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Marcha para Jesus é uma disputa com a Parada Gay

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Luciano Tavares – da redação de ac24horas
lucianotavares.acre@gmail.com


O principal evento gospel do Brasil, a Marcha para Jesus, que todos os anos reúne multidões pelas ruas do país, não é um uma unanimidade entre os evangélicos e suas lideranças. Mestre em Direito Eclesiástico e bacharel em Ciência da Religião, o pastor Marcelo Torres, do Ministério da Família, diz através do texto intitulado “Marcha pra Jesus ou comício para os Homens?”, que o evento, especialmente, no Acre virou uma “disputa política partidária e religiosa”.

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No artigo, o pastor aborda o histórico da Marcha até chegar ao Acre. Para ele, um dos objetivos do evento é disputar com o movimento LGBT quem leva mais pessoas à rua. “Na disputa religiosa se percebe também a quebra de braço com a parada Gay. Não sabemos onde isso vai parar. Um verdadeiro “rolo sagrado”, dispara o líder espiritual.


O pastor também compara o movimento à rivalidade do Festival de Parintins entre os bois Caprichoso e Garantido e diz ainda que os políticos evangélicos vão à Marcha de olho nos votos dos crentes. “Na marcha o povo que deveria ser um só em Cristo, assume sua rivalidade inconsciente, as camisas personalizadas com os nomes de seus ministérios mostra a dimensão da disputa, que nos faz lembrar o festival de Parintins, na rivalidade entre os bois Caprichoso e Garantido, onde a cor da camisa mostra qual o seu lado”.


Outra declaração polêmica do pastor é de que os líderes tentam juntar multidões para “barganhar posições ou vantagens diante do comércio político e religioso”.


Pastor marcelo


Leia abaixo, o artigo na íntegra: 


Marcha pra Jesus ou comício para os Homens?


A Marcha para Jesus é um evento internacional e interdenominacional (ou seja, realizados conjuntamente por diversas denominações evangélicas) que ocorre anualmente em milhares de cidades do mundo. Entre 1994 e 2000 foi realizada como um evento global, ocorrendo em cerca de 170 países na mesma data.


A primeira Marcha para Jesus aconteceu em 1987 na cidade de Londres, no (Reino Unido), chamada de “City March”, foi criada pelo pastor Roger Forster, da Ichthus Christian Fellowship, pelo cantor e compositor Graham Kendrick, Gerald Coates do movimento Pioneer e Lynn Green, de Youth with a Mission. A expectativa inicial de 5 mil pessoas foi largamente superada pela presença de 15 mil participantes, motivando a realização de um novo evento .


Em 1990, a Marcha já havia se espalhado por 49 cidades em todo o Reino Unido e também em Belfast (capital da Irlanda do Norte), onde 6 mil católicos e protestantes e reuniram. A estimativa foi de cerca de 200 mil religiosos participando do evento. A Marcha logo se expandiu para os demais continentes. No ano de 1993 o evento foi realizado pela primeira vez no Brasil.


Em 1994 foi realizada a primeira versão global do evento, alcançando 170 países e com a presença de 10 milhões de participantes. A última versão global da “marcha” aconteceu em 10 de junho de 2000. Desde então, o grupo organizador original se dispersou e a organização do evento tem ocorrido por parte de iniciativas locais distintas.


Brasil


O evento chegou ao Brasil, através da iniciativa de lideranças evangélicas, principalmente da Igreja Renascer em Cristo e de outras igrejas neopentecostais, apoiada também por igrejas tradicionais e pentecostais.


A maior das Marchas para Jesus é realizada na cidade de São Paulo e reúne anualmente milhões de pessoas. Além desta, centenas de cidades pelo mundo e no Brasil, incluindo as principais capitais do país, possuem a sua edição do evento.


Fazendo parte do calendário oficial de diversas cidades, a Marcha para Jesus conta com a participação de trios elétricos de diversas comunidades e igrejas cristãs, envolvendo diversas denominações. Em setembro de 2009 o presidente Lula sancionou lei que transformou a data da Marcha para Jesus. Por força desta lei a Marcha passa a ser comemorada anualmente no sábado seguinte ao 60º dia após o domingo de Páscoa.

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A 19ª edição, de 2011 tornou-se um evento de afronta ao Supremo Tribunal Federal e de ameaças aos políticos, por ações de líderes evangélicos. Silas Malafaia atacou com palavreado vulgar a aprovação da união estável entre pessoas de mesmo sexo, orientando seus fiéis a não votarem em parlamentares defensores do PL 122. Também criticou a decisão do STF de liberar marchas a favor da maconha, insinuando que após isto seriam aprovadas marchas a favor de crimes.


