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Marina Silva – “As maiores ameaças para o Brasil são o atraso na política e a corrupção”

Marina e Nelson 3b


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O cenário da entrevista não poderia ser mais adequado em relação ao conteúdo da personagem. Um entardecer de quinta, 18, no Alto Santo, Rio Branco, com o canto de centenas de pássaros nas árvores, no quintal da casa do jornalista Toinho Alves, amigo e assessor de Marina Silva (Rede). O bate-papo com a acreana mais conhecida na atualidade do planeta aconteceu dois meses depois dela ser ungida com 22 milhões de votos à presidência da República. E indicada recentemente pelo jornal londrino Financial Times como a mulher destaque do ano.


Marina Silva contradiz a sua fragilidade física aparente com um conhecimento da realidade social brasileira que impressiona. Talvez pela sua origem nos seringais acreanos, Marina consegue dosar a humildade com a veemência das suas críticas ao momento político e social brasileiro. Ela falou sobre a corrupção que campeia o país. Sobre as possíveis consequências da desatenção humana com as questões ambientais que têm gerado tragédias como a falta de água em São Paulo e a cheia do rio Madeira que isolou o Acre.

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A candidata ainda destacou que não pretende permanecer no trono perpétuo de candidata. Lamentou os ataques violentos que recebeu durante a campanha, dos “ex-companheiros” que a decepcionaram e projetou o seu futuro político. A entrevista exclusiva foi gravada também para a televisão e será exibida nesta terça, 23, na TV Juruá de Cruzeiro do Sul.


Nelson Liano Jr. –  A senhora viveu recentemente uma verdadeira batalha na disputa pela presidência da República. Qual a avaliação que a senhora faz desse momento político brasileiro?


Marina Exclusivo 1Marina Silva – Primeiro é um momento de muitos desafios, expectativas e de uma certa perplexidade. Acho que estamos vivendo um momento difícil da história do nosso país que está com baixo crescimento econômico e inflação elevada, juros altos e inúmeros casos de corrupção o tempo todo na mídia. E até mesmo, uma empresa que até bem pouco tempo estava nas páginas econômicas e científicas, agora, está nas páginas policiais do Brasil e do mundo. É a Petrobras que teve o seu patrimônio completamente dilapidado e que agora está reduzido a metade do que valia há quatro atrás e quatro vezes mais endividada. Então vivemos um momento difícil da nossa histórica econômica e política. Com a ameaça daquilo que a duras penas conquistamos, a estabilidade econômica e as conquistas sociais. Eu sempre dizia desde 2010 que a maior ameaça para o Brasil é o atraso na política. Esse atraso vive a sua mais profunda radicalização e a sua face mais abominável.


NL – Na opinião da senhora por que aconteceu isso? Recentemente eu conversava com um ex-guerrilheiro de esquerda que combateu a Ditadura Militar assim como a senhora que aqui no Acre participou dos movimentos de mudanças sociais e de preservação da floresta e questionava o resultado desses movimentos. Toda essa gama de atores que participaram da transformação do Brasil e que levaram a esquerda ao poder. E a gente com esquerda no poder assiste o que recentemente o New York Times em editorial chamou de maior escândalo da história dos países democráticos do planeta, esse caso do Petrolão. O quê aconteceu no percurso dessas forças políticas liberalizantes que conquistaram o poder, mas acabaram gerando esse escândalo sem precedentes?


