O secretário de governo do Acre e ex-deputado estadual Luiz Calixto publicou um vídeo em uma rede social, na última sexta-feira (17), fazendo provocações ao ex-governador do Acre e ex-senador da república, Jorge Viana, que integra o governo federal por presidir a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), para que responda pela interdição da ponte sobre o rio Caeté, no quilômetro 282 da BR-364, entre os municípios de Sena Madureira e Feijó, que deve ser interditada a partir da próxima semana.
No vídeo, Calixto aparece nas proximidades da ponte enquanto diz que os problemas identificados são resultado da pressa e má qualidade do serviço do governo petista. “Uma obra mal feita pelo PT vai deixar a nossa região, a partir do rio Caeté, isolada. Isso é uma prova de que as coisas sendo feito apressadas, de forma assoldadas, sem qualidade, e aí o resultado é este”, diz o secretário.
Em seguida, o secretário pede que o PT, na figura de Jorge Viana, se manifeste sobre o assunto. “Eu preciso que o PT se manifeste à respeito desta obra que vai deixar a nossa região isolada e vai causar o maior transtorno para transporte de doentes, carro de polícia, carros de mercadorias, e infelizmente é isso. Jorge Viana, se manifeste, por favor”, concluiu.
Embora Calixto tenha dito que a interdição da ponte causará isolamento naquela região, segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), durante a execução dos serviços de reabilitação da ponte a travessia do rio Caeté será realizada por meio de balsas. O serviço será gratuito para os usuários e vai ser disponibilizado todos os dias da semana por 24 horas. A embarcação está apta a transportar todos os tipos de veículos, incluindo carretas.
Veja o vídeo:
A ponte de 210 metros sobre o Rio Caeté foi inaugurada em 2008 pelo então governador do Acre, Binho Marques (PT), quando a rodovia federal era responsabilidade do governo do Estado do Acre por meio do Departamento de Estradas Rodagens (DERACRE).
A primeira movimentação de solo sob a ponte do rio Caeté foi identificada em abril de 2010. Na época, o então diretor do Departamento de Estradas de Rodagens (Deracre), Marcus Alexandre, interditou a ponte para que a construtora Cidade – autora da obra – realizasse um trabalho de estabilização em sua estrutura.
“Esse foi um fenômeno raro da natureza que ocorreu nas encostas do rio e totalmente imprevisível. A ponte, inaugurada em 2008, já suportou dois verões, com mais de 220 mil toneladas sendo transportadas por ela, e nunca sofreu nenhum tipo de abalo ou prejuízo na estrutura. Justamente quando a estrada ainda está fechada e sem movimento, ela registrou esse acidente, o que comprova que a causa foi natural”, disse Marcus, na época.
Desta vez, técnicos do DNIT identificaram que um dos pilares da estrutura cedeu cerca de dois metros e meio e continua cedendo, o que provocou anomalias na estrutura. O órgão decretou situação de emergência da ponte, que deve ser totalmente demolida. O processo para a construção da nova ponte deve iniciar com a licitação em junho e terá um prazo estimado de 18 meses para a conclusão.
A Construtora Cidade, responsável pela execução do projeto da ponte do rio Caeté, é a mesma empresa que construiu as pontes Coronel Sebastião Dantas, Terceira e Quarta Pontes, em Rio Branco; a ponte sobre o Rio Acre em Brasiléia, as pontes do Envira e de Assis Brasil, além da Passarela Joaquim Macêdo na capital. A ponte sobre o rio Caeté, no entanto, não está exibida no portfólio da empresa na internet.