São Paulo


A primeira edição brasileira do evento, ocorrida em 1993, levou cerca de 350 mil pessoas às ruas do centro da cidade de São Paulo, com destino ao Vale do Anhangabaú, onde ocorreu um show gospel e foram arrecadados agasalhos. Desde lá o evento foi transferido para algumas localidades da cidade, a maioria na zona norte da mesma. Ano após ano reúne multidões de participantes, no ano 2000 chega a 1 milhão de evangélicos.


que vão mais motivados são aqueles que querem votos, que os olhos brilham diante de uma multidão de títulos boiando


 


O contexto da marcha no Acre


No Acre a marcha, a exemplo de outros estados brasileiros, também vem crescendo a cada ano, arrastando multidões de pessoas e movimentando a capital e a cada ano saindo de sua finalidade.


Se pararmos para analisar o evento friamente, veremos dois ambientes instigados pela disputa de território, em um a disputa política partidária, em outro a disputa política religiosa.


Na marcha o povo que deveria ser um só em Cristo, assume sua rivalidade inconsciente, as camisas personalizadas com os nomes de seus ministérios mostra a dimensão da disputa, que nos faz lembrar o festival de Parintins, na rivalidade entre os bois Caprichoso e Garantido, onde a cor da camisa mostra qual o seu lado. Nesse evento cada pastor tenta mostrar para o outro o tamanho de seu rebanho, para assim ganhar mais prestígio no meio ou até barganhar posições ou vantagens diante do comércio político e religioso.


A massa é convocada para o ato com um tom de guerra contra o mau, como manifestação de fé e ocupação de território. Alguns vão de boa vontade, outros para rever amigos, outros por curiosidade, uns por não ter o que fazer, tem até os que vão por causa da agitação, sem contar com ao que vão para aquecer o comércio da religião, como estratégia de marketing, e os que vão mais motivados são aqueles que querem votos, que os olhos brilham diante de uma multidão de títulos boiando. Os olhares estão na multidão, o coração está dominado pela ganância, e do outro lado um número inestimável de pessoas que não sabem realmente o que está acontecendo.


Qual o resultado concreto para o evangelho deste evento? Não questiono a fé daqueles que vão ali ou em qualquer outro lugar ou evento com a intenção de fazer algo pra Deus, por mais que eu saiba que há algo mais consistente em se fazer além de andar debaixo de um sol escaldante como demonstração de penitência. Deus disse: “obediência quero e não sacrifício”(Oséias 6:6 ). É bom lembrar Martinho Lutero que subiu a escada de Pilatos de joelhos e beijava cada degrau, até entender que o justo viverá da fé.


Alguns anos atrás víamos os ataques dos evangélicos contra as procissões católicas, questionavam o valor disso e principalmente ás imagens que eram conduzidas nas caminhadas sagradas. Hoje os evangélicos fazem suas procissões e levam consigo suas imagens santas, pastores, apóstolos, políticos, etc…homens que são tidos como “santos e intocáveis”.


É triste ver que num evento que traz em sua chamada uma conotação de manifestação de fé, não ter nada, ou muito pouco de fé, resguardando aqueles que de bom coração se fazem presentes. O que se vê é uma disputa política partidária e religiosa. Na disputa religiosa se percebe também a quebra de braço com a parada Gay. Não sabemos onde isso vai parar. Um verdadeiro “rolo sagrado”.


Isso não é uma luta entre Deus e o diabo e, sim, entre um pastor e outro, entre um partido e outro, entre uma ambição e outra, entre uma vaidade e outra, entre um irmão e outro irmão, vemos ai um Caim matando Abel em cada episódio desses. Não coloquem Deus nesse negócio sujo da religião, da política e dos interesses. Paulo falou que não devemos nos envergonhar do evangelho, porém do termo “evangélicos” já temos vergonha.


Nossa marcha deve se dar em nossa caminhada diária, com simplicidade, humildade, sem querer aparecer aos homens, sem intenções dúbias, sem comportamentos egoístas, sem manipulação da fé das pessoas, sem rancor, mas uma caminhada alicerçada no amor não fingido, sem interesses, na verdade, sem ambição.


Vamos aos hospitais orar pelos enfermos, aos presídios pregar para os reeducandos, a periferia levar uma mensagem de esperança, vamos usar a mesma empolgação da marcha para cumprir nossa verdadeira missão, em vez de ficarmos dando shows de cenas, ou espetáculos. Vamos fazer o que disse João: “Que ele cresça e eu diminua”(João 3:20). Veja quem vai estar no trio, quem vai falar, cantar, aparecer, dar entrevistas, fotos. Observe atentamente e logo saberás a diferença entre um culto a Deus e um culto aos homens, uma marcha pra Jesus e um comício para homens.


 


 


 


 


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