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“Se estava com o psicológico abalado, que fosse procurar ajuda e não beber”, diz mãe de jovem morto na Expoacre

FOTO: SÉRGIO VALE/ac24horas
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Aconteceu na manhã desta segunda-feira, 28, uma audiência pública na Assembleia Legislativa para discutir a regulamentação do porte de arma por policiais em ambientes festivos, onde há venda e consumo de bebida alcoólica.


O momento mais impactante da audiência aconteceu no final, quando foi dada à palavra para Iza Souza Santos, mãe de Wesley Santos da Silva, de 20 anos, assassinato a tiros pelo policial penal, Raimundo Nonato Neto, na última noite de Expoacre, na madrugada do dia 7 de agosto.

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“Se um policial está com o psicólogo abalado, por que não procura ajuda? Quer dizer então que é procurar festa, ingerir bebida alcoólica, fazer importunação sexual, porque foi o que aconteceu, ele tem esse direito? O Raimundo Nonato matou uma pessoa do bem. Meu filho tinha três empregos para sustentar a família. Não somos contra policial andar armado, mas somos contra beber até perder os sentidos e tirar a vida de um inocente, passar à mão em mulher e meter bala em que achar ruim”, disse à mãe.


FOTO: SÉRGIO VALE/ac24horas

A audiência, que contou com a presença de representantes de todas as instituições ligadas à segurança pública do estado, foi uma proposição do deputado Adailton Cruz (PSB). “Não sou contra porte de arma aos agentes de segurança, estando ou não de serviço. O que precisa acontecer e é que nos traz aqui é ouvir quem sente na pele e faz a segurança pública e saber como cada corporação tem tratado essa questão do porte de arma em ambientes com venda e consumo de bebida alcoólica”, afirmou.


Uma das falas mais aguardadas foi a do Promotor de Justiça, Rodrigo Curti. O representante do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) esclareceu também que a discussão não é sobre o porte de arma no horário de folga. “O que estamos propondo a discutir é o ingresso que compete as forças de segurança o recolhimento administrativo e cautelar das armas de foto para quem apresentar sinais exteriores da falta condições”, explicou.


Curti lembrou ainda que algumas normativas vigentes no Acre são muito antigas. “São normativas muito antigas, algumas de 2010, o que precisamos buscar é sensibilizar os chefes das corporações para essas questões que são caras à sociedade. Não é duvidar do risco que os policiais exercem, jamais. O que me pergunto é se uma pessoa sob a influência de bebida alcoólica consegue agir com a técnica necessária para resguardar a sua integridade física e a de terceiros”, disse o promotor, lembrando o episódio registrado durante a última noite da Expoacre, quando um policial penal, que estava consumindo bebida alcoólica, acabou atirando contra um casal, que culminou com a morte de Wesley Santos da Silva, de 20 anos.


FOTO: SÉRGIO VALE/ac24horas

A saúde emocional dos agentes de segurança foi motivo de parte do pronunciamento de Joélison Ramos, presidente do Sindicato dos Policiais Penais do Acre. “Os operadores de segurança passam por uma carga de estresse muito grande. Temos um caso de um próprio policial que foi até a delegacia e entregou sua arma e disse que não estava em condições de permanecer com a arma. Cadê os instrumentos das autoridades? Precisamos de uma campanha de saúde física e mental dos operadores de segurança e isso não é feito porque um grande número de policiais sairá das ruas”, disse.


A representante da Polícia Militar, Coronel Marta, explicou que mais de 2 mil operadores de segurança, em período de folga, entraram armados durante as 9 noites de Expoacre. Na noite que aconteceu a morte de Wesley, foram 169 policiais e demais agentes de segurança que entraram no Parque de Exposições com suas armas. “É um número considerável, a Polícia Militar tem essa preocupação de garantir a segurança e a ordem pública. Infelizmente, tivemos esse caso, mas posso dizer que 168 pessoas nos auxiliaram na segurança naquele dia”, disse.


FOTO: SÉRGIO VALE/ac24horas

Após a audiência pública, novas reuniões devem ser realizadas para definir se e quais novos critérios serão adotados.


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