“O Edson não caiu do céu”. A afirmação foi feita na semana passada pelo líder do PT na Câmara de Rio Branco, Rodrigo Forneck, quando veio a tona, via Diário Oficial, o balanço anual da Emurb revelando um rombo de R$ 38 milhões nas contas da empresa. Só Deus sabe o quanto me dói concordar com um petista…mas vamos aos fatos. Apesar dos pesares, a Emurb planeja economizar cerca de R$ 27 milhões por ano e queira ou não a oposição vai ter que engolir que escolha de Edson foi chancelada unicamente pelo prefeito Marcus Alexandre Viana. É fato. Eu, particularmente, gosto de ver o circo pegar fogo, mas a responsabilidade na informação precisa ser mantida. O documento que será exposto agora corrobora com tudo o que escrevi até agora sobre o caso.
Abrindo a caixa de pandora
Este blog teve acesso a um documento que foi encaminhado ao Tribunal de Contas do Estado e por ironia do destino caiu na mão do papai aqui. Sim, foi tomando umas no Bar da Sapatão que um assessor ligado a um Conselheiro me entregou uma pasta. É uma Carta Anual de Governança Corporativa da Emurb. O relatório é datado do mês de março deste ano e tem assinatura do atual diretor-presidente da Empresa, Edson Rigaud e lá revela dados importantes e intrigantes de como a Emurb era, vamos dizer assim, “administrada”. Curiosamente, esse documento deveria ter sido publicado no Diário Oficial, assim como o Relatório Anual de Gestão da Empresa, mas não foi. É bom alguém explicar isso.
Desembrulhando
Ao iniciar a famigerada carta, Edson Rigaud ressalta que a nova gestão da empresa, que iniciou seu trabalho em outubro de 2016, logo após a destituição de Jackson Marinheiro, ex-diretor, denunciado pelo Ministério Público até o momento por Peculato, teria como premissa quatro itens fundamentais: transparência, controle, equilíbrio fiscal e eficiência.
Citação importante
“Encontramos a empresa em situação de extrema dificuldade. Além da crise fiscal mais grave do que projetamos, estamos envoltos num processo de apuração conduzido pelo Ministério Público do Estado do Acre e pelo Tribunal de Contas, procedimentos que geraram grande perturbação institucional. Enfrentamos diariamente um grande clima de desconfiança, que se criara junto à sociedade, ao mercado em que estamos inseridos e à própria equipe. O nome da empresa, talvez de maneira açodada, estava atrelado a práticas ilícitas e a inadimplência contumaz. A equipe, sobretudo os profissionais de carreira, demonstrava grande abatimento. Encontramos na EMURB um cenário de desesperança”.
Para bom entendedor, meia palavra basta
Com essa afirmação acima eu nem preciso ser administrador, advogado, juiz ou pai de santo para saber que alguém foi jogado no fogo. O problema é que ninguém toca no assunto. Ele é espinhoso demais.
Situação crítica
A situação na Emurb era como se fosse um cenário de guerra. Tudo inviabilizado. Na época, a operação da empresa estava quase inviabilizada e os fornecedores se negavam a negociar com a empresa. O fornecimento de combustível foi cortado e para não ficar totalmente inviabilizada, a direção da empresa foi obrigada a pedir emprestado gasolina de outras secretarias. Fica a pergunta no ar: o que era feito com o dinheiro que entrava na Emurb? Não querendo enrolar muito, sugiro que leiam o documento na íntegra clicando aqui.