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Na batalha de Fortaleza, mexicanos frustram a torcida brasileira no empate de 0 a 0

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Depois da suada vitória sobre a Croácia na estreia, o técnico Luiz Felipe Scolari já avisava: a virada no sufoco no Itaquerão tinha sido só o primeiro de muitos sustos que a seleção brasileira levaria dentro da Copa do Mundo. Ainda assim, ninguém estava preparado para o sofrimento vivido pela torcida da casa nesta terça-feira, no Castelão, em Fortaleza, contra o México. Depois de noventa minutos de muita briga, divididas ríspidas e sufoco de ambas as partes, a dona da festa teve de amargar um empate sem gols, deixando o time empatado com os próprios mexicanos no topo da tabela (o Brasil só leva vantagem no saldo de gols, dois contra um). O herói do jogo para os mexicanos foi o goleiro Guillermo Ochoa, que fez uma apresentação impressionante e evitou pelo menos três gols brasileiros. Mas não foram só os mexicanos quem escaparam de sofrer gols: a seleção pentacampeã penou diante dos tiros de longa distância da raçuda equipe visitante. Agora, Felipão precisa descobrir como reerguer seu time, que saiu abatido do gramado do Castelão, para continuar na luta pela taça. A seleção volta a campo na próxima segunda, em Brasília, para fechar a fase de grupos enfrentando Camarões, que pega a Croácia nesta quarta, em Manaus – as duas equipes perderam na estreia.


O México apresentou seu cartão de visitas logo no primeiro minuto, com duas faltas duríssimas em sequência e os primeiros sinais de catimba, atrasando as cobranças, escondendo a bola, provocando. O ruído dos torcedores, que travavam uma guerra à parte nas arquibancadas, transformava o estádio em uma panela de pressão. Depois de um início atribulado, em que teve dificuldades para entrar no ritmo do jogo, o Brasil conseguiu construir o primeiro bom lance aos 10 minutos: Marcelo lançou Oscar pela esquerda, e ele cruzou rasteiro para Fred desviar, raspando a trave. O Brasil jogava firme, encarando o estilo bruto dos mexicanos, mas os visitantes não paravam de recorrer às faltas – Oscar e Neymar foram atingidos com violência pelos marcadores. Os brasileiros, porém, também batiam – pela segunda vez nesta Copa, Neymar, que entrou para o jogo pendurado com um cartão amarelo, acertou o cotovelo no rosto de um rival, desta vez o veterano capitão Rafa Márquez. Se esbanjavam vigor físico e espírito de luta, os mexicanos revelavam limitações técnicas. Mas ainda asim, na base da força e da vontade, sabiam igualar a partida, recorrendo aos chutes de longa distância para evitar o confronto direto com Thiago Silva e David Luiz, dois leões na zaga, e tentar superar Júlio César.

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Aos 23, Herrera foi o primeiro a assustar, soltando uma pancada que passou por cima da meta brasileira. Aos 25, o goleiro Ochoa operou um milagre para evitar um gol de cabeça de Neymar, que subiu muito e aproveitou cruzamento preciso de Daniel Alves – a tecnologia da linha do gol mostrou que o goleiro espalmou exatamente sobre a risca. Aos 32, Neymar voltou a levantar a torcida da casa com uma incrível arrancada desde o meio – contra três marcadores, o camisa 10 acabou sendo desarmado quando preparava o arremate. Aos 34, depois de um escanteio batido da direita por Neymar, Fred cabeceou mas Ochoa defendeu outra vez. Aos 40, o México voltou a arriscar de longe, com Vazquez, que bateu com efeito, mas pelo lado esquerdo do gol de Júlio César. Três minutos depois, outra grande chance brasileira, com Paulinho, aproveitando uma sobra de bola após cobrança de falta pelo alto –Ochoa, de novo, bloqueou. Depois de muitos lances violentos, o primeiro a ser advertido pelo árbitro turco Cuneyt Cakir foi Ramires, que levou amarelo por derrubar Aguilar. Com o primeiro tempo encerrado, a seleção voltava aos vestiários com vantagem nas chances criadas, mas ainda em busca de atalhos para furar o bloqueio mexicano.


A arma a que Felipão recorreu foi o jovem Bernard, o mais franzino do time, que substituiu Ramires no intervalo. O técnico não temeu submetê-lo aos truculentos marcadores mexicanos. Pelo contrário: a aposta para vencer a pancadaria era na velocidade e no drible. Logo aos dois minutos, o caçula da seleção foi lançado por Daniel Alves, disparou pela direita e cruzou. A zaga mexicana colocou para escanteio. Aos 7 foi a vez de Guardado bater forte e de longe – Thiago Silva desviou de cabeça. Dois minutos depois, o México soltava outro petardo, agora com Aguilar. Era o pior momento do Brasil na partida, e os mexicanos sufocavam a equipe da casa. Num intenso bombardeio, Herrera chutou mais uma, de novo pelo alto, mas de novo com perigo. Enfim o México levou seu primeiro cartão, com Aguilar, mas a equipe visitante não se intimidava: continuava controlando as ações. Com o Brasil cada vez mais nervoso, a torcida fazia sua parte, cantando alto e não deixando de apoiar nem nos momentos mais delicados. Aos 16, numa das poucas escapadas do time de Felipão para o ataque, Vazquez atropelou Neymar e também foi advertido. Na cobrança da falta, Neymar bateu bem, mas a bola saiu ao lado do ângulo da trave defendida por Ochoa. O Brasil parecia colocar os nervos no lugar, voltando para o jogo.


Na metade da etapa final, Felipão trocou Fred, que fazia uma partida ruim, por Jô. No primeiro lance com o novo centroavante, quase o fim do sufoco: em jogada de Neymar, que matou no peito dentro na grande área, o craque chutou à queima-roupa, mas Ochoa brilhou mais uma vez. O Brasil tomava, enfim, as rédeas da partida, agora atuando claramente como o dono da casa. Mas os aguerridos mexicanos não se dobravam, mantendo a postura desafiadora que o time do técnico Miguel Herrera demonstrou durante a partida toda. Aos 30 minutos, depois de boa jogada criada por Bernard no lado esquerdo, Jô entrou na área e bateu cruzado, mas longe do gol. Entrando nos quinze minutos derradeiros, o ritmo do Brasil diminuía, assim com o o da torcida, que agora dava sinais de desconfiança. A onze minutos do fim, Thiago Silva fez falta violenta em Chicharito Hernández, um último recurso para impedir o gol dos mexicanos, e também ficou pendurado. Na batida, da entrada da área, Giovani dos Santos acertou a barreira. A partida entrava nos minutos finais com festa mexicana, ao som de Cielito Lindo, entoada a plenos pulmões pelos visitantes. Oscar, que começou bem mas caiu de produção ao longo da partida, deu lugar a Willian. Aos 40 minutos, Ochoa fechava uma atuação antológica com outra defesa extraordinária, em cabeceio firme de Thiago Silva, sozinho na pequena área, depois de falta batida por Neymar. Os minutos finais, porém, foram todos dos mexicanos, que deram mais dois grandes sustos no Brasil, com Guardado e Jimenez. Na saída dos times, a farra era verde e vermelha.


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