, um advogado de competência jurídica amplamente reconhecida, como uma mera indicação “terrivelmente evangélica”.


No campo da política, os falsos evangélicos atuam com maestria para intimidar a sociedade com valores que estes mesmos infringem.


Nos últimos dias o Acre assistiu uma candidata evocar o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo e de Deus em vão de forma profana, cínica e cênica em busca de votos.


Triste da nação cujo deus é o Malafaia, o Valdemiro Santiago, o Edir Macedo, entre outros


Escrevi deus com “ d” minúsculo porque Deus com “D” maiúsculo não é um assunto para política suja.



Luiz Calixto escreve todas às quartas-feiras no ac24horas


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