MS – Eu costumo dizer que o problema da corrupção precisa ser encarado de uma outra maneira. Enquanto as pessoas acharem que a corrupção é um problema da Dilma (PT) (presidente), um problema da esquerda, um problema da direita, um problema do centro, do PT, do PSDB, do PC do B, do PMDB, da Rede, do PSB. Enquanto se achar isso vai ter corrupção feia. A corrupção só vai ser resolvida quando virar um problema nosso, de todos os cidadãos e cidadãs brasileiras. Eu tenho um exemplo. Se a democracia fosse um problema dos militares até hoje teríamos uma ditadura. Se a escravidão fosse um problema dos senhores donos de engenho até hoje teríamos escravidão. Quando esses problemas viraram problemas da sociedade brasileira de poetas, de artistas, de economistas, de filósofos, de políticos, de religiosos e de todas as pessoas nós acabamos com a escravidão e reconquistamos a nossa democracia. O mesmo aconteceu em relação a estabilidade econômica. Enquanto era um problema dos economistas a gente tinha uma inflação galopante e quando virou um problema da sociedade conseguimos a estabilidade econômica. Enquanto a pobreza era um problema da caridade das pessoas a gente tinha miséria. Quando virou um problema da sociedade a gente até tirou quarenta milhões de pessoas da pobreza. A grande questão é que essas questões não podem ser encaradas como a conquista de uma pessoa, de um grupo político ou de um partido. Elas têm que ser encaradas como conquistas da sociedade sem institucionalização. Um programa como o Bolsa Família não pode ser entendido como um favor às pessoas que necessitam, mas como um direito. E para que seja um direito é preciso que seja transformado em lei e ao ser lei evita que quem está no poder diga: “olha se nós não formos perpetuados no poder você vai perder esse direito.” Você já ouviu alguém dizendo que você pode perder a sua previdência? A tua escola? O direito à saúde pública? Não, porque isso está na lei e na Constituição Federal. Temos que começar a tratar a corrupção como um problema nosso que precisa da investigação autônoma pelo Ministério Público, pela Polícia Federal, pelo Tribunal de Contas e pela imprensa livre. Para que sejam punidos os culpados independente de quem sejam de forma exemplar. Não para que este ou aquele grupo fature com essa degradação e o lamaçal que está ai. Não é para isso, mas para que a gente melhore a qualidade das instituições, melhore a qualidade da política e dos políticos principalmente.


NL – Como jornalista político a gente acaba criando mitos através das informações dos sites, das televisões, das redes sociais. E a gente acaba esquecendo que cada político, cada candidato é um ser humano tem o seu emocional. Como a senhora se sentiu nessa campanha massacrante em alguns momentos, como aqui no Acre, quando pessoas que foram companheiros da senhora do tempo do movimento de esquerda popular da igreja e do PT escreveram artigos contra a senhora, fazendo críticas pesadas. Como senhora se sentiu ao ver ex-companheiros, alguns com os quais a senhora tinha até relações pessoais, se voltarem contra a senhora por uma questão política e eleitoral?   


MS – É claro que é um processo doloroso. Mas eu sempre dizia que preferia sofrer injustiça do que praticar injustiça. Agradeço a Deus porque terminei essa campanha e ninguém pode dizer que me viu atacando injustamente essa ou aquela pessoa. Eu continuo tratando com respeito a todas as pessoas, inclusive, essas que tive a oportunidade de caminhar com elas durante uma boa parte da minha vida. Preferi sofrer as injustiças do que provoca-las. Seja contra a Dilma, contra o Aécio (PSDB) ou quem quer que seja. Eu dizia que era preferível perder ganhando do que ganhar perdendo. A gente perde ganhando quando sai maior do que entrou e nós saímos sim maiores. Em 2010 foram 19 milhões e 600 mil votos, agora, foram 22 milhões e enfrentando uma artilharia pesadíssima que ninguém jamais imaginou que pudesse existir na história política desse país. Mesmo assim tivemos uma votação muito expressiva com dois minutos de televisão, com poucos recursos e muita dificuldade porque foi uma campanha com menos de 60 dias após a tragédia que foi a morte do Eduardo Campos (PSB). Mas existem aqueles que ganharam perdendo. E quando se ganha perdendo é que para ganhar é preciso abrir mão dos princípios, dos valores e, principalmente, da ética. Há limites e regras para tudo, até para a guerra. Na política que é uma disputa eleitoral não pode ser diferente. Eu não posso dizer qualquer coisa do meu adversário. Quando eu via as pessoas dizendo que eu iria acabar com a Bolsa Família, com Bolsa Escola, Minha Casa, Minha Vida, com o São Francisco, com o Pronatec, com o ProUni. Que eu iria acabar o Círio de Nazaré, eu pensava: “meu Deus só seu eu for a exterminadora do futuro.” Era um conjunto de mentiras e calúnias para me aniquilar. Mas agradeço a Deus e ao povo brasileiro porque saímos maiores do que entramos e com esse sentimento de que é melhor sofrer injustiça do que praticar. Eu não suportaria ter na minha consciência e na minha trajetória de vida o que foi feito em relação a mim se eu tivesse feito isso com uma outra pessoa.


