Quem não gosta de viajar de avião? É mais seguro e, claro, bem mais rápido. O problema é o valor cobrado pelas companhias aéreas que nem sempre são agradáveis como se espera a clientela. Mas essa realidade pode mudar, não apenas para os acreanos, mas para todos os brasileiros, devido à regulamentação de novas regras propostas pelas Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
É claro que nada é de graça simplesmente. A partir do início da vigência, as companhias brasileiras poderão, a qualquer tempo, comercializar passagens a baixo custo, contudo, com regras diferenciadas, algo que já acontece na Europa, Ásia ou mesmo nos Estados Unidos: o passageiro doméstico não pode despachar mala, só mesmo levar uma mochila, uma bolsa pequena, ou uma mala discreta que caiba naquele compartimento sobre a poltrona.
Além disso, as empresas também poderão facilitar o cancelamento dos bilhetes já adquiridos, o que dá, às companhias, maior lucro, pois assim sobram mais vagas para comercializações imediatas, a um custo maior, minutos antes do embarque da aeronave ser autorizado pelos aeroportos. Como diz o ditado, “uma mão lava a outra”.
Se existe algo que deixa o passageiro triste é quando ele compra um bilhete e, horas depois, acaba por encontrar uma nova passagem a um preço ainda menor. “É de doer o coração! A gente espera muito tempo, compra por um valor abaixo do normal, numa promoção, mas às vezes no mesmo dia, ou na mesma semana, já encontra uma passagem mais barata, seja na mesma empresa, ou em outra”, comenta Letícia de Paula, professora universitária.
Segundo a ANAC, a proposta é de permitir que o consumidor cancele a compra da passagem, seja qual for o motivo, e receba todo o dinheiro de volta, sem pagar multa, desde que a desistência seja feita até 24 horas depois da compra. Uma reportagem do matutino Bom dia Brasil mostrou a reação das pessoas sobre o assunto. Para o governo, essa será uma forma forte de estimular a concorrência, aliás, o que é preciso no Acre.
O presidente da Anac, Marcelo Guaranys, disse que o preço médio das passagens chegou a cair no primeiro semestre e se manteve estável no segundo. Ele acredita que a queda na procura por passagens registrada nos últimos meses do ano tem mais a ver com a crise econômica, a perda do poder de compra das famílias.
“Se a sociedade está com menos renda para comprar o transporte aéreo, é importante que a passagem aérea caiba dentro da renda da população, a gente precisa permitir que mais empresas entrem no país, sempre apresentando custos mais baixos para os passageiros, como existe na Europa e nos Estados Unidos”, comenta.