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Mecanização é levada às terras afetadas pela cheia do Rio Acre

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unnamedA Prefeitura de Rio Branco segue apoiando os produtores rurais prejudicados com a cheia do Rio Acre, que em 2015 não precisam pagar o combustível do maquinário utilizado na mecanização agrícola. Estão sendo mecanizadas terras que ficaram submersas pela enchente nas comunidades do Belo Jardim Ribeirinho, Catuaba, Vista Alegre, APA do Amapá, Colibri, Limoeiro, Liberdade, Quixadá, Panorama, Oriente (além de uma tentativa de acordo com o Governo do Estado para mecanizar as terras baixas do Projeto de Assentamento Moreno Maia).


A Prefeitura esteve presente em todos os momentos da grande cheia. Entre as ações desenvolvidas pela Secretaria de Agricultura e Floresta (SAFRA) na alagação estavam a distribuição de cestas básicas, hipoclorito para tratar água –e até mesmo água potável em galões de 20 litros – kit limpeza, entre outros. A SAFRA também procedeu o deslocamento de equipamentos, como embarcações e até tratores para que os produtores pudessem antecipar a colheita e retirar parte da produção. Com essa estratégia a SAFRA acabou evitando que o prejuízo decorrente do transbordamento do rio Acre fosse ainda maior. “Perdemos tudo. Não fosse a Prefeitura nos ajudando teria sido muito pior”, disse Edmir Costa, que imediatamente à conclusão da destoca está plantando a macaxeira na mesma área que ficou alagada. Tão logo as águas baixaram, Edmir reconstruiu sua horta e segue vendendo a produção de alface, pimenta, cheiro verde na Feira da Agricultura Familiar do Bairro Santa Inês, aberta todas as terças-feiras. “Eu não parei. A água foi baixando e eu fui plantando tudo de novo. É disso que eu vivo”, diz o agricultor, cuja colônia está localizada no Ramal da Cigana, na comunidade do Catuaba.


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A proposta da SAFRA é mecanizar 700 hectares do total de terras inundadas pela maior tragédia natural da história de Rio Branco. E tudo de graça, sem custo algum ao produtor. “Ainda bem que a SAFRA trouxe essa surpresa para nós. Muita gente não teria como pagar o óleo diesel e acabaria ficando sem a mecanização. Consequentemente, não plantariam”, diagnosticou o presidente da Associação de Produtores Rurais do Catuaba, Raimundo Afonso, ele próprio vítima da cheia.

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As chuvas que castigaram o Acre de outubro de 2014 a março de 2015 afetaram drasticamente e de forma significativa todo o Estado, fenômeno que causou impactos socioeconômicos e ambientais negativos profundos nas comunidades alagadas.


Na área rural, aproximadamente 3 mil famílias abrangendo cerca de 13,4 mil pessoas foram prejudicadas, levando a um grande número de desalojados e desabrigados. O custo total estimado do evento na área rural foi de R$ 146 milhões entre danos e prejuízos, sendo R$30 milhões somente em Rio Branco. Cerca de 36% dos prejuízos econômicos ou R$ 53 milhões foram relacionados ao setor público, principalmente, aos danos e perdas das estradas vicinais, pontes e bueiros. No setor privado os prejuízos estimados foram de R$ 92,8 milhões ou 64%, verificando perdas e danos que sugerem grandes esforços e desafios para recuperação após a alagação. Nesse montante de prejuízos está relacionado, principalmente, às perdas e danos na agricultura e pecuária. Os maiores prejuízos na agricultura estão relacionados às culturas da banana e mandioca, seguidas pelo milho, frutíferas, hortaliças e arroz. Na pecuária os principais prejuízos estão relacionados aos danos e perdas de cercas e pastagens. Bebé, antigo colono do Catuaba que prefere ser chamado pelo apelido, diz que perdeu muito com a cheia, mas ao ver que a água poderia subir além do normal, abriu um roçado na parte alta do imóvel –e toda produção foi salva. “Perdi oitenta mil covas na beira do rio”, disse ele trabalhando com os filhos no beneficiamento da macaxeira colhida nas terras altas.


Recuperação pode render até R$20 mil por hectare
Com a mecanização das áreas que foram alagadas a custo zero, a SAFRA reduz substancialmente os prejuízos e leva os agricultores a ganhar tempo no plantio e na colheita, que necessariamente deve ocorrer em oito meses. “Nunca tinha visto, na minha vida, uma tragédia como essa”, disse Antônia Auxiliadora Souza Carvalho, a Dorinha, moradora do Ramal da Cigana, no Catuaba, mostrando o que restou do macaxeiral que ficou submerso. Depois que as águas baixaram, as raízes não prestaram para mais nada.


O trator da SAFRA disponibiliza quatro horas de seus serviços para cada colono. Na colônia de Dorinha, a SAFRA está mecanizando um hectare (média adotada pelos produtores). É possível, segundo estimativas de Jorge Rebolças, que nesse módulo sejam produzidas 700 sacas de macaxeira, o que resulta em sete toneladas de goma. Se vendida a R$3,00 o quilo (preço corrente) o faturamento pode chegar a R$20 mil com essa produção.


O filho de Dorinha, João Paulo, não perdeu tempo e enquanto o trator movimenta a terra já vai preparando as manivas para serem plantadas tão logo o solo esteja pronto.


Prefeitura quer atender 70% das terras alagadas
A SAFRA pretende levar a mecanização a cerca de 70% das terras que foram alagadas, arando e destocando média de um hectare por produtor. Isso corresponde a mais de 700 hectares, valor que pode atender a 1.000 famílias, já que há compartilhamento de terras nos núcleos familiares.


O trabalho começou na segunda quinzena de junho, calendário atrasado por causa do prolongamento das chuvas. Mas 37 famílias do Catuaba, onde está a maior parte dos equipamentos da SAFRA, foram ou estão sendo contempladas. O agricultor Raiclei Onofre de Barros mora há 22 anos no Catuaba e nesta quinta-feira, 9, o tratorista Assis, que trabalha há 35 anos na Prefeitura de Rio Branco, chegou à Colônia Santa Maria. Ali, Raiclei Onofre plantará nos próximos dias 10.000 covas de macaxeira para produção de goma, e se diz muito agradecido pelo que a Prefeitura de Rio Branco tem feito a ele e seus vizinhos. “Nos ajudaram durante a alagação, estão sempre por aqui e agora trouxeram a mecanização sem gasto para nós”, disse Raiclei.


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