NL – Marina, a senhora ajudou a criar o projeto da Frente Popular do Acre que vai agora para o seu quinto governo seguido. Um projeto que originalmente tinha como base a Florestânia, os valores de preservação ambiental, de produção sustentável. Esse projeto político, segundo até o ex-governador Binho Marques (PT) sofreu mudanças radicais de direção. Algumas mudanças, inclusive, que se parecem até com o projeto de oposição do Estado. Como a senhora vê esse atual Governo do Estado que de uma certa maneira abandonou esses princípios de sustentabilidade e vive um outro momento muito diferente daquele da criação da FPA. Como a senhora analisa isso?


MS – Primeiro a gente tem que olhar a trajetória que o Acre vinha. Se tivesse continuado no mesmo caminho isso aqui seria terra arrasada como aconteceu em outros lugares. Por uma questão de justiça houve um freio durante um período muito significativo. Demarcação da terra dos índios, criação de unidades de conservação, o combate à violência. Graças a Deus nós não temos uma situação hoje como tínhamos há 26 anos atrás. Dia 22 vai fazer 26 anos do assassinato de Chico Mendes. Graças ao esforço do povo acreano e de todo aquele campo político que se contrapôs àquele processo de degradação e violência. Uma outra coisa é que quando se fala em desenvolvimento sustentável não é que não vai ter industrialização, não vai ter agricultura, não vai ter estrada e nem energia. Mas é que tudo isso terá que se feito em bases sustentáveis. E o esforço que precisa ser feito não só no Acre, mas no Brasil e no mundo é que a gente possa gerar energia, gerar emprego, produzir com mais investimento em tecnologia, conhecimento e diversificação das atividades econômicas. Não pelo velho caminho de utilizar os recursos naturais de forma desastrosa. É só ver o que está acontecendo com São Paulo a beira de uma catástrofe por falta de água. Muitos cientistas estão dizendo que a causa são os 20% que foram destruídos na Amazônia. Esse caminho tem que ser interrompido. Lamentavelmente há sim um retrocesso acontecendo na agenda ambiental do mundo inteiro e no Brasil que se agravou nos últimos quatro anos. O governo da presidente Dilma é claramente um retrocesso na agenda sócio-ambiental. Quase não se demarcou unidades de conservação e nem terras indígenas que não chega nem a um milhão de hectares. Durante a minha gestão no governo do presidente Lula (PT) foram 24 milhões de áreas de reservas.  Nos governos do Fernando Henrique (PSDB) e do Collor houve muita demarcação  de terra indígena. No período da Dilma ele não só não fez demarcações como ainda criou uma lei para diminuir as unidades de conservação que tinham sido feitas em outros governos. Agora, tem uma lei tramitando no Congresso para retirar do poder executivo a prerrogativa de demarcar terras indígenas e transferir para o Congresso. Se isso acontecer nunca mais se vai demarcar uma terra indígena. Além dos mais há todo uma discussão que vem sendo feita na agenda de energia que significa um grande retrocesso. Basta ver o que aconteceu com o etanol. O Brasil tem tecnologia de 40 anos pra melhoramento genético de cana de açúcar. Que chamamos de tecnologia metálica e biológica com alto grau de inovação e produtividade. Hoje nós temos cerca de 70 usinas que foram fechadas, mais de 40 em recuperação judicial, o setor tanto de insumos de álcool e açúcar está em decadência. Isso é uma política errática do atual governo que prejudica o meio ambiente. Porque a emissão de CO 2 ajuda no aquecimento global. A presidente Dilma foi para a ONU e não assinou o acordo de proteção de florestas e não implementou o acordo para proteger a biodiversidade. Mas acho que isso muda com uma ação cada vez maior da sociedade. Acredito que se empresários, governos locais, a sociedade, começarem a fazer a sua parte haverá mudanças. Porque estamos vivendo a beira de uma ameaça.


