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Em unidade de saúde da prefeitura de Rio Branco, existem duas profissionais para atender cinco mil famílias

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Texto e fotos – Jairo Barbosajbjurua@gmail.com


Rodovia Ac40, km 4, saindo de Rio Branco para senador Guiomard. Neste endereço está a Unidade de Saúde do Benfica, de responsabilidade da prefeitura de Rio Branco, que revela a situação nua e crua do setor no entorno da maior cidade do Acre. No prédio, construído em alvenaria, os pacientes depositam suas esperanças na técnica em enfermagem Silvana Silva e na enfermeira Maria Lina de Sousa Costa, que administra o local.

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Uma dentista vem ao posto algumas vezes por semana, e a única médica que atendia, está de licença médica desde dezembro do ano passado. Sem médicos, as duas profissionais se encarregam de atender crianças, adultos, idosos e gestantes, com pré consulta, vacinas, nebulização, curativos, retirada de pontos, pré natal, preventivo de tuberculose e planejamento familiar.


O Conselho Federal de Enfermagem recomenda um enfermeiro para casa 1.000 (mil habitantes). Lá, de acordo com um levantamento realizado no ano passado pela Secretaria Municipal de Saúde, existem cinco mil duzentas e trinta e seis famílias, ou seja, um  aglomerado de mais de vinte mil pessoas. Fazendo os cálculos, para um atendimento padrão e humanizado, seriam precisos mais dezenove enfermeiros, mas o município não se importa com isso.


Quem afirma é a própria enfermeira Maria Lina Costa, que perdeu as contas dos ofícios que já enviou para a coordenação dos postos de saúde, que nunca respondeu a profissional. para piorar ainda mais a situação, homens e mulheres dividem os mesmo banheiro. O feminino está entupido desde agosto de 2012, e a limpeza na parte externa da unidade, não é feita há nove meses.


Na farmácia falta dipirona. Em compensação o estoque  dos medicamentos para o tratamento da tuberculose é farto. Também pudera. Segundo Maria Lina Costa, a região do Benfica registra hoje a maior incidência da doença no estado. Quadro que supera qualquer cidade do interior. Hoje, sete pessoas contaminadas pela doença fazem tratamento na unidade.


Tantas atribuições para apenas duas pessoas acabam por causar filas, insatisfações e ameaças. Isso mesmo, ameaças. A enfermeira e a técnica em enfermagem afirmam que já foram ameaçadas diversas vezes durante o horário de expediente, e atribuem as ameaças ao quadro precário da saúde naquela região da cidade.


“As pessoas ameaçam a gente aqui todo dia. Pode acreditar, mas isso vem se tornando normal. A gente não pode ficar aqui sozinhas, até porque somos mulheres. Eu passo doze horas aqui, porque moro em Senador Guiomard e não tem como ir em casas almoçar. Faço o que posso, mesmo assim as pessoas não entendem”, relata Maria Lina Costa.



Vereadora recebeu denúncia


O caos na unidade do Benfica foi relatado por moradores da região á vereadora Eliane Sinhasique (PMDB), que esteve ontem visitando o local. Ele constatou todos os problemas relatados nesta reportagem, e disse ter ficado indignada com o que encontrou lá.


“Isso é um absurdo. Um descaso. Não podemos permitir que isso continue assim. Vou cobrar uma intervenção imediata da prefeitura nesta unidade, até porque, tenho visto que o prefeito tem anunciado outra realidade na mídia, quando fala de saúde”, disse Sinhasique.


A reportagem tentou contato com o secretário adjunto de saúde, Otoniel Almeida, mas o número do telefone celular fornecido pela assessoria de imprensa da prefeitura, estava desligado em todas as tentativas.


 


 


 


 


 


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