O secretário da Casa Civil do Estado do Acre, José Ribamar Trindade, teve sua indicação aprovada para compor o conselho do Tribunal de Contas do Estado do Acre após ser sabatinado nesta sexta-feira (30) em comissão especial da Assembleia Legislativa. Ele, que foi indicado pelo governador Gladson Cameli, deverá ocupar a vaga do falecido conselheiro José Augusto de Faria.
Trindade resumiu sua trajetória de homem simples e trabalhador, desde a infância em seringal: foi quebrador de concreto em Rio Branco, trabalhou na Prefeitura da capital, estudou duro e formou-se em Direito, advogando inicialmente em empresa privada.
“Tinha pelo conselheiro José Augusto respeito e admiração”, disse, relatando sobre acidente ocorrido em 2002 usando muletas por cinco anos e que contou com apoio de Augusto nesse período difícil.
Trindade esteve no TCE e também contou com apoio de outros integrantes do Tribunal, entre eles, o conselheiro Antônio Malheiro, responsável por aproximá-lo da família Cameli.
Atualmente, como secretário da Casa Civil, Ribamar diz estar lutando para acertar e fazer o melhor para o Acre.
O deputado Gerlen Diniz, Líder do Governo na Aleac, parabenizou o indicado ao TCE e se disse “satisfeito” com a escolha. De seu lado, Cadmiel Bonfim também avaliou positivamente a indicação. “Com certeza fará um grande trabalho no TCE”.
O deputado Neném Almeida se manifestou à disposição do indicado e o parabenizou pelo novo desafio. Jonas Lima, da ala oposicionista, parabenizou o governador pela escolha. “É muita alegria ver um homem simples chegar a conselheiro do Tribunal de Contas”, disse.
Fagner Calegário disse acreditar que Ribamar foi escolhido pela capacidade e por conhecer o funcionamento do TCE e perguntou qual posicionamento do indicado à adesão de atas de compras. “As chamadas ´caronas´ é para gerar economicidade na aquisição de bens e contratação de serviços e o que se deve observar é se o processo que a originou preenche todos os requisitos”, respondeu Trindade. Calegário entende que não há como utilizar preços do Distrito Federal com os do Acre, exemplificou.
O deputado Edvaldo Magalhães lembrou que as escolhas do TCE sempre foram marcadas por polêmicas. Ele relembrou as escolhas que participou como Líder do Governo e depois presidente da Aleac. “O fato do governo ou do governador indicar alguém de sua proximidade não pode ser fruto de questionamento político porque é da tradição”, disse, observando que não há nada que desabone a indicação de Trindade, porém citou a polêmica sobre o nome da auditora de contas Maria de Jesus, que ocuparia vaga “carimbada” de conselheiro para auditor do TCE. E perguntou: “o senhor está convicto de não haverá discussão nos tribunais em função de que a vaga pertence aos auditores fiscais?”.
Nesse momento, houve bate-boca entre Edvaldo e Roberto Duarte, que entendeu não ser adequada a pergunta pois a questão já está na justiça. Magalhães se sentiu censurado.
No entanto, Trindade respondeu ao questionamento elogiando Maria de Jesus. “Não li nenhuma linha do mandado de segurança da Associação de Auditores, mas fui aos poucos me aprofundando e vi que nos tribunais superiores não há flexibilização sobre a idade”, disse Trindade, afirmando que foi Deus quem deu a ele a oportunidade de ser conselheiro.
Pedro Longo comentou sobre a questão pedagógica do TCE e Trindade citou a Escola de Contas, unidade que tem formado gestores em diversas áreas. Outros deputados falaram sobre Ribamar e o relator da comissão, Gerlen Diniz, leu o relatório aprovando a indicação.