NLCriticaram muito a senhora quando foi ministra do meio ambiente em relação a criar dificuldades para a liberação de licenças ambientais para a construção das usinas hidroelétricas do rio Madeira, em Rondônia. E o Acre nesse inverno de 2013 ficou isolado com a BR 364 inundada. Algumas pessoas atribuem às usinas hidroelétricas que foram construídas esse excesso de água. Alguns cientistas, inclusive, chegaram a ventilar essa possibilidade. A senhora acha que essas hidroelétricas não foram construídas da maneira adequada do ponto de vista ambiental gerando esses problemas?


MS – Quando as licenças ambientais estavam sendo dadas havia uma pressão e uma crítica muito grande porque nós alertávamos de que as licenças deveriam ser dadas de tal forma que protegessem as questões sociais, as questões ambientais e as questões econômicas. O empreendimento para ter a licença precisa ser viável do ponto de vista econômico, ambiental, social e cultural. O nosso esforço era para que todas essas questões fossem resolvidas. Quando demos a licença havia 42 condicionantes que teriam que ser cumpridas pelas empresas para saírem da licença prévia para a de instalação. Depois da instalação para a de operação que são várias etapas. Quando eu sai do governo, em maio de 2008, o que os técnicos do IBAMA sempre dizem é que flexibilizaram essas condicionantes e muitos problemas passaram a acontecer. Quanto ao problema das enchentes você tem razão. É preciso que a gente observe se de fato o que está acontecendo é em função do barramento que foi feito ou um problema de desequilíbrio em relação ao regime de chuvas para que a gente não faça nenhum juízo de valor apressado. Mas obviamente que há sim uma relação de impacto porque essas populações tiveram que ser removidas, houve uma mudança, inclusive, no projeto em relação ao local onde foi feito o barramento. O processo originário tinha uma especificação que mudou na sua execução.


NL – Voltando a política. Na eleição de 2010 a senhora ficou em terceiro lugar no Acre. Já em 2014 a senhora conseguiu vencer a eleição aqui. Como a senhora analisa a vitória no Acre contradizendo que um profeta não é ouvido em sua própria terra?


MS – Primeiro que tenho sentimento de gratidão muito grande ao povo acreano pela vitória. Tudo que eu sou, tudo que aconteceu e acontece na minha vida eu devo ao povo acreano. Tanto àqueles que me apoiaram, me ajudaram, desde o comecinho com o Chico Mendes. Fui candidata pela primeira vez, em 86, a deputada federal constituinte. Tive dois mandatos de senadora, deputada estadual, vereadora. Eu devo a essas pessoas e, também aqueles que me criticaram, que me fizeram a aprender a ficar mais forte e mais compreensiva com determinadas situações. Eu paguei um preço muito alto sempre por defender aquilo que acredito. Aprendi muito com pessoas que se dedicaram a essas lutas e a essas causas e, graças a Deus, continuo coerente com essas raízes e essa origem. Fico feliz de ter tido 25% dos votos em Cruzeiro do Sul e nos outros municípios do Juruá porque acho que as pessoas estão começando a entender essa mensagem da sustentabilidade. Desenvolvimento sustentável não é voltar ao tempo da caverna, mas usar com sabedoria os recursos naturais respeitando a natureza e as populações locais. São Paulo está pagando um preço muito grande por não ter água porque não foi capaz de ter uma atitude de respeito com a natureza. São milhões de pessoas ameaçadas por um colapso. O Rio de Janeiro sofre as mesmas ameaças. Mas em suma, tenho uma grande gratidão por tudo que aconteceu na minha vida e, ao Acre, só tenho a agradecer.


Marina Toinho e Nelson


NL –Para encerrar, gostaria Marina Silva que a senhora falasse sobre o futuro. Em 2013 a Rede não conseguiu a sua legalização e a senhora teve que se abrigar na legenda do PSB. Agora, com 22 milhões de votos e uma liderança política no Brasil e um carisma internacional, qual o futuro da ex-senadora, da ex-ministra, da candidata com 22 milhões de votos?

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MS – Eu vou continuar trabalhando pelas causas que acredito. A defesa da Amazônia, do desenvolvimento sustentável, das populações indígenas que estão ameaçadas. Pelo desenvolvimento social e econômico do nosso país. Como recuperar a estabilidade econômica e ao mesmo tempo manter as conquistas sociais. E com certeza um empenho para que a gente melhore a qualidade da política. Não há como alcançar as demais coisas se não melhorar a qualidade da política. Não se pode passar a ideia de que pode tudo para ganhar uma eleição, não se pode extrapolar a ética com o marketing selvagem onde o marqueteiro põe na boca do candidato qualquer coisa para dizer contra os adversários. Não se pode ter uma governabilidade baseada num toma lá dá cá de cargos públicos como acontece na Petrobras. É preciso melhorar a qualidade da política. Vou continuar trabalhando pelas coisas boas pro meu Estado, pro meu país. E não vou ficar na cadeira cativa de candidata a presidência da República. Se eu tivesse ficado na cadeira cativa de 2010 não teria condições de perceber que o Eduardo Campos era a pessoa que eu deveria apoiar quando proibiram a Rede de ter o seu registro. A Rede não teve o seu registro por uma ação política dentro dos cartórios que anularam as nossas fichas injustamente. Nós precisamos de 500 mil fichas e conseguimos 910 mil. Foram anuladas mais de 400 mil num processo injusto. Naquela oportunidade percebi que a melhor opção não era ir para um partido para ser candidata, mas apoiar o Eduardo Campos que infelizmente sofreu essa tragédia. Mas continuo uma parceira do PSB sendo da Rede de Sustentabilidade. E se Deus quiser no primeiro trimestre de 2015 nós vamos conseguir o registro da Rede. Claro que eles mudaram as leis e nós não vamos ter tempo de televisão, não vamos ter fundo partidário, vamos ser quase um partido clandestino na democracia. Tudo isso foi feito de encomenda para nós. Porque aos outros partidos, o Pros e o Solidariedade, foram dados todos os direitos da legislação. A lei foi mudada para nós.


NL – Mas eles temem tanto assim a liderança de uma ex-ministra, ex-senadora e ex-serigueira? De uma pessoa que até fisicamente passa uma certa fragilidade? É tanto temor assim dos “donos do sistema”?


MS – Eu não diria que é da minha pessoa. Mas a palavra nova sempre é sufocada. O medo talvez seja dessa militância autoral. Os nossos militantes são pessoas da sociedade. Esse votos que tive foram fruto da mobilização espontânea das pessoas e foi maravilhoso. Eu vim aqui no Acre na campanha. A gente não tinha estrutura nenhuma e foi uma festa maravilhosa. Aonde eu chegava as pessoas estavam ali. Essa militância autoral está acontecendo no Brasil e no mundo inteiro. A palavra nova primeiro é combatida, não sendo possível sufoca-la vem a tentativa de se juntar a ela para castrá-la, mas essa palavra nova circulou, em 2013, essa visão de mudança e de melhoria veio às ruas e ai veio a violência dos blacks blocs e sufocou. Em 2014, as pessoas quiseram a mudança e chegou um momento que disseram: “vamos mudar o Brasil para uma nova maneira de governar.” Eu dizia que se ganhasse iria governar com os melhores do PT, PMDB, do PSDB. Eu não tenho uma visão mesquinha da política. Sei que gente boa existe em todos os lugares assim como gente ruim. As pessoas se animaram com a minha proposta, mas ai veio a violência novamente e sufocou. Só que dessa vez foi a violência política da mentira, da calúnia, da desconstrução, do marketing selvagem na sua forma mais cruel. Mas não se consegue reter uma onda por muito tempo, não se consegue sufocar um vulcão que em algum momento entra em erupção e, eu espero, que seja da melhor forma possível respeitando a nossa democracia e fazendo com que esse país possa ser passado a limpo.


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