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Projeto de tanques de resfriamento de leite do governo do Acre está abandonado há quatro anos em Porto Acre

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Era para ser a redenção dos produtores de Porto Acre, a entrega de 15 tanques de resfriamento de leite, projeto desenvolvido na administração do ex-governador Binho Marques (PT), mas depois de quatros anos, as unidades não chegaram a ser usadas e os equipamentos foram sucateados e abandonados.


O desperdício de dinheiro público é notado logo na chegada aos locais onde foram construídos os casebres para alojar os equipamentos. A madeira de baixa qualidade usada na obra está caindo apodrecida, parte do material foi roubado e os tanques de resfriamento que na época custaram R$ 14 mil estão sucateados.

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Segundo os produtores rurais, as unidades que nunca chegaram ser usadas foram abandonadas pelo poder público. Os equipamentos foram instalados na Vila do Incra e Vila do “V. Cartazes afixados no abrigos de equipamentos denunciam que os recursos utilizados no projeto são oriundo de empréstimos.


O programa de Desenvolvimento Sustentável do Acre – contratado através do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) investiu o valor de R$ 14.747,55 por unidade. A administração petista investiu mais de R$ 200 mil no projeto que não avançou e serve apenas como moradia de morcegos e cupins.


Na Vila do Incra, nas terras de um produtor identificado como Fábio, o tanque foi instalado, mas nunca funcionou. O local está abandonado, os fios de energia e a caixa d’água forma roubados e o tanque nunca foi utilizado, demonstrando o descaso do governo com os recursos públicos destinados a área de produção.


No Ramal do Açaí, nas terras da agricultora Isabel Ferreira Cândida, de 62 anos,   apenas o abrigo foi construído, mas os responsáveis pela Seaprof não voltaram para fazer a instalação do tanque de resfriamento. No local foi instalada uma bomba d’água e uma caixa d’água, que também foram roubadas.


Outro ponto construído e que nunca recebeu o tanque de resfriamento está localizado no Ramal do “T”. O local está abandonado e tomado de mato e cupim.


No Ramal da Castanheira, o morador Ronaldo Ferreira, conversou com a reportagem e disse que em sua propriedade o tanque nunca foi instalado. Ele afirma que em uma reunião, os técnicos da Seaprof apresentaram um projeto onde os locais dos tanques teriam poços semiartesianos e currais, mas apenas o abrigo dos tanques foi construído, sendo que o de sua propriedade com apenas quatro meses, já não oferecia condições de uso.


Seguindo pela AC-10 (estrada de Porto Acre), na entrada do Ramal Linha 5, foi encontrado mais um abrigo, este com um tanque instalado, mas que também nunca foi usado. A informação foi repassada pelas produtoras rurais Maria Rosalina e Iolanda Souza, que residem na localidade.


Segundo as produtoras da Associação dos Produtores Rurais Getúlio Vargas, os tanques nunca foram usados e toda a produção de leite da região é levada para o laticínios Buriti pelos próprios agricultores. “Este tanque não serve para nada. Toda produção é levada para a empresa de laticínios”, destaca Maria Rosalina.


O projeto do governo do Acre foi concebido com a proposta de fortalecer a cadeia produtiva do leite na região de Porto Acre, através de parcerias com os produtores rurais. Na época, os gestores da Seaprof defenderam a iniciativa afirmando que o projeto levaria uma série de vantagens aos produtores.


Entre os benefícios estariam a diminuição do frete, aumento da renda dos produtores, menor custo de produção e mais lucratividade, além de acabar com o tempo em que o produto ficava exposto ao calor à espera dos caminhões para poder chegar aos laticínios com mais qualidade.


Mesmo com o fracasso da iniciativa em Porto Acre, recentemente o governador Sebastião Viana (PT) entregou mais 136 tanques de resfriamento de leite para produtores dos municípios de Bujari, Brasileia, Senador Guiomard e Acrelândia. O investimento foi de R$ 2,3 milhões de empréstimo contraído junto ao BNDES.


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Seaprof que falta de acordo causou desistência de produtores de Porto Acre


Procurada pela reportagem, a Seaprof  não comentou sobre as denúncias dos produtores de Porto Acre. Os técnicos da pasta, Ronicleiton Portela, da Cadeia produtiva de leite e Edivaldo Pinheiro Andrade, chefa da cadeia produtiva da Seaprof encaminharam o projeto de apoio ao fortalecimento da bacia leiteira.

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Segundo os técnico técnicos da Seaprof, na Vila do INCRA, no município de Porto Acre, na propriedade do produtor rural Fábio Lima, onde foi instalado um tanque de resfriamento de leite, os produtores tiveram a oportunidade de participar de um treinamento prático por técnicos da Seaprof. Segundo o documento apresentado para a reportagem, “Os produtores tiveram orientação sobre o teste do alizarol no abrigo de recebimento que visa detectar o índice de acidez e a referida qualidade do leite e também os cuidados durante a ordenha de forma higiênica. Estes procedimentos são básicos para melhorar a qualidade da matéria-prima e seus derivados”.


A Seaprof esclarece ainda que “esses procedimentos elevam os custos de produção e muitas vezes os empresários não chegam a um acordo com os produtores rurais sobre a inclusão destes valores no preço do leite pago aos agricultores na região de Porto Acre, gerando com isso a desistência de alguns produtores da atividade”.


 


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