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Lula, a bola da vez

Petistas e outros admiradores de Luiz Inácio Lula da Silva já andam a espalhar que a prisão de Eduardo Cunha, autorizada pelo juiz federal Sérgio Moro, não passa de uma desculpa para encarcerarem o primeiro.


Enquanto Cunha esteve livre, leve e solto, argumentavam os energúmenos que a Justiça só tinha olhos para o PT. Mandado à prisão o ex-presidente da Câmara, o hinário agora traduz as convicções dos que se acham, de fato, os verdadeiros perseguidos políticos.


Cunha foi preso, entre outras razões, porque possuía contas não declaradas no exterior, dupla nacionalidade – o que presumia a possibilidade de fuga –, patrimônio 20 vezes superior aos rendimentos declarados e também por tentativa de obstrução da justiça. Pesou contra ele ainda o fato de ter sido citado em delações premiadas como o extorsionário encastelado nas hostes do poder.


Lula é réu em três processos, dois deles por não ter declarado supostos bens móveis – o sítio em Atibaia e o tríplex no Guarujá, que ele nega lhe pertencerem. Além disso, é apontado pelo Ministério Público Federal como o comandante máximo da roubalheira na Petrobras, da qual seu partido, o PT, recebia, junto com o PMDB e o PP, entre 1% e 3% de todos os contratos firmados com empreiteiras que – ora, vejam! – custearam as palestras milionárias do ex-presidente.


Ah, sim, e o petista também é acusado de ter tramado, junto com a presidenta deposta e outros membros da cúpula do partido, assumir a Casa Civil no governo sepultado para se ver livre de Sérgio Moro.


Ao brasileiro pagador de impostos e cansado das tramoias políticas que levaram o país à bancarrota, a prisão de Eduardo Cunha se configura em indício de que algo mudou no país da impunidade.


Mas para o esquerdista empedernido, cuja obsessão é repetir a cantilena de que Lula tem sido tiranizado pelos reacionários de toga, o destino de Cunha serve apenas para justificar a prisão do líder petista.


Houve até quem usasse, ao gosto do ex-presidente, uma metáfora futebolística para descrever a situação. Segundo o celerado, a prisão do flamenguista Cunha só se deu para validar o futuro encarceramento do corintiano.


Na mesma linha de raciocínio, pode-se dizer que essa gente, mesmo com a zaga em frangalhos e o goleiro expulso, segue no ataque na tentativa de marcar algum gol.


O PT recorrerá a instituições internacionais para denunciar a “perseguição” da justiça contra Lula. A meta é fazer chegar à ONU e à OCDE – a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico –, entre outros, o grito dos “injustiçados”.


Enquanto isso, Cunha, o “homem de gelo”, articula a contratação de uma banca de advocacia especializada em delação premiada. Ao que tudo indica, ele quer botar a boca no trombone.


É tudo o que querem os petistas, desde que as declarações de Cunha, claro, não atinjam ainda mais o combalido PT e o cambaleante Luiz Inácio.


Afinal, essa gente só acredita no crime quando ele é cometido pelos adversários